quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Elefantes pigmeus do Bornéu estarão a ser envenenados - Globo - DN

Elefantes pigmeus do Bornéu estarão a ser envenenados - Globo - DN

Elefantes pigmeus do Bornéu estarão a ser envenenados
Fotografia © Sabah Wildlife Department/Handout - Reuters

Catorze elefantes pigmeus do Bornéu foram encontrados mortos, provavelmente envenenados, informou ontem uma fonte oficial, adiantando que a espécie está em risco de extinção.
Os restos em decomposição dos 14 animais foram encontrados na quarta-feira, pouco tempo depois de se terem descoberto outros treze elefantes mortos, disse Laurentius Ambu, diretor do Gabinete da Fauna do estado de Sabá, no norte da ilha do Bornéu.
A atenção das autoridades está de momento voltada para a sobrevivência de um pequeno elefante de três meses (na foto), órfão, e cuja fotografia onde surge a tentar, em vão, acordar a sua mãe morta, consternou toda a região. Segundo o Gabinete da Fauna, o jovem animal perde todos os dias peso e teme-se pela sua vida.
As autoridades suspeitam que os elefantes tenham sido envenenados, provavelmente por substâncias químicas utilizadas pelos plantadores de palmeiras para impedir que os animais se aproximem das plantações para comer os frutos.
Enquanto o ministro do Ambiente da Malásia promete a prisão aos culpados, os responsáveis do Gabinete da Fauna continuam à procura de mais animais mortos, que acreditam que existam, uma vez que normalmente uma manada de elefantes costuma ter entre 50 a 60 animais.
A organização ecológica WWF-Malásia acusou a enorme desflorestação que se verifica no Bornéu, para dar lugar à plantação de palmeiras, como a causa do problema por roubar espaço ao habitat natural dos elefantes que, assim, acabam por entrar mais vezes em contacto com o Homem. Segundo a mesma organização, atualmente já só existem cerca de 1.200 elefantes pigmeus no Bornéu.

"Se os sem abrigo aguentam, por que é que nós não?" - Economia - DN

"Se os sem abrigo aguentam, por que é que nós não?" - Economia - DN


O "patrão" do BPI decidiu hoje explicar a sua polémica (e famosa) declaração "Ai aguenta, aguenta", relativamente à questão de se o país aguenta mais austeridade. E fê-lo com uma frase igualmente polémica.
Foi no passado mês de outubro que Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, disse que Portugal aguentaria ainda mais austeridade. Hoje, esclareceu o que queria dizer, comparando a situação de cada cidadão à dos sem-abrigo.
Durante a conferência de apresentação dos resultados do banco, o banqueiro começou por dar o exemplo da Grécia:"Se os gregos aguentam uma queda do PIB de 25% os portugueses não aguentariam porquê? Somo todos iguais, ou não?", questionou, citado pela TVI24.
E depois chegou aos sem-abrigo: "Se você andar aí na rua e infelizmente encontramos pessoas que são sem-abrigo, isso não lhe pode acontecer a si ou a mim porquê? Isso também nos pode acontecer".
"E se aquelas pessoas que nós vemos ali na rua, naquela situação e sofrer tanto, aguentam, porque é que nós não aguentamos?", acrescentou. "Parece-me uma coisa absolutamente evidente", concluiu.

72% não conseguem pagar as contas no fim do mês - Dinheiro Vivo

72% não conseguem pagar as contas no fim do mês - Dinheiro Vivo


Em meados de 2012, três em cada quatro portugueses (72%) chegavam ao final do mês com a conta a zeros e sem conseguir pagar as contas todas. Esta realidade irá agravar-se neste ano com a subida dos impostos.

