O presidente da comissão eventual para o acompanhamento das medidas da troika, Vieira da Silva (PS), encerrou hoje os trabalhos parlamentares com uma chamada de atenção ao ministro das Finanças, Vítor Gaspar.
Vieira da Silva, antes de dar por terminada a sessão, manifestou a sua "profunda divergência" por Vítor Gaspar ter "usado boa parte do tempo desta audição para criticar o memorando" de entendimento assinado em 2011, quanto José Sócrates era primeiro-ministro.
"Este debate não pode ser executado desta forma. Se o senhor ministro das Finanças diz que o memorando foi mal negociado, tal não pode ser desligado das condições politicas que foram criadas no país e que determinaram de forma decisiva as negociações", recordou o deputado do PS numa referência ao chumbo do PEC IV.
O socialista e ministro da Segurança Social no último Governo de José Sócrates sublinhou que o PEC IV, chumbado pelo PSD, tinha o "apoio do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia e seria uma alternativa considerável ao pedido de ajuda naquele momento".
Vítor Gaspar questionou a qualidade do memorando inicial e notou que o então Governo socialista "negociou mal" com a troika. Gaspar acusou ainda o PS de ter deixado o país chegar a uma situação de insustentabilidade por ter atrasado o pedido de ajuda internacional.
Miguel Frasquilho saiu em defesa defesa de Gaspar. "Como presidente devia ter evitado manifestar-se sobre este assunto", disse o deputado do PSD a Vieira da Silva.
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