terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O que a Grécia terá e Portugal não - Dinheiro Vivo

O que a Grécia terá e Portugal não - Dinheiro Vivo

Quando o Eurogrupo decidiu dar mais algumas benesses à Grécia, pensou-se que os restantes países intervencionados, Portugal e Irlanda, podia também vir a beneficia de tal generosidade. Aliás, as declarações iniciais de Jean Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, iam nesse sentido. Mas a Alemanha, secundada pela França, vieram pôr água na fervura, dizendo que os dois casos não são comparáveis. Vejamos então que condições são essas de que Portugal não beneficiará.
1. Alargamento em 15 anos das maturidades
2. Redução das comissões pagas pelos empréstimos em dez pontos base
3. Alargamento em dez anos do prazo para o pagamento de juros.

O compromisso alcançado no seio do Eurogrupo prevê que com estas medidas a dívida grega seja reduzida para 124 por cento do PIB até 2020. Os únicos benefícios que Portugal terá são dois:
1. Não participar na redução das taxas de juro cobradas no empréstimo à Grécia enquanto estiver a receber assistência financeira.

2. O Banco de Portugal não precisará de devolver a Atenas os juros da dívida grega.
Por aqui se ficam as benesses a Portugal. O Fundo Monetário Internacional ja veio lembrar que as condições dos empréstimos a Portugal já são muito favoráveis, mas a verdade é que com os mesmos princípios aplicados aos gregos, pouparíamos cerca de mil milhões de euros/anos ao longo de uma década.


Mas, como diz o velho ditado, quem paga manda, e os ministros das Finanças da Alemanha e de França desaconselharam prontamente Portugal a beneficiar das novas condições acordadas para o empréstimo à Grécia.
"Eu não aconselharia Portugal a ousar esse passo, porque a comparação com a Grécia não me parece adequada", afirmou o ministro alemão, Wolfgang Schäuble, em resposta a uma questão de eurodeputado Diogo Feio (CDS-PP) sobre a possibilidade de as mesmas condições dadas à Grécia serem aplicada em Portugal.
Wolfgang Schäuble lembrou que Atenas é um "caso muito específico" e que seria um "sinal terrível" se Portugal pedisse uma extensão no pagamento de juros. A mesma ideia foi sublinhada pelo ministro francês, Pierre Moscovici, para quem as situações de Portugal e da Grécia "não são as mesmas", sublinhando que o programa de ajustamento português está a ser bem concretizado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário