O presidente executivo da Galp Energia, Ferreira de Oliveira, defendeu, esta segunda-feira, que poderá haver petróleo em Portugal, mas que é necessária a continuação do investimento.
foto DIANA QUINTELA/GLOBAL IMAGENS |
O Presidente da Galp, Ferreira de Oliveira |
Manuel Ferreira de Oliveira, que falava na conferência "Indústria Petrolífera: Realidade e Desafios" organizada pela Apetro e Diário Económico, alertava para o papel que os países lusófonos irão ter na geopolítica mundial após as grandes descobertas no Brasil, Angola e Moçambique.
"Cerca de 50% das maiores descobertas de petróleo no mundo desde 2005 foram no Brasil, Angola e Moçambique. Isto, meus amigos, só falta Portugal encontrar petróleo", sublinhou o presidente da Galp.
Apesar dos resultados iniciais serem pouco animadores, Ferreira de Oliveira salientou o exemplo da Noruega, onde só ao 33º poço exploratório se descobriu as potencialidades do petróleo no Mar do Norte.
"Verdade, verdadinha, a Noruega teve que fazer 32 poços para conseguir descobrir as suas reservas, tendo em conta que cada um custa entre 100 e 200 milhões de dólares".
E acrescentou o exemplo do Brasil, onde só ao nono poço exploratório foi possível descobrir no pré-sal uma das maiores reservas de crude do mundo.
O presidente da Galp pediu mais um ano ao Governo para avançar com o projeto de prospeção de petróleo em Portugal, já que a concessão obrigava a empresa a investir cerca de 152 milhões de euros em 2013.
Manuel Ferreira de Oliveira disse no final de abril que, perante os resultados de prospeção iniciais como o mapeamento a 2D e 3D nas concessões no mar de Peniche e Alentejo, necessitava de "mais tempo" para processar a informação e avançar para a fase seguinte, que é a perfuração de um poço experimental, um investimento de mais de 152 milhões de euros.
"Não podemos avançar com uma perfuração de mais de 230 milhões de dólares sem ter a certeza de que podemos encontrar alguma coisa", afirmou o presidente executivo da Galp.
"Temos toda a informação necessária mas ainda não está trabalhada, enviámos as nossas razões à direção geral de Energia e Geologia e estamos à espera de resposta", adiantou.
Manuel Ferreira de Oliveira tinha dito no início de março, numa apresentação aos investidores em Londres, que a probabilidade de encontrar petróleo em Portugal é, neste momento, maior na bacia do Alentejo do que na bacia de Peniche.
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