Mesmo que não fosse um dos escritores alemães mais vendidos do momento, Thilo Sarrazin não deixaria de atrair atenções. O bigode cor de prata e o olho esquerdo perpetuamente semicerrado conferem-lhe um ar distintivo e vagamente sinistro. Contudo, nesta fresca manhã de primavera, Sarrazin consegue passar despercebido no Wiener Conditorei Caffeehaus, um café movimentado de estilo vienense num bairro abastado de Berlim ocidental. Para Sarrazin, atrever-se a sair não é tão fácil como outrora. A sua presença em público exige medidas de segurança e em certas zonas de Berlim é tão impopular que já nem consegue marcar mesa para jantar.
Bebendo o seu chá, começa por falar do Holocausto. “A nossa culpa relativamente à guerra é excessivamente usada nos argumentos políticos”, afirma. “Usa-se para sugerir como devemos tratar os imigrantes, que devemos ter políticas de asilo tão liberais quanto possível e que temos de resgatar outros países do euro.” Interrompe-se para tomar mais um pouco de chá. “Porém, isso não tem nada que ver com os factos objetivos do nosso passado.”
Nos últimos três anos, Sarrazin, de 68 anos, publicou dois livros densos mas muito populares, ambos dirigidos ao consenso que tem guiado a política alemã ao longo de décadas. No primeiro, avisa que a identidade do país está a ser destruída pelos imigrantes muçulmanos, que afirma serem menos inteligentes do que os alemães nativos. Vendeu 1,5 milhões de cópias. No segundo, publicado no ano passado, argumenta que a Alemanha deve abandonar o euro e que a única coisa que, na sua opinião, a impede de o fazer é o sentimento de culpa alemão relativamente ao Holocausto e a ligação sentimental à unidade europeia.
As suas opiniões custaram-lhe o emprego no conselho de administração do Bundesbank e quase lhe causaram a expulsão do Partido Social Democrata. Em abril, uma comissão das Nações Unidas dedicada à discriminação racial repreendeu a Alemanha por uma entrevista que Sarrazin dera em 2009, na qual, entre outras coisas, afirmava que “grande número de árabes e de turcos em Berlim não têm mais função produtiva que a do negócio de fruta e legumes”. A reprovação não fez mais que fortalecer a autoproclamada reputação de Sarrazin: ele é o homem que diz o que não se supõe que os alemães digam.
Noutras partes da Europa, as temáticas de Sarrazin - os perigos do islão e do euro - talvez não provocassem grande controvérsia. Mas na Alemanha do pós-guerra, onde os traumas do regime nazi definem as fronteiras do discurso público aceitável, os maiores partidos sempre concordaram em manter o silêncio acerca de certos assuntos. Uma sondagem recente revelou que um terço dos alemães diz não haver “liberdade de opinião” no país. É este o público-alvo de Sarrazin, embora mais na linguagem de um burocrata de carreira do que na de um agitador populista: “Quando [os tabus] deixam de servir a causa da delicadeza política e começam a interferir nos domínios do conhecimento, do questionamento e da descoberta”, declara, “tornam-se inúteis”. Por mais deficiente que seja a sua retórica, Sarrazin conseguiu explorar um amplo desconforto. Com as eleições nacionais no próximo outono, a guerra cultural de Sarrazin pode rapidamente estender-se aos debates parlamentares no Bundestag e desafiar a abordagem da chanceler Angela Merkel à crise do euro. Até agora, os legisladores alemães têm demonstrado vontade de dar garantias de resgate aos países europeus debilitados, na condição de estes concordarem em impor austeridade. Porém, a maioria dos alemães está a atingir os limites da sua generosidade. Muitos não se importariam de ver os vizinhos sofrer as consequências da insolvência. O que nem sempre tiveram foi uma figura pública que quisesse dizê-lo.
É aqui que entra Sarrazin. “Quando George W. Bush foi eleito para o segundo mandato, disse à imprensa: ‘Conquistei capital político e tenciono usá-lo’ ”, conta Sarrazin, com um sorriso. “Sempre gostei dessa frase.”
