Os marketeers gostam de trabalhar no lado da procura - pegam no que está a ser procurado, tornam-no mais barato, põem na rua uma série de anúncios, fazem lucro. Se puder aumentar a procura para aquilo que já faz, uma série de problemas resolvem-se por si só. É a promessa da organização de marketing típica: Dêem-nos dinheiro, nós aumentaremos a procura. Mas há uma alternativa negligenciada: se puder oferecer um bem ou serviço escasso e cobiçado que os outros não podem, fica a ganhar. O que é que é ao mesmo tempo escasso e procurado? Coisas que são difíceis: difíceis de conceber, transmitir e fazer. Por vezes até difíceis, ao princípio, de vender - talvez uma ideia impopular ou um produto avançado para o seu tempo. Na realidade, a única coisa que talvez não esteja disponível em quantidade ilimitada num mundo cada vez mais eficiente e ligado é o produto do trabalho difícil.Gerir uma fábrica complexa já não é particularmente difícil. Existem pessoas em todo o mundo capazes de o fazer mais barato do que você. Abrir outra megaloja deixou de ser difícil há já algum tempo. Conseguir que um produto seja fabricado e enviá-lo para fora de portas? Não é assim tão difícil. A massificação não se aplica apenas a fabricar e vender bens baratos. Quase tudo o que é ensinado na faculdade de gestão é fácil de fazer. É fácil analisar uma folha de cálculo. Fornecer serviços de auditoria não é difícil. Nem gerir um site de alto tráfego.
Com a falta de dificuldade vem mais escolha, mais variação e, sim, preços mais baixos (margens de lucro mais baixas, também). E assim os consumidores de todos os tipos ficam saturados. Isto coloca uma pressão enorme nas organizações, porque a corrida para o fundo exige que façam este trabalho fácil mais depressa ou que o façam mais barato do que fizeram ontem. E não há muito espaço para fazer qualquer um dos dois. O único refúgio da corrida para o fundo? Trabalho difícil. A sua única alternativa é criar algo escasso, valioso, algo por que as pessoas paguem mais.
O que é difícil? Criar beleza é difícil, seja a beleza tangível de uma inovação brilhante ou a essência intangível da liderança excepcional. Existe beleza numa abordagem elegante e original a um problema. Talvez esteja capturada num dispositivo simples que funciona intuitiva, fiável e eficientemente ou numa solução eficaz - uma solução "bonita" - para uma disfunção organizacional. E no acto de ligar-se e liderar pessoas. Liderar a mudança é difícil. É difícil encontrar, contratar e reter pessoas que estejam ansiosas e sejam capazes de mudar o statu quo. É difícil ficar com um projecto do qual todos parecem não gostar. É difícil motivar uma equipa de pessoas a quem mentiram ou cujas esperanças foram goradas.
As pessoas que conseguem fazer trabalho difícil terão sempre procura. E, no entanto, o nosso padrão é fazer o trabalho fácil, trabalho que não é útil, trabalho que requer actividade, não esforço ou coragem verdadeiros. Isso é verdade para as pessoas assim como para as empresas. E acontece porque encaramos o nosso papel como um em que se produz coisas comuns para pessoas comuns, pressionando a descida de preços e, na melhor das hipóteses, melhorando o valor marginalmente. Essa costumava ser a maneira de fazer crescer uma organização.
Já não é assim. O mundo pertencerá aos que criarem algo escasso, não algo barato. A corrida para o topo está a começar.
Seth Godin, guru de marketing
Harvard Business Review
Com a falta de dificuldade vem mais escolha, mais variação e, sim, preços mais baixos (margens de lucro mais baixas, também). E assim os consumidores de todos os tipos ficam saturados. Isto coloca uma pressão enorme nas organizações, porque a corrida para o fundo exige que façam este trabalho fácil mais depressa ou que o façam mais barato do que fizeram ontem. E não há muito espaço para fazer qualquer um dos dois. O único refúgio da corrida para o fundo? Trabalho difícil. A sua única alternativa é criar algo escasso, valioso, algo por que as pessoas paguem mais.
O que é difícil? Criar beleza é difícil, seja a beleza tangível de uma inovação brilhante ou a essência intangível da liderança excepcional. Existe beleza numa abordagem elegante e original a um problema. Talvez esteja capturada num dispositivo simples que funciona intuitiva, fiável e eficientemente ou numa solução eficaz - uma solução "bonita" - para uma disfunção organizacional. E no acto de ligar-se e liderar pessoas. Liderar a mudança é difícil. É difícil encontrar, contratar e reter pessoas que estejam ansiosas e sejam capazes de mudar o statu quo. É difícil ficar com um projecto do qual todos parecem não gostar. É difícil motivar uma equipa de pessoas a quem mentiram ou cujas esperanças foram goradas.
As pessoas que conseguem fazer trabalho difícil terão sempre procura. E, no entanto, o nosso padrão é fazer o trabalho fácil, trabalho que não é útil, trabalho que requer actividade, não esforço ou coragem verdadeiros. Isso é verdade para as pessoas assim como para as empresas. E acontece porque encaramos o nosso papel como um em que se produz coisas comuns para pessoas comuns, pressionando a descida de preços e, na melhor das hipóteses, melhorando o valor marginalmente. Essa costumava ser a maneira de fazer crescer uma organização.
Já não é assim. O mundo pertencerá aos que criarem algo escasso, não algo barato. A corrida para o topo está a começar.
Seth Godin, guru de marketing
Harvard Business Review
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