Só tinha “quatro ou cinco técnicos”, quando seriam precisos pelo menos 20 por cada mil milhões em contrapartidas, diz testemunha.
A Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC) que avaliou a venda dos submarinos não tinha meios para fiscalizar o negócio entre o Estado português e o consórcio alemão. A revelação foi feita ontem pelo presidente do conselho de administração da INTELI durante o julgamento do caso das contrapartidas pela aquisição por Portugal dos dois submarinos de fabrico alemão. Arrolado como testemunha da acusação, Rui Felizardo contou que a comissão só tinha “quatro ou cinco técnicos” quando seriam precisos pelo menos 20 por cada mil milhões em contrapartidas.
Tratando-se de uma testemunha-chave da acusação, já que foi a INTELI (empresa de consultoria) que fez a peritagem durante a investigação do Ministério Público, Godinho de Matos, advogado de defesa dos arguidos alemães, tentou descredibilizar o seu depoimento, salientando que o gestor trabalhou para as diferentes partes envolvidas no processo. Assim e, em resposta a perguntas de Godinho de Matos, o presidente da INTELI admitiu que a empresa de consultoria cobrou 624 mil euros à CPC/Ministério da Economia, 115 mil euros à MAN Ferrostaal (que integra o consórcio alemão construtor dos submarinos) e 400 mil euros à ESCOM (fazia a consultoria para os alemães). O gestor da INTELI disse não se recordar da forma como foram fixados os valores cobrados às diversas entidades, ressalvando, contudo, que trabalhou para a Man Ferrostaal a pedido da própria comissão de contrapartidas.
Ao colectivo de juízes, o gestor disse ainda “conhecer todos os arguidos” do processo das contrapartidas, mas vincou não ter tido qualquer intervenção no processo relativo à compra por Portugal de dois submarinos ao German Conssortium Submarine (GCS). Rui Felizardo admitiu ainda que teve uma colaboração esporádica com a ACECIA (agrupamento complementar de empresas do ramo automóvel), que representava as empresas beneficiárias das contrapartidas, justificando que tinha uma relação de amizade e de proximidade com o presidente da ACECIA, Palma Féria.
Apesar de admitir ter trabalhado para as várias partes envolvidas no processo e cobrar os respectivos serviços prestados, o presidente da INTELI contou também que a peritagem que a empresa fez ao negócio das contrapartidas para anexar à investigação do Ministério Público não foi cobrada pela empresa. Contudo, nem a defesa, nem os restantes intervenientes processuais quiseram aprofundar, em julgamento, as razões que levaram a INTELI a suportar tais custos, pela realização da peritagem pedida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal.
O processo das contrapartidas pela compra por Portugal de dois submarinos ao consórcio alemão GCS (que inclui a Ferrostaal) envolve 10 arguidos (três alemães e sete portugueses), acusados de burla qualificada e falsificação de documentos, num processo que terá lesado o Estado português em mais de 30 milhões de euros.
A Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC) que avaliou a venda dos submarinos não tinha meios para fiscalizar o negócio entre o Estado português e o consórcio alemão. A revelação foi feita ontem pelo presidente do conselho de administração da INTELI durante o julgamento do caso das contrapartidas pela aquisição por Portugal dos dois submarinos de fabrico alemão. Arrolado como testemunha da acusação, Rui Felizardo contou que a comissão só tinha “quatro ou cinco técnicos” quando seriam precisos pelo menos 20 por cada mil milhões em contrapartidas.
Tratando-se de uma testemunha-chave da acusação, já que foi a INTELI (empresa de consultoria) que fez a peritagem durante a investigação do Ministério Público, Godinho de Matos, advogado de defesa dos arguidos alemães, tentou descredibilizar o seu depoimento, salientando que o gestor trabalhou para as diferentes partes envolvidas no processo. Assim e, em resposta a perguntas de Godinho de Matos, o presidente da INTELI admitiu que a empresa de consultoria cobrou 624 mil euros à CPC/Ministério da Economia, 115 mil euros à MAN Ferrostaal (que integra o consórcio alemão construtor dos submarinos) e 400 mil euros à ESCOM (fazia a consultoria para os alemães). O gestor da INTELI disse não se recordar da forma como foram fixados os valores cobrados às diversas entidades, ressalvando, contudo, que trabalhou para a Man Ferrostaal a pedido da própria comissão de contrapartidas.
Ao colectivo de juízes, o gestor disse ainda “conhecer todos os arguidos” do processo das contrapartidas, mas vincou não ter tido qualquer intervenção no processo relativo à compra por Portugal de dois submarinos ao German Conssortium Submarine (GCS). Rui Felizardo admitiu ainda que teve uma colaboração esporádica com a ACECIA (agrupamento complementar de empresas do ramo automóvel), que representava as empresas beneficiárias das contrapartidas, justificando que tinha uma relação de amizade e de proximidade com o presidente da ACECIA, Palma Féria.
Apesar de admitir ter trabalhado para as várias partes envolvidas no processo e cobrar os respectivos serviços prestados, o presidente da INTELI contou também que a peritagem que a empresa fez ao negócio das contrapartidas para anexar à investigação do Ministério Público não foi cobrada pela empresa. Contudo, nem a defesa, nem os restantes intervenientes processuais quiseram aprofundar, em julgamento, as razões que levaram a INTELI a suportar tais custos, pela realização da peritagem pedida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal.
O processo das contrapartidas pela compra por Portugal de dois submarinos ao consórcio alemão GCS (que inclui a Ferrostaal) envolve 10 arguidos (três alemães e sete portugueses), acusados de burla qualificada e falsificação de documentos, num processo que terá lesado o Estado português em mais de 30 milhões de euros.
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