O homem que estabilizou o orçamento de Berlim
Sarrazin nasceu em fevereiro de 1945, três meses antes da rendição do regime nazi, na pequena cidade alemã ocidental de Recklinghausen. Filho de um médico, formou-se na elitista escola secundária local antes de partir para a Universidade de Bona, onde prosseguiu os estudos de Economia. Doutorou-se em 1973 e entrou para a função pública.
Sarrazin nasceu em fevereiro de 1945, três meses antes da rendição do regime nazi, na pequena cidade alemã ocidental de Recklinghausen. Filho de um médico, formou-se na elitista escola secundária local antes de partir para a Universidade de Bona, onde prosseguiu os estudos de Economia. Doutorou-se em 1973 e entrou para a função pública.
Chegou a Berlim em 2002, escolhido pelo Partido Social Democrata para assumir a responsabilidade pelas finanças da cidade. Antes ocupara posições de alto nível como consultor no Ministério das Finanças federal e como economista no Fundo Monetário Internacional, em Washington. Também foi membro do conselho de administração da Deutsche Bahn, a empresa de caminhos-de-ferro do país.
Apesar disso, quando foi apresentado aos jornalistas da capital, “ninguém fazia ideia de quem era”, diz Ulrich Zawatka-Gerlach, editor do diário berlinense Der Tagesspiegel. “Convidaram-nos para ir à câmara municipal e lá estava aquela figura pequenina e grisalha.” Também repararam na sua gaguez e no estrabismo imprevisíveis, consequências de uma operação aos ouvidos realizada há uma década. O carisma, contudo, era irrelevante para a missão de Sarrazin, que, nesse ano, em Berlim, era a de salvar a cidade da bancarrota.
Após a queda do Muro de Berlim, acabaram os subsídios que mantinham solventes ambos os lados da cidade. Em 2002, esta debatia-se com uma dívida pública de 46 mil milhões de euros. Sarrazin despediu milhares de funcionários públicos e começou a avaliar os subsídios estatais. Também arrancou com a venda do único banco que era propriedade municipal, um negócio avaliado em 5,35 mil milhões de euros. Apesar de uma intensa resistência, as políticas de austeridade de Sarrazin estabilizaram o orçamento berlinense. Esta experiência em Berlim ensinou-lhe algumas lições de política alemã. Toda a gente sabia que a cidade estava financeiramente arruinada e, contudo, os políticos municipais, escravos da ideologia prevalecente do estado de bem-estar, urraram a cada corte orçamental. Sarrazin concluiu que precisava de apresentar o retrato de uma Berlim à beira da catástrofe. “Uma vez que tinha desenvolvido uma perceção aguda do problema, fui capaz de iniciar a discussão acerca das medidas adequadas para o combater”, diz agora acerca do seu método. “É preciso encontrar a fórmula retórica apropriada - e, se exagerarmos um bocadinho, funciona muito bem.”
Aplicou um sentido de urgência semelhante à educação, ao estado social e à imigração. Em fevereiro de 2008, para demonstrar que os subsídios estatais eram demasiado generosos, mandou a sua equipa elaborar uma ementa que custasse apenas quatro euros por dia e fez questão de que se soubesse que ele próprio se restringira a tal dieta durante uma semana. Perante o aumento do preço da energia, alguns meses depois, aconselhou as famílias de menores rendimentos a vestirem mais camisolas no inverno, em vez de gastarem dinheiro em aquecimento. Em 2009, repreendeu os imigrantes muçulmanos pela sua falta de produtividade económica, declarando numa entrevista: “Não tenho de respeitar ninguém que viva às custas do Estado, que rejeite o Estado, que não suporte a educação dos seus filhos e que constantemente produza novas raparigas de cabeça tapada.” Mais tarde, declarou ao jornal Die Zeit: “Acredito que essa frase foi uma das minhas obras-primas. Desencadeou uma discussão. Era esse o objetivo.”