A crise está cada vez mais a afetar o dia a dia das famílias e 2013 ameaça ser um ano particularmente difícil por causa do corte que o IRS vai impor ao rendimento disponível. O mais recente relatório "Think", da TNS Global, observava que 72% dos portugueses diziam ter dificuldade em chegar ao final do mês com todas as contas pagas. Neste conjunto, cerca de um quarto afirmava que o salário nunca chegava, enquanto 48% admitiam que vivem esta sensação de "muito mês para tão baixo ordenado" apenas de vez em quando.
Estes dados reportam-se a maio de 2012 e já na altura refletiam um agravamento face à situação observada em 2009, quando 64% das famílias afirmavam não ter rendimento suficiente para fazer face a todos os encargos mensais.
De então para cá, os portugueses foram confrontados com uma forte subida do IRS e com uma nova sobretaxa de 3,5% deste impostos. O IMI só chegará em abril. Somado o efeito daquelas duas subidas do IRS, as famílias chegarão ao final do ano com o equivalente a menos um ordenado na carteira.
Parte do efeito do agravamento fiscal será atenuado com os duodécimos, mas a antecipação dos subsídios em frações mensais - imposta pelo Governo - irá fazer com que neste ano os portugueses não possam contar com a "folga" financeira extra que lhes caía na conta no verão e antes do Natal. A esta perspetiva anual junta-se a realidade mensal. É que o atraso na publicação da lei que estende ao setor privado os duodécimos impediu que muitas empresas pudessem pagar já em janeiro o primeiro doze avos dos 13.0 e 14.0 meses. Ao mesmo tempo, tiveram de avançar já com a aplicação das novas taxas de retenção na fonte, porque as tabelas já estavam em vigor quando processaram os salários.
Estes dois efeitos estão a fazer com que os trabalhadores (que não se vão opor ao regime dos duodécimos) sintam neste mês um corte de salários mais forte do que o normal, mas farão também com que em fevereiro recebam ligeiramente acima da média anual. Porque nessa altura ser-lhes-á pago o equivalente a dois doze avos.
Tudo isto fará com que somente em março os salários estabilizem no valor que deverá servir de referência para o resto do ano.
Esta subida do IRS virá acentuar a tendência que já hoje aponta os baixos salários como uma das principais causas de pobreza: 48% dos portugueses consideram que trabalhar e ter um emprego já não é uma barreira à pobreza, segundo revela o referido relatório da TNS Global. 

Quase metade dos portugueses espera conseguir comprar carro a pronto - Dinheiro Vivo

Quase metade dos portugueses espera conseguir comprar carro a pronto - Dinheiro Vivo

Embora a maioria dos portugueses pense em solicitar um crédito (52%) para comprar carro ou recorrer a um aluguer de longa duração (4%), um estudo do Observador Cetelem 2013 feito a nível europeu revela que 44% espera poder comprar um carro a pronto pagamento. 
A análise país a país revela resultados contrastantes: os italianos e os turcos são os mais otimistas relativamente à compra de automóvel a pronto (52% e 59%, respetivamente) e, consequentemente, os mais pessimistas quanto à aquisição através de aluguer ou crédito (Itália: 48%; Turquia: 41%). O Reino Unido confirma a sua apetência pelo financiamento a crédito (70%) e pelo aluguer (9%), numa cultura em que o leasing percorreu amplamente o seu caminho nas frotas empresariais. Também os Belgas (70%) e os Alemães (68%) não veem qualquer inconveniente em recorrer ao crédito automóvel ou a um aluguer de longa duração.
Umas das tendências verificadas é o aumento rápido das ofertas de aluguer no mercado dos veículos novos e o facto de estas passarem a estar entre as opções de compra das famílias. O facto de a família não ter de suportar o custo elevado do investimento inicial é uma das principais vantagens do aluguer de longa duração (ALD) ou com opção de compra (LE). Mais de um terço dos Europeus mostram-se interessados no LE e mais de um quarto no ALD. Portugal surge no estudo do Observador Cetelem como um dos países mais interessado, sobretudo na opção de LE (46% comparativamente com uma média europeia de 35%).
Os inquéritos de campo ao consumidor foram conduzidos pela TNS Sofres, durante o período Maio a Junho 2012, na Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Portugal, Reino Unido e Turquia. No total, foram inquiridos 4.830 indivíduos.

Fisco ponderou sortear automóveis e casas pelos contribuintes | iOnline

Fisco ponderou sortear automóveis e casas pelos contribuintes | iOnline

O Fisco ponderou sortear automóveis e casas aos contribuintes que registassem as faturas das suas compras, em alternativa à medida que acabou por ser escolhida de deduzir 250 euros no IRS, disse hoje o diretor-geral da Autoridade Tributária (AT).
Azevedo Pereira, numa conferência hoje em Lisboa sobre faturação eletrónica, disse ter equacionado a possibilidade de atribuir a contribuintes sorteados três automóveis por semana e uma casa trimestralmente, uma medida de combate à evasão fiscal que é utilizada no Brasil.
Salientando que o custo deste medida teria um retorno rápido, o diretor da AT salientou que o Executivo acabou por escolher a dedução de 5% das faturas registadas pelos contribuintes, que permite uma dedução até ao máximo de 250 euros, uma medida que pode custar aos cofres do Estado 80 milhões de euros.
Azevedo Pereira fez ainda um balanço da fatura eletrónica, para dizer que neste primeiro mês foram detetados 241 operadores em situação irregular, mas escusou precisares de que setores da economia.
“E quase não cruzamos dados”, ressalvou, salientando que o registo das faturas no site da AT não vai permitir erradicar por completo a evasão fiscal, mas permite agora mais meios para a combater.
Azevedo Pereira explicou que estas irregularidades foram detetadas devido aos 61 mil contribuintes que já registaram as suas faturas no portal da AT.
Neste primeiro mês, em que estão em vigor as novas regras de faturação eletrónica, 3.550 operadores económicos inseriram no portal o valor das faturas das suas transações, e destes a maioria (2.821) são pequenos comerciantes.

