terça-feira, 20 de novembro de 2012

Moody's retira nota máxima a França - Economia - PUBLICO.PT

Moody's retira nota máxima a França - Economia - PUBLICO.PT

A Moody's retirou na terça-feira o nível de topo à nota (rating) da dívida da França, baixando-a de Aaa para Aa1. No início do ano a Standard& Poor's tinha feito o mesmo.

A Moody's mantém ainda a perspectiva negativa sobre a nota da dívida da segunda maior economia da zona euro, o que significa que deverá iniciar em breve um novo processo para a revisão em baixa.

O ministro das Finanças francês, Pierre Moscovici, reagiu de imediato, dizendo que a França “ainda está bem classificada”. “Esta decisão respeita à situação deixada pelos nossos predecessores: perda de competitividade, crescimento fraco, défice crescente”, disse à AFP, à margem de uma deslocação a Grenoble.

Agora, a Fitch é a única das três grandes agências dos EUA que dá nota de topo à dívida francesa. Porém, ameaça baixá-la em 2013.

A Moody's tinha posto a nota da dívida da França sob perspectiva negativa em 13 de Fevereiro, e a 23 de Julho dissera que ia avaliar a nota triplo-A. Nesse mesmo dia atribuiu perspectiva negativa às notas da Alemanha, Países Baixos e Luxemburgo.

Na origem da reavaliação da Moody's está a necessidade de determinar o impacto do “elevado risco de saída da Grécia da zona euro”, bem como a “crescente probabilidade de apoio colectivo a outros países da zona euro” e a falta de crescimento económico.
A Moody's justifica esta decisão, anunciada na segunda-feira à noite, por considerar que a perspectiva de crescimento de longo prazo da economia francesa foi afectada negativamente por múltiplos desafios estruturais, incluindo uma “perda sustentada de competitividade” e a “rigidez dos mercados de trabalho, bens e serviços”

Por outro lado, considera-se que a perspectiva orçamental do país é incerta, em resultado da deterioração das perspectivas económicas, a curto e longo prazo. Problemas atribuídas respectivamente à fraqueza da procura interna e externa e à rigidez já referidas.

A agência salienta também a exposição “desproporcionadamente elevada” da França à periferia da Europa “através das suas ligações comerciais”. E sustenta que, ao contrário de outros países que não estão no euro, a França não tem acesso a um banco central nacional para financiar a sua dívida, “no caso de uma ruptura no mercado”.

Entre os aspectos fortes da economia francesa, que justificam a manutenção da nota Aa1, a Moody's destaca a “economia grande e diversificada, que está subjacente à resiliência económica” do país e o forte compromisso do Governo no sentido de reformas e consolidação orçamental.

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