Os erros do euro e a indolência do Sul da Europa
Em finais de 2009, Sarrazin deixara Berlim para se juntar ao conselho de administração do Banco Central Alemão, em Frankfurt. Começara também a trabalhar num livro em que resumia as suas opiniões acerca da imigração, do islão e do Estado social. Publicado um ano mais tarde, Deutschland Schafft Sich Ab (A Alemanha Está a Abolir-se a Si Mesma), avisava que o país se encontrava à beira da extinção. Citou tendências demográficas - incluindo o influxo de imigrantes muçulmanos e a recusa dos nativos alemães “inteligentes” de se reproduzirem, o que, segundo ele, conduzia a um colapso irrevogável a identidade cultural do país. Muitos populistas na Europa tinham atacado os muçulmanos por perturbarem a cultura tradicional europeia. A contribuição de Sarrazin foi argumentar que dados disponíveis acerca do QI provavam que os muçulmanos eram, efetivamente, incapazes de se integrar na sociedade ocidental.
Em finais de 2009, Sarrazin deixara Berlim para se juntar ao conselho de administração do Banco Central Alemão, em Frankfurt. Começara também a trabalhar num livro em que resumia as suas opiniões acerca da imigração, do islão e do Estado social. Publicado um ano mais tarde, Deutschland Schafft Sich Ab (A Alemanha Está a Abolir-se a Si Mesma), avisava que o país se encontrava à beira da extinção. Citou tendências demográficas - incluindo o influxo de imigrantes muçulmanos e a recusa dos nativos alemães “inteligentes” de se reproduzirem, o que, segundo ele, conduzia a um colapso irrevogável a identidade cultural do país. Muitos populistas na Europa tinham atacado os muçulmanos por perturbarem a cultura tradicional europeia. A contribuição de Sarrazin foi argumentar que dados disponíveis acerca do QI provavam que os muçulmanos eram, efetivamente, incapazes de se integrar na sociedade ocidental.
O editor encomendou apenas 25 mil exemplares para a primeira tiragem do livro, em agosto de 2010, mas isso foi antes de os políticos alemães decidirem atacá-lo. Os líderes dos principais partidos descreveram--no ora como “fracasso moral” ora como “guerreiro tribal”. O responsável por uma das estações públicas alemãs declarou na televisão que Sarrazin abandonara “o consenso democrático”.
Os ataques tiveram um efeito perverso. Mesmo quando os alemães não concordavam com o livro de Sarrazin, pareciam ansiosos por ser provocados por ele. Tendo vendido 1,5 milhões de exemplares, tornou--se um dos livros de não-ficção mais vendidos após a reunificação do país, em 1990. (Em comparação, o bestseller de Michael Lewis, Moneyball, vendeu um pouco abaixo de um milhão de cópias nos Estados Unidos.) Depois de o Bundesbank ter obrigado Sarrazin a demitir-se, este começou a realizar uma série de conferências - sempre esgotadas - por todo o país. O presidente dos Sociais-Democratas apoiou uma tentativa de o expulsar, mas recuou quando se tornou claro que grande percentagem de membros do partido simpatizava com os seus argumentos. Apenas algumas semanas depois de ter anunciado que o menosprezo de Sarrazin pelos muçulmanos era “completamente inútil”, Merkel declarou que o multiculturalismo “falhara rotundamente”.
No segundo livro, Europa Braucht den Euro Nicht (A Europa não Precisa do Euro), publicado em maio, o autor declara que foi um erro a Alemanha ter criado a moeda única e que a corrupção, a má gestão e a indolência eram endémicas na cultura sul-europeia; acrescentava que seria melhor para Berlim sair do euro ou, pelo menos, impor condições mais duras aos seus vizinhos endividados. Os alemães, escreveu Sarrazin, deviam deixar de sentir que precisavam de “expiar o Holocausto e a II Guerra Mundial”, colocando “todos os nossos interesses e dinheiro em mãos europeias”. Ao fazer a crítica do livro para um jornal nacional, Peer Steinbrück - o político social-democrata que concorrerá contra Merkel nas eleições - disse que Sarrazin estava, mais uma vez “a fazer o papel de professor, avisando o povo alemão para um desastre iminente, desta vez causado pelo euro”.
