O empresário brasileiro-colombiano afirma que quem disser que o grupo Synergy não está satisfeito com o processo de venda da TAP está a mentir. E abre um pouco mais o jogo.
O único candidato à compra da TAP, Germán Efromovich, diz que poderá vender em bolsa entre 10% a 20% da transportadora aérea, caso o governo venha a aceitar a proposta da Synergie Aerospace. A entrevista aqui apresentada resulta da síntese das respostas ontem deu aos jornalistas, em conferência de imprensa.
Sobre a privatização da TAP, gostou do que viu até agora?
Estou a gostar daquilo que estou a ver, o problema é que ainda não vi o filme todo. Obviamente que num processo de negociação as partes partem de alguns pontos divergentes, daí a palavra negociação. É para dar tempo para fazer alguns ajustes e compreender os motivos e posições de cada uma das partes, para chegarem a um entendimento. Estamos no quadro da due deligence e neste momento seria prematuro dizer que gostei ou não disto ou daquilo. Até agora não vimos nenhum obstáculo que não possa ser resolvido se as partes quiserem.
Tem-se escrito que o grupo Synergy está insatisfeito...
Qualquer pessoa que diga que o grupo Synergy está insatisfeito está a mentir. Estamos a analisar a proposta, estamos satisfeitos com o processo e queremos levá-lo até ao fim.
O governo diz que a qualquer momento pode suspender a negociação. O que acha disso?
O governo tem o direito de, a qualquer momento, congelar ou interromper o processo. E eu respeito se o governo decidir que isso é o melhor para o país e para a TAP. Mas se o governo abriu este processo de venda é porque tem interesse em privatizar a companhia. Se esse interesse perdurar, tenho a certeza que poderemos chegar a bom termo.
Qual o valor da proposta que pretende apresentar?
Não posso dizer, até pelo dever de confidencialidade a que estou obrigado. Mas, estipular o valor de uma companhia já foi inventado. O governo está assessorado por quatro empresas financeiras que sabem fazer isso. E também já sabe o valor da companhia. O valor não é o problema da negociação. Deverá haver alguns ajustes de ordem filosófica para serem acertados.
Que ajustes filosóficos são esses?
Temos de entender os acordos que foram feitos, compromisso assumidos, analisar restrições nos bilaterais... São detalhes que têm relevância na filosofia e avaliação da estratégia do negócio. Os acordos precisam de ser colocados na mesa, precisamos entendê-los, até para os poder honrar, sejam com os pilotos, colaboradores ou outros. Faz tudo parte da equação. O número é o menos importante. Se a TAP não se associar com a Synergy Aerospace vai ter de se associar com alguém ou não vai sobreviver. Se o grupo Synergy não se associar com alguém, não vai crescer do lado europeu. Há aqui uma necessidade.
O actual presidente da TAP, Fernando Pinto, ficará na empresa?
No momento em que o processo terminar é que vamos pensar no organograma da empresa. O engenheiro Fernando Pinto fez muito pela TAP e é um gerente de alta competência, pouca gente conhece a aviação mais do que ele. É uma possibilidade, mas não conversámos sobre isso, não existe nenhum acordo nesse sentido. Competência para ficar ele tem, mas precisamos ver como vamos organizar-nos.
A ANA não interessa à Synergy?
O nosso negócio não é operar aeroportos, é transportar passageiros. Agora, se um dos participantes na ANA vier convidar-nos para entrar em conjunto, podemos analisar e até aceitar, mas não é o nosso negócio. Quem vier a ficar com a ANA será bem vindo e espero que nos dê o valor que temos. Até por que, se isto der certo, podemos ser responsáveis por mais de 60% da receita da ANA e esperamos ser bem tratados.
Como está a correr o seu processo de aquisição de nacionalidade europeia?
Eu não preciso de iniciar um processo de nacionalização, tenho o direito adquirido de ser polaco, pela lei. Há seis gerações que os meus antepassados são polacos. Sou a primeira geração fora da Europa, devido à II Grande Guerra e ao Holocausto, que levaram o meus pais a fugir da Polónia para a Rússia. Estou neste momento a regularizar a situação.
Onde está sedeada a empresa que vai comprar a TAP?
Somos ligeiros e já estamos a criar a Synergy Portugal… Afinal, estão a corrigir-me, é a Synergy Europa, sedeada no Luxemburgo.
Vai cumprir o prazo previsto?
A data é 7 de Dezembro e pretendemos cumprir. Aliás, nunca pedimos a extensão de um prazo. A equipa está a trabalhar dezoito horas por dia e entendemos que é importante para o Estado português para tirar a empresa do balanço. Se depender de nós, a data será cumprida.
Há hipótese de saírem do negócio ou não apresentarem proposta?
A alternativa de a Synergy Aerospace não apresentar proposta definitiva é zero. Só saímos do barco se nos empurrarem pela lateral!
Podem ter associados?
Há possibilidade de haver associação com algum grupo local. Existem interessados portugueses, europeus, de tudo um pouco. São empresas de fora do sector, congéneres ou simplesmente investidores.
Existe a hipótese de comprar a TAP para recuperá-la e vender mais tarde a terceiros?
Não compramos para vender. O que existe é a hipótese de um IPO (oferta pública de venda), que pode dar-nos capacidade de investimento em frota, por exemplo. E até alguma transparência contabilística. Mas será sempre uma percentagem pequena, entre 10% a 20%.