Governo "obriga" bancos privados a aceitarem dinheiros públicos para cumprir solvabilidade | iOnline

Governo "obriga" bancos privados a aceitarem dinheiros públicos para cumprir solvabilidade | iOnline

O Governo aprovou hoje em conselho de ministros uma proposta de lei que "obriga" os bancos ajudados pelo Estado a cumprir os requisitos mínimos de solvabilidade, mesmo contra a vontade dos acionistas privados.
O secretário de Estado da Presidência, Luís Marques Guedes, afirmou aos jornalistas que esta alteração "decorre dos compromissos assumidos pelo Estado português nos memorandos", sendo que a medida teria que estar em vigor até 31 de janeiro de 2013.
Marques Guedes acrescentou que esta medida introduz "um mecanismo de capitalização obrigatória quando o Banco de Portugal, como medida de último recurso e com o intuito de assegurar a estabilidade do sistema financeiro nacional, propuser a realização de uma operação de capitalização com fundos públicos".
O secretário de Estado esclareceu que a alteração agora proposta "visa permitir ao Estado o exercício temporário de domínio sobre uma instituição de crédito que seja objeto de uma operação de capitalização com recurso a capital público.
Até agora, três bancos recorreram às recapitalizacões públicas: BCP, BPI e Banif.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

António Silva. O português que dropou as ondas de McNamara e que o mundo não viu | iOnline

António Silva. O português que dropou as ondas de McNamara e que o mundo não viu | iOnline

  • McNamara
    Diogo D'Orey/Liquideye


  • A França está “totalmente falida”, revela o ministro do Trabalho de Hollande | iOnline

    A França está “totalmente falida”, revela o ministro do Trabalho de Hollande | iOnline

    O ministro francês do Trabalho admitiu no domingo com uma candura e franqueza brutais que o seu país está “totalmente falido”.
    A revelação chocante e devastadora foi proferida numa entrevista de rádio. “Há um Estado mas está totalmente falido”, disse Sapin. “Por isso fomos forçados a impor um plano de redução do défice e nada nos fará desviar desse objectivo.” A inesperada declaração deve ter causado engulhos ao chefe de Estado, François Hollande, a braços com críticas da direita e do sector empresarial devido à polémica taxa de 75% sobre as grandes fortunas, entretanto em banho-maria, e que terá agora de se desfazer em explicações para desmontar a amarga revelação do seu ministro.
    Os comentários do ministro do Trabalho foram proferidos precisamente no momento em que Hollande se esforça por apresentar uma imagem mais positiva da economia francesa, com o seu governo empenhado em cortar 60 mil milhões de euros no défice nos próximos cinco anos e em arrecadar mais 20 mil milhões de euros em impostos. Esta previsão de receitas, através da colecta de mais impostos, parece difícil de atingir, dado que inúmeros franceses estão a deslocalizar o domicílio tributário para países com regimes mais favoráveis.
    O Banco de França confirmou a existência de uma enorme fuga de capitais que se deverá agudizar se o governo socialista persistir em penalizar mais as grandes fortunas.
    As declarações do ministro do Trabalho francês foram ontem qualificadas pelo ministro das Finanças, Pierre Moscovici, como “inapropriadas”.
    “A França é realmente um país solvente. A França é realmente um país credível. A França está a iniciar a sua recuperação.”
    Entretanto, Sapin veio depois corrigiras suas próprias palavras, aparentemente sem grande eficácia, dizendo à AFP que “empregou esta expressão não para descrever a actual situação, mas para ironizar sobre a fórmula utilizada em 2008 pelo antigo primeiro-ministro François Fillon do governo de Nicolas Sarkozy”.
    Na ocasião, o ex-chefe de governo declarou: “Estou à cabeça de um Estado que se encontra numa situação de falência no plano financeiro. Estou à cabeça de um Estado que há 15 anos vive em défice crónico. Estou à cabeça de um Estado que jamais aprovou um orçamento equilibrado nos últimos 25 anos, e isso não pode continuar.”
    Como lhe foi perguntado se considerava como François Fillon estar à cabeça de um “Estado falido”, o ministro do Trabalho diz que terá respondido: “Mas é um Estado totalmente em falência. Foi por essa razão que tivemos de implementar programas de redução do défice e nada nos fará desviar deste objectivo da diminuição dos défices, porque isso é fundamental para o financiamento da nossa economia e para a criação de emprego”, apressou-se a corrigir o ministro.
    O governante sublinhou que “há uma urgência social e uma urgência económica” e que foi por isso que o executivo francês “tomou decisões imediatas em termos de relançamento do crescimento na Europa, e da política de emprego”.
    As notícias sobre o estado de saúde das finanças francesas surgem numa altura em que o país está empenhado numa guerra incerta nas areias do deserto do Mali contra os jiahdistas islâmicos e para a qual tem contado com menos ajuda do que necessitava dos seus parceiros da União Europeia e dos Estados Unidos.
    As chefias militares já avisaram, para que Paris não caia na ratoeira de uma guerra sem fim, como o que se passa com os Estados Unidos no Afeganistão, o que levou o diário “Les Echos” a interrogar-se sobre se, em caso de necessidade, a França estará em condições de manter esta operação militar em África.
    Os parceiros ocidentais da França estão a contribuir com aviões de reabastecimento, transporte e recolha de informações. Mas a factura diária é muito pesada, apesar da ambição de Paris de se tornar uma potência militar global.
    A força expedicionária gaulesa foi projectada no teatro de operações graças à ajuda de aviões C-17 e C-130 norte-americanos, britânicos, dinamarqueses e belgas, para além do recurso a aviões alugados.

