terça-feira, 4 de junho de 2013

"No último trimestre teremos de volta o crescimento económico" - Dinheiro Vivo

"No último trimestre teremos de volta o crescimento económico" - Dinheiro Vivo

"Já ultrapassamos grandes dificuldades e desequilíbrios, temos um défice de 3,6% o que significa que se não fosse a conjuntura estaria perto dos 3%", afirmou o secretário de Estado das Finanças. 
Manuel Rodrigues, que falou com jornalistas no âmbito do Pan-European Days que decorre em Wall Street e que é organizado pela NYSE Euronext e pelo BESI, sublinhou a importância de "angariar" investidores dos Estados Unidos, uma vez que um terço foi responsável pela emissão de dívida a 5 anos e um quinto no leilão de dívida a 10 anos que Portugal realizou. 
"Estamos a iniciar um novo ciclo de investimento em 2013, no sentido de gerar mais emprego e um desenvolvimento sustentável. Este é o momento para investir em Portugal e na Europa", argumentou. "Espero que no último trimestre do ano haja um ponto de inflexão, um regresso ao crescimento económico em Portugal. Os sinais que temos é que nessa altura teremos um momento de inflexão. Acreditamos que estamos perto do ponto de inflexão, e que no último trimestre deste ano teremos de volta o crescimento económico ", previu o responsável. 
O secretário de Estado sublinhou que nas últimas emissões de dívida, do país e também das empresas, tem "havido uma mudança no perfil do investidor que passou a ter uma perspetiva de médio longo prazo e não tanto especulativa" e que "o custo de financiamento da República é o referencial para as empresas que passaram a aceder ao mercado e a custos mais baixos. O risco de investir em Portugal é mais baixo"”. 
"Estamos aqui em Nova Iorque para promover o investimento em Portugal e as privatizações. Este programa de privatização tem mostrado que tem havido procura e confiança da parte dos investidores", salientou. Sobre a possibilidade de as privatizações passarem pela bolsa, o responsável defendeu que "há várias possibilidade que estão em aberto e que serão trabalhadas, não vim cá promover um caso em especifico mas promover Portugal, dar sinais de confiança e dar mais visibilidade ao esforço que tem sido feito pelos portugueses. Qualquer questão específica sobre as privatizações serão anunciadas em Portugal e não em Nova Iorque". 
"O objetivo é comunicar a implementação das reformas estruturais e que permitiram libertar o estrangulamento ao investimento e ao crescimento económico, mostrar a visão de Portugal para esta década. Passámos de um peso de 29% das exportações no PIB para 39% e pretendemos almejar um peso de 50% nesta década. É preciso aumentar o peso da indústria na economia, permitindo um crescimento sustentável que permita a geração de emprego", argumentou. 
"Estamos a assistir à normalização da curva de rendimento, com o aumento do volume da dívida e redução do custo. Para as agências de rating já teremos atingido o ponto de inflexão, com a S&P a rever o outlook. Além disso, os CDS já estão acima do rating que temos, o que nos dá confiança para uma possível revisão do outlook. Esta mudança é a evolução que antecipa uma revisão", salientou. 
Manuel Rodrigues defendeu que "Portugal oferece um bom investimento, rendimento e retorno para os investidores. Estamos em interação contínua com as agências de rating". O responsável do Governo revelou ainda que a emissão de dívida a 10 anos "já cobriu as necessidades de financiamento de 2014. Portugal está numa situação confortável e estamos num processo gradual e contínuo". "Os investidores têm confiança no processo de ajustamento, que o país tem condições para continuar a progredir. A coesão social é essencial e há confiança de que o país conseguirá ultrapassar os próximos desafios", concluiu. 
"O tempo para investir é agora"  
O secretário de Estado das Finanças foi igualmente um dos oradores numa das conferências. Manuel Rodrigues começou por salientar que "falar de Portugal é falar da Europa. Os países periféricos foram os mais afetados pela crise. No nosso caso avançámos com medidas para acabar o estrangulamento do crescimento e, em dois anos, Portugal reduziu o défice em 7%, o que é impressionante apesar de ter sido um processo doloroso”. “Portugal e Irlanda são dois exemplos de sucesso. No nosso caso, a liquidez e o volume impediram-nos de ter acesso ao mercado e hoje o modelo de negócios alterou-se centrando-se nos bens não transacionáveis. Ainda assim os custos de financiamento para o Estado e para as empresas não é assim tão baixo”. “A crise é uma oportunidade dado o carácter de urgência que incute na resolução de problemas."

"É preciso uma maior inovação"”, defendeu. “O caso de Espanha é preocupante pois é o nosso principal mercado de exportação. Tínhamos de resolver os problemas. As empresas tiveram de desalavancar, reduzir balanços, abrirem-se a outros mercados e hoje estão melhores e mais resilientes”, disse o responsável. “Este ano regressamos aos mercados não porque precisávamos mas sim para reduzir os custos de financiamento das empresas. Acredito neste processo, mas temos de ter paciência. O tempo para investir é agora”", concluiu Manuel Rodrigues.

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