Andar de carro nunca foi tão caro. O gasóleo já aumentou quase 120% desde a liberalização do mercado, em janeiro de 2004; o preço da gasolina subiu 84% neste espaço de pouco mais de oito anos. E os combustíveis vão voltar a subir entre dois e três cêntimos já a partir da meia-noite de hoje - um litro de gasóleo deverá passar a custar mais de 1,54 euros; a gasolina ficará por 1,74 euros. São os valores mais altos de sempre."Os preços sobem rapidamente, mas demoram a descer. Tem de haver uma entidade reguladora específica para garantir que existe concorrência e que os lucros das grandes petrolíferas são minimamente controlados", diz Jorge Morgado, secretário-geral da Deco. "Esta contínua subida dos combustíveis está a ter enorme impacto na vida e nos bolsos dos portugueses que estão já a consumir menos combustíveis, deixando o automóvel parado à porta de casa", lembra.
Um exemplo: um condutor que, em janeiro de 2004, fizesse a viagem de ida-e-volta Lisboa/Algarve (total de 600 km) no seu carro a gasóleo (com um consumo médio de 7 litros aos 100km) gastaria 29,40 euros para abastecer os 42 litros necessários; hoje teria de desembolsar quase 65 euros. Com o dinheiro gasto há oito anos não chegaria sequer ao Algarve (só percorreria 271 km). Se o carro fosse a gasolina, para pôr os mesmos 42 litros de combustível seriam necessários hoje 73 euros, contra apenas 39,90 euros há oito anos. Em 2004 andava 600km; hoje, com o mesmo dinheiro só chegaria a percorrer 328 km.
Por detrás da escalada dos combustíveis está uma nova subida do preço do petróleo nos mercados internacionais, em resultado da quebra dos stocks de crude e de produtos refinados (sobretudo da gasolina) nos EUA e do agravamento das tensões políticas no Médio Oriente, com a crise na Síria e o adensar dos rumores de um eventual ataque de Israel ao Irão. A desvalorização do euro e a especulação de que os EUA, Europa e a China poderão avançar com novas medidas de estímulo à economia, o que poderia proporcionar um aumentar do consumo, estão também a empolar o mercado.
"O Governo devia flexibilizar o Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), como forma de equilibrar os aumentos do preço dos combustíveis", defende Virgílio Constantino. "O sector está no limite da sobrevivência e o Governo deveria fazer um esforço no sentido de aligeirar a carga fiscal. Podia utilizar o ISP como um flutuador, de maneira a poder equilibrar o mercado sempre que se registam subidas abruptas do preço dos combustíveis", defendeu o presidente da Associação de Revendedores de Combustíveis (Anarec).
O que é facto é que houve desde 2008 um agravamento da carga fiscal : aumentou o IVA de 20% para 23%, subiu a Contribuição para o Serviço Rodoviário e acabou a isenção de ISP para o biodiesel.
Não surpreende, por isso, que Portugal tenha a 7.ª mais cara gasolina e gasóleo da zona euro.
"Os revendedores estão a braços com uma crise que começou em 2007/2008 e que tem vindo a agravar-se. Com a forte quebra no consumo (ver caixa) estão em risco cerca de 350 postos de abastecimento e 2750 postos de trabalho", lembra Virgílio Constantino.
A economia e as famílias também vão pagar as fatura. "Os custos de produção vão aumentar... e os bens e serviços também", conclui Jorge Morgado.
Um exemplo: um condutor que, em janeiro de 2004, fizesse a viagem de ida-e-volta Lisboa/Algarve (total de 600 km) no seu carro a gasóleo (com um consumo médio de 7 litros aos 100km) gastaria 29,40 euros para abastecer os 42 litros necessários; hoje teria de desembolsar quase 65 euros. Com o dinheiro gasto há oito anos não chegaria sequer ao Algarve (só percorreria 271 km). Se o carro fosse a gasolina, para pôr os mesmos 42 litros de combustível seriam necessários hoje 73 euros, contra apenas 39,90 euros há oito anos. Em 2004 andava 600km; hoje, com o mesmo dinheiro só chegaria a percorrer 328 km.
Por detrás da escalada dos combustíveis está uma nova subida do preço do petróleo nos mercados internacionais, em resultado da quebra dos stocks de crude e de produtos refinados (sobretudo da gasolina) nos EUA e do agravamento das tensões políticas no Médio Oriente, com a crise na Síria e o adensar dos rumores de um eventual ataque de Israel ao Irão. A desvalorização do euro e a especulação de que os EUA, Europa e a China poderão avançar com novas medidas de estímulo à economia, o que poderia proporcionar um aumentar do consumo, estão também a empolar o mercado.
"O Governo devia flexibilizar o Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), como forma de equilibrar os aumentos do preço dos combustíveis", defende Virgílio Constantino. "O sector está no limite da sobrevivência e o Governo deveria fazer um esforço no sentido de aligeirar a carga fiscal. Podia utilizar o ISP como um flutuador, de maneira a poder equilibrar o mercado sempre que se registam subidas abruptas do preço dos combustíveis", defendeu o presidente da Associação de Revendedores de Combustíveis (Anarec).
O que é facto é que houve desde 2008 um agravamento da carga fiscal : aumentou o IVA de 20% para 23%, subiu a Contribuição para o Serviço Rodoviário e acabou a isenção de ISP para o biodiesel.
Não surpreende, por isso, que Portugal tenha a 7.ª mais cara gasolina e gasóleo da zona euro.
"Os revendedores estão a braços com uma crise que começou em 2007/2008 e que tem vindo a agravar-se. Com a forte quebra no consumo (ver caixa) estão em risco cerca de 350 postos de abastecimento e 2750 postos de trabalho", lembra Virgílio Constantino.
A economia e as famílias também vão pagar as fatura. "Os custos de produção vão aumentar... e os bens e serviços também", conclui Jorge Morgado.
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