O primeiro-ministro garantiu, esta sexta-feira, no debate quinzenal, que a saída do ministro Miguel Relvas não criará nenhuma crise política no país, em resposta ao líder do PS, António José Seguro. O PCP e BE pediram que, "em solidariedade" com Miguel Relvas, Pedro Passos Coelho se demita também.
foto Natacha Cardoso / Global Imagens/ Arquivo |
Primeiro-ministro no Parlamento |
"Ao contrário do que sugere, não temos um problema de coesão no Governo. Estamos mais coesos nesta coligação e no Governo do que na assombração que paira sobre o Partido Socialista", respondeu Pedro Passos Coelho.
O PCP e BE pediram que "em solidariedade" com Miguel Relvas, Passos Coelho se demita também.
"Se há lição que devia tirar era seguir-lhe o exemplo. Demita-se antes que alguém o demita", frisou o deputado e coordenador do BE João Semedo. O coordenador do BE foi ainda mais longe: "Não é só a história do abuso de Miguel Relvas. O senhor lidera um Governo que tem abusado do país e da Constituição".
Na resposta ao BE, o primeiro-ministro disse não conhecer "o teor dos relatórios" e que caberá ao ministro da Educação dar "todas as explicações que o Parlamento entenda", mas que sabe, do que lhe foi "transmitido", que os documentos visam a universidade e não qualquer "comportamento de Miguel Relvas".
Passos sublinhou que a Inspeção-Geral da Educação "atuou da mesma maneira que teria atuado se qualquer outra pessoa estivesse envolvida" e que "tendo havido absoluta independência e transparência não caberá ao Governo julgar mais este processo, mas ao Ministério Público percorrê-lo dentro dos seus trâmites".
No mesmo sentido, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, questionou: "[Miguel Relvas] Disse que foi o principal obreiro da sua chegada a líder do PSD e ao Governo. Trata-se assim do criador da criatura. Desertado o criador, o que resta à criatura? Não acha que devia seguir o mesmo caminho, levando o governo consigo?".
O primeiro-ministro, visivelmente incomodado, acabaria por dizer: "Não responderei a mais nenhuma questão relacionada com isto".
Mas Heloísa Apolónia, dos Verdes, insistiu no tema e perguntou se Miguel Relvas será substituído ou se o líder do Executivo está à espera da decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento de Estado.
Passos não respondeu sobre a substituição do ministro, mas repetiu uma frase que já tinha proferido há meses atrás: a licenciatura de Miguel Relvas é um não assunto sobre o ponto de vista político.
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