A transição de Sarrazin de funcionário público anónimo para bête noir nacional tornou-o rico e vilipendiado. Um jornal nacional etiquetou-o recentemente de “prostituta” vendida à comunicação social alemã. (Sarrazin processou-os por difamação e perdeu.) Isso não alterou a certeza da sua retidão. “As pessoas só se zangam quando é questionado algo que consideram fazer parte da sua identidade, mas depois não conseguem justificá-lo”, explica. Quando lhe perguntam se modificaria alguma coisa nos seus livros, é sucinto: “Só gostava de me ter exprimido de modo ainda mais acutilante.”
Um burocrata orgulhoso e convicto
Em meados de março, Sarrazin viajou para a cidade alpina de Linz, onde proferiu um discurso acerca da crise do euro, a convite do partido de extrema-direita austríaco, Partido da Liberdade. Foi agressivo e pouco carismático ao longo do serão, conseguindo pôr a dormir uma boa parte de uma audiência antes bastante entusiasmada. Enquanto explicava minuciosamente os atuais défices monetários europeus e o significado das diferenças de competitividade internacional, um homem corpulento sentado a meu lado - vestido com o tradicional casaco de caça austríaco - pousou cuidadosamente o seu copo de cerveja e adormeceu.
Em meados de março, Sarrazin viajou para a cidade alpina de Linz, onde proferiu um discurso acerca da crise do euro, a convite do partido de extrema-direita austríaco, Partido da Liberdade. Foi agressivo e pouco carismático ao longo do serão, conseguindo pôr a dormir uma boa parte de uma audiência antes bastante entusiasmada. Enquanto explicava minuciosamente os atuais défices monetários europeus e o significado das diferenças de competitividade internacional, um homem corpulento sentado a meu lado - vestido com o tradicional casaco de caça austríaco - pousou cuidadosamente o seu copo de cerveja e adormeceu.
Sarrazin nunca tentou alterar a sua identidade como burocrata frio. Em parte, é por isso que é tão popular na Alemanha. Ser um Beamter - funcionário público disciplinado, burocrata rigoroso e pronto a dar conselhos - é altamente prestigiante. “Os alemães confiam nos seus administradores”, diz. “E devem fazê--lo. Temos uma longa tradição de burocracia ordeira e eficiente.”
Os livros de Sarrazin, contudo, não correspondem ao padrão do Beamter. Deutschland Schafft Sich Ab, por exemplo, não se dá ao trabalho de discutir se a inteligência herdada pode, efetivamente, ser medida de maneira útil, declarando apenas que é esse o caso. (“Nenhum especialista sério veio alguma vez refutá-lo”, é o argumento de Sarrazin). Europa Braucht den Euro Nicht também enferma de análises desleixadas, matemática confusa e fidelidade a uma forma crua de mercantilismo. Ao longo do livro, está implícito que a economia internacional é um jogo em que para uns ganharem outros têm de perder: Sarrazin apenas parece interessado no desempenho das economias relativamente umas às outras, não lhe importando se essas economias cresceram em termos absolutos. Para provar a sua afirmação de que a Alemanha não beneficiou com o euro, apresenta estatísticas que demonstram que a percentagem de exportações alemãs para os países europeus diminuiu ao longo de dez anos. Não menciona que as exportações alemãs para a Ásia, sobretudo para a China, cresceram intensamente no mesmo período.
Do mesmo modo, quando discute outra das suas afirmações centrais - que o euro prejudicou muito as economias da Europa do Sul -, uma das suas principais provas é que o rendimento médio per capita francês em 1999 era 15% mais elevado do que a média da União Europeia, e apenas 8% mais alto em 2010. Esquece-se de mencionar que o PIB per capita do país no mesmo período teve um aumento médio anual de 1,5% (melhor, vale a pena notar, que os 1,22% alemães). Além disso, há questões acerca da crise do euro que Sarrazin evita completamente - por exemplo, se os excedentes orçamentais na economia alemã ajudaram a aumentar as bolhas imobiliárias que acabaram por rebentar em Espanha e na Irlanda.