O único candidato à compra da TAP, Germán Efromovich, diz que poderá vender em bolsa entre 10% a 20% da transportadora aérea, caso o governo venha a aceitar a proposta da Synergie Aerospace. A entrevista aqui apresentada resulta da síntese das respostas ontem deu aos jornalistas, em conferência de imprensa.
Sobre a privatização da TAP, gostou do que viu até agora?
Estou a gostar daquilo que estou a ver, o problema é que ainda não vi o filme todo. Obviamente que num processo de negociação as partes partem de alguns pontos divergentes, daí a palavra negociação. É para dar tempo para fazer alguns ajustes e compreender os motivos e posições de cada uma das partes, para chegarem a um entendimento. Estamos no quadro da due deligence e neste momento seria prematuro dizer que gostei ou não disto ou daquilo. Até agora não vimos nenhum obstáculo que não possa ser resolvido se as partes quiserem.
Tem-se escrito que o grupo Synergy está insatisfeito...
Qualquer pessoa que diga que o grupo Synergy está insatisfeito está a mentir. Estamos a analisar a proposta, estamos satisfeitos com o processo e queremos levá-lo até ao fim.
O governo diz que a qualquer momento pode suspender a negociação. O que acha disso?
O governo tem o direito de, a qualquer momento, congelar ou interromper o processo. E eu respeito se o governo decidir que isso é o melhor para o país e para a TAP. Mas se o governo abriu este processo de venda é porque tem interesse em privatizar a companhia. Se esse interesse perdurar, tenho a certeza que poderemos chegar a bom termo.
Qual o valor da proposta que pretende apresentar?
Não posso dizer, até pelo dever de confidencialidade a que estou obrigado. Mas, estipular o valor de uma companhia já foi inventado. O governo está assessorado por quatro empresas financeiras que sabem fazer isso. E também já sabe o valor da companhia. O valor não é o problema da negociação. Deverá haver alguns ajustes de ordem filosófica para serem acertados.
Que ajustes filosóficos são esses?
Temos de entender os acordos que foram feitos, compromisso assumidos, analisar restrições nos bilaterais... São detalhes que têm relevância na filosofia e avaliação da estratégia do negócio. Os acordos precisam de ser colocados na mesa, precisamos entendê-los, até para os poder honrar, sejam com os pilotos, colaboradores ou outros. Faz tudo parte da equação. O número é o menos importante. Se a TAP não se associar com a Synergy Aerospace vai ter de se associar com alguém ou não vai sobreviver. Se o grupo Synergy não se associar com alguém, não vai crescer do lado europeu. Há aqui uma necessidade.
O actual presidente da TAP, Fernando Pinto, ficará na empresa?
No momento em que o processo terminar é que vamos pensar no organograma da empresa. O engenheiro Fernando Pinto fez muito pela TAP e é um gerente de alta competência, pouca gente conhece a aviação mais do que ele. É uma possibilidade, mas não conversámos sobre isso, não existe nenhum acordo nesse sentido. Competência para ficar ele tem, mas precisamos ver como vamos organizar-nos.
A ANA não interessa à Synergy?
O nosso negócio não é operar aeroportos, é transportar passageiros. Agora, se um dos participantes na ANA vier convidar-nos para entrar em conjunto, podemos analisar e até aceitar, mas não é o nosso negócio. Quem vier a ficar com a ANA será bem vindo e espero que nos dê o valor que temos. Até por que, se isto der certo, podemos ser responsáveis por mais de 60% da receita da ANA e esperamos ser bem tratados.
Como está a correr o seu processo de aquisição de nacionalidade europeia?
Eu não preciso de iniciar um processo de nacionalização, tenho o direito adquirido de ser polaco, pela lei. Há seis gerações que os meus antepassados são polacos. Sou a primeira geração fora da Europa, devido à II Grande Guerra e ao Holocausto, que levaram o meus pais a fugir da Polónia para a Rússia. Estou neste momento a regularizar a situação.
Onde está sedeada a empresa que vai comprar a TAP?
Somos ligeiros e já estamos a criar a Synergy Portugal… Afinal, estão a corrigir-me, é a Synergy Europa, sedeada no Luxemburgo.
Vai cumprir o prazo previsto?
A data é 7 de Dezembro e pretendemos cumprir. Aliás, nunca pedimos a extensão de um prazo. A equipa está a trabalhar dezoito horas por dia e entendemos que é importante para o Estado português para tirar a empresa do balanço. Se depender de nós, a data será cumprida.
Há hipótese de saírem do negócio ou não apresentarem proposta?
A alternativa de a Synergy Aerospace não apresentar proposta definitiva é zero. Só saímos do barco se nos empurrarem pela lateral!
Podem ter associados?
Há possibilidade de haver associação com algum grupo local. Existem interessados portugueses, europeus, de tudo um pouco. São empresas de fora do sector, congéneres ou simplesmente investidores.
Existe a hipótese de comprar a TAP para recuperá-la e vender mais tarde a terceiros?
Não compramos para vender. O que existe é a hipótese de um IPO (oferta pública de venda), que pode dar-nos capacidade de investimento em frota, por exemplo. E até alguma transparência contabilística. Mas será sempre uma percentagem pequena, entre 10% a 20%.
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