sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Estado tem ainda mil milhões de euros em acções da Galp, EDP e REN para vender | iOnline

Estado tem ainda mil milhões de euros em acções da Galp, EDP e REN para vender | iOnline

Depois de vender o que resta da EDP, o governo fica ainda com a possibilidade de alienar os 7% na Galp e 10% na REN.

O Estado ainda detém, via Parpública, participações accionistas na EDP, Galp e REN (Redes Energéticas Nacionais) que valem a preços de mercado mais de mil milhões de euros (1137 milhões ao fecho de ontem).
Parte destes activos não estava disponível para venda quando Portugal fechou as condições de ajuda com a troika que impôs a saída do capital da Galp, EDP e REN, bem como o fim de todas as golden-shares (acções com direitos especiais). Na EDP e Galp, algumas acções foram objecto de emissões de obrigações que deram aos investidores o direito de opção sobre os títulos. O prazo destas operações está-se a aproximar do fim, libertando esses activos para venda, não obstante poderem representar uma perda que estava quantificada nas contas do primeiro semestre da Parpública em 160 milhões de euros.
O governo aprovou esta semana a venda dos últimos 4% do capital que tem na EDP e que valem em bolsa 314 milhões de euros. A partir de 18 de Dezembro, os investidores podem pedir o reembolso antecipado do capital ou ficar com as acções, a partir de Dezembro de 2013. Tendo em conta a evolução da cotação da eléctrica, é mais provável que prefiram, como aconteceu no passado, receber o dinheiro, pelo que a Parpública terá o direito a vender estas acções.
A operação será feita através de dispersão (bolsa) em uma ou mais vendas directas dirigidas a investidores nacionais e ou estrangeiros. A alienação pode ser realizada mediante oferta particular, colocação ou venda competitiva, sendo a decisão da Parpública.
Na Galp, a emissão obrigacionista realizada em 2010 prevê que os investidores possam pedir a troca por acções a partir de Março de 2013 e o reembolso antecipado em Setembro de 2015. O valor de mercado das acções, que representam 7% do capital da petrolífera, é superior a 700 milhões de euros. Por vender está também a participação de 1% da Caixa na Galp, operação que já deveria ter sido realizada pelo calendário da troika. O banco do Estado tem invocado acordos de preferência com accionistas, mas a alienação poderá realizar-se no quadro da venda dos 28% que a ENI tem na Galp e que, segundo os italianos, poderá acontecer “em breve”.
Apesar de não fazer parte da lista de privatizações, a venda de cerca de 10% do capital na Redes Energéticas Nacionais, valorizado em 105 milhões de euros, é referida no relatório da quinta avaliação da Comissão Europeia a Portugal. O governo comprometeu-se a realizar mais privatizações do que as anunciadas, na sequência da intenção de canalizar parte substancial da receita com a concessão da ANA – Aeroportos de Portugal para o défice e não para a dívida pública.

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