Nos seus livros, Sarrazin demonstra grande à vontade com o snobismo social que impregna a elite alemã. Cada capítulo de Deutschland Schafft Sich Ab é contemplado com uma epígrafe, citando uma obra relevante da literatura clássica alemã. No decurso de uma conversa inicial que durou duas horas, Sarrazin citou Galileu, os poetas alemães clássicos Friedrich Schiller e Friedrich Hölderlin, o economista vencedor do Nobel Robert Fogel, Alexis de Tocqueville, Karl Popper e William Shakespeare (“Pode-se dizer que é um poeta alemão tanto quanto inglês”).
A devoção de Sarrazin à alta cultura alemã dá o tom às suas ideias políticas e à forma como são recebidas. Quando exprime apoio ao nacionalismo alemão, não é com a retórica crua dos partidos neonazis alemães: Sarrazin não nega o Holocausto. Não fala em abandonar o legado da II Guerra Mundial. Defende que os alemães precisam de uma compreensão mais ampla da sua história. “A história da cultura mundial tem sido sempre largamente documentada na Alemanha”, diz, referindo-se às traduções alemãs de literatura estrangeira. “Mas não temos consciência, ou não queremos apreciar a riqueza da nossa cultura.”
Sarrazin fala também muito dos judeus, tanto nos seus livros como pessoalmente. O seu interesse pela cultura judaica não é colorido por um antissemitismo grosseiro, mas antes por um igualmente simplista filossemitismo. (“Os judeus da Europa de Leste têm um êxito sem precedentes aonde quer que vão. Nos Estados Unidos, por exemplo, têm uma representação desproporcionada no Senado, na comunicação social, nos escritórios de advogados.”)
Talvez o maior sucesso de Sarrazin tenha sido apelar tanto à vaidade da alta cultura quanto à ansiedade das classes mais baixas. O seu discurso em Linz atraiu diferentes quadrantes da sociedade austríaca, desde os camponeses com os trajes típicos aos empreendedores de fato às riscas. O único traço unificador foi a ausência de minorias na assistência, à exceção de um homem de pele escura que não se inscrevera para o evento e foi retirado à força das instalações.
Sarrazin está a trabalhar no próximo livro, mas não revela qual é o assunto. Diz que o seu objetivo é descrever as virtudes do pessimismo alemão. “Se estivermos felizes porque o Sol brilha, então não precisamos de resolver qualquer problema”, afirma. “O pessimismo é um pré-requisito para qualquer verdadeiro progresso cultural ou intelectual”.
Sobre a Alemanha, apesar de todo o seu poder, pende uma nuvem: a crise do euro e o abrandamento da economia. Isso influenciará, sem dúvida, as eleições de setembro. Os argumentos de Sarrazin já estão a influenciar a campanha, com a Democracia Cristã de Merkel a prometer medidas duras contra os migrantes ciganos da Europa Oriental e o favorecimento dos refugiados cristãos relativamente aos muçulmanos que fogem da guerra na Síria. Os principais partidos da oposição ainda receiam criticar a forma como Merkel lida com a crise, mas um partido novo, chamado Alternative für Deutschland (Alternativa para a Alemanha) está empenhado em conquistar assentos parlamentares através da exigência do regresso ao marco alemão.
A Sarrazin falta temperamento e paciência para concorrer a um mandato, menos ainda para fazer campanha. No entanto, não se esquece que, em 2011, um número significativo de alemães - 18%, numa sondagem - disse que votaria num partido sob a sua liderança. “Há duas etapas na criação de um novo movimento político”, afirma. “Primeiro, é necessário que os intelectuais façam o trabalho preparatório, declarem que as coisas não vão bem. No século xviii tínhamos Rousseau. No xix tivemos Marx. No século xx foram os fascistas.”
Sarrazin não revela quem, na sua opinião, devia hoje desempenhar esse papel. “Descrevo muitos factos e as suas relações causais”, diz. “Deixo ao critério do leitor decidir o que fazer em relação a isso.”
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