Ponto
máximo da já famosa chuva de meteoros acontece hoje à noite
Os amantes da astronomia vão ter um resto de mês em
cheio, que começa já hoje. Quando anoitecer, os portugueses serão brindados com
uma chuva de estrelas. O fenómeno que acontece anualmente atinge o seu pico
hoje e repete-se, embora com menor intensidade, até ao dia 24. O melhor local
para ver as estrelas cadentes é o campo e, de preferência, longe dos incêndios.
O fumo que cobre uma parte significativa do país poderá dificultar a sua
observação.
"Do ponto de vista astronómico, todo o país poderá
ver a chuva de estrelas. Mas, nas zonas com muito fumo, vai ser muito difícil
vê-las", adiantou ao DN Rui Agostinho, diretor do Observatório Astronómico
de Lisboa. O fumo dos incêndios tem dois efeitos: "Reduz o brilho dos
objetos e torna as estrelas mais avermelhadas, fazendo desaparecer a maior
parte dos meteoros."
A atividade máxima da famosa chuva de meteoros das
Perseidas decorre entre as 13.00 e 15.30, mas, em Portugal, só será visível
"quando começar a ficar escuro". Para o pico desta chuva, são
estimados cerca de 110 meteoros por hora. "Nem todos são muito brilhantes.
A maioria são fracos." Daí que, para uma melhor observação, seja
recomendada uma zona afastada das cidades, sem influência das luzes.
Quem quiser admirar este fenómeno não necessita de
qualquer material específico, uma vez que "tudo isto é a olho nu".
Como o fenómeno "não está localizado temporalmente numa hora,
espalhando-se por muitos dias, todos os países o podem ver". No entanto,
nem todos o observam da mesma forma: "Como o ponto radiante é do lado
norte do planeta, os países do Sul não veem tão bem. Nas latitudes mais a norte
o efeito é mais giro."
Perseidas são chuvas de estrelas, assim designadas porque
o ponto a partir do qual os meteoros parecem surgir localiza-se na constelação
Perseus. Este fenómeno resulta da passagem da Terra, na sua órbita à volta do
Sol, perto dos detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle. "A libertação
de poeiras e pequenas partículas associada à sublimação do gelo no núcleo
cometário deixa um rasto no espaço. Como a órbita deste cometa passa na zona da
órbita terrestre, todos os anos a Terra embate nestas partículas, os
meteoroides, que penetram a atmosfera a velocidades médias de 30 km/s",
lê-se no site do OAL. A maior parte desfaz-se, deixando "rastos luminosos",
que se designam por meteoros.
Em todo o mundo, amantes da astronomia e curiosos
reúnem-se para observar o céu por estes dias. Por cá, nesta noite, o
Observatório Astronómico de Santana - Açores estará aberto a partir das 21.00
para a observação deste "espetáculo celestial". Amanhã, o Centro
Ciência Viva do Lousal também abre as portas.
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