Ainda não se conhece a identidade da "mulher de vermelho" que se está a tornar num símbolo da resistência nacionalFotografia © Osman Orsal - Reuters
Imagens chocantes de uma mulher a ser atingida com gás lacrimogéneo na cara pelas forças de segurança turcas está a tornar-se num símbolo dos protestos no país e da resistência popular.
A polícia turca voltou esta noite a utilizar gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar centenas de manifestantes reunidos nas cidades de Istambul e Ancara, que protestam contra o Governo.
Segundo imagens da comunicação social local e o testemunho de um correspondente da agência francesa AFP, os manifestantes tentavam dirigir-se para os escritórios do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, naquelas duas cidades turcas, ignorando as ordens da polícia para dispersar.
Em Hatay, na fronteira com a Síria, também se registaram confrontos, que causaram ferimentos em pelo menos três manifestantes e dois agentes da polícia. Na segunda-feira, um manifestante morreu nesta cidade no Sudeste do país, após ter ficado ferido nos protestos.
Milhares de manifestantes continuam reunidos na Praça Taksim, no coração de Istambul, onde a revolta está concentrada desde sexta-feira.
Os confrontos começaram após a repressão policial dos manifestantes que contestavam um projeto urbanístico que pretende colocar um centro comercial no lugar do Parque Gezi, em Istambul, mas, entretanto, transformaram-se numa mais vasta contestação ao Governo, acusado de tentar islamizar a sociedade turca e de coartar as liberdades cívicas.
Segundo fontes oficiais, pelo menos duas pessoas já morreram e três centenas ficaram feridas, mas a Amnistia Internacional fala em vários milhares de feridos.
O Governo turco já pediu desculpas pelo uso excessivo da força para reprimir os manifestantes e pediu o fim dos protestos.
"Peço desculpa aos que foram vítimas de violência por serem sensíveis à defesa do ambiente", afirmou hoje o vice-primeiro-ministro e porta-voz do Governo, Bulent Arinç.
A Alta Comissária das Nações Unidas, Navi Pillay, exigiu à Turquia que realize um inquérito "rápido, completo, independente e imparcial" sobre a atuação da polícia, que "terá violado a lei e as normas internacionais".
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