    Vítor Gaspar diz que já se pode falar em sair do programa e reganhar acesso ao mercado | iOnline

    Vítor Gaspar diz que já se pode falar em sair do programa e reganhar acesso ao mercado | iOnline

    O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou hoje em Frankfurt que “é apropriado falar em sair do programa e reganhar acesso ao mercado” de financiamento e que as necessidades de financiamento no próximo ano são substanciais.
    “Já passamos metade do programa de ajustamento económico, por isso é apropriado falar em sair do programa e reganhar acesso ao mercado”, disse o governante, num discurso citado pela agência Bloomberg.
    Vítor Gaspar afirmou ainda que Portugal vai aproveitar as oportunidades que surgirem nos mercados para emitir obrigações, apesar não ter pressa para o fazer, mas disse também que as necessidades de financiamento do país nos próximos anos serão substanciais.
    O ministro disse também que ainda é prematuro dizer que a crise acabou.
    Sobre as privatizações e concessões, o ministro diz que a decisão das autoridades estatísticas sobre o assunto chegará nos próximos meses, e que a ‘troika’ (composta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE)) está encantada com o processo de privatizações, e mesmo que este programa é uma bandeira do ajustamento português.
    O governante assumiu ainda a importância do novo programa de compra de dívida do Banco Central Europeu (Transações Monetárias Definitivas, ou OMT na sigla em inglês) na melhoria das condições de mercado, dizendo que este teve um “forte impacto”.

    terça-feira, 29 de janeiro de 2013

    Deputada detida por condução com álcool pediu para sair da comissão de Ética - Política - Sol

    Deputada detida por condução com álcool pediu para sair da comissão de Ética - Política - Sol

    A deputada socialista Glória Araújo, detida no início do mês de janeiro por condução com excesso de álcool no sangue, saiu da comissão parlamentar de Ética, a seu pedido.
    O presidente da Comissão para Ética, a Cidadania e a Comunicação, Mendes Bota, disse à agência Lusa que a deputada solicitou a saída da comissão e a sua substituição pelo deputado Pedro Delgado Alves.
    Segundo o deputado do PSD Mendes Mota, o pedido de Glória Araújo chegou na passada quinta-feira à comissão parlamentar de Ética.
    Também na semana passada, chegou à Assembleia da República o pedido do Ministério Público de levantamento da imunidade parlamentar da deputada socialista, adiantou Mendes Bota, referindo que o processo vai seguir agora os parâmetros habituais.
    Segundo o deputado do PSD, a comissão de Ética vai nomear hoje à tarde um relator para elaborar o pedido do tribunal, que depois será votado na comissão para, "imediatamente a seguir", subir a plenário.
    Glória Araújo foi detida numa operação stop, na madrugada de 05 de Janeiro, em Lisboa, depois de ter acusado 2,4 gramas de álcool por litro de sangue, um valor que prefigura crime.
    O Código da Estrada estipula os 1,2 gramas de álcool por litro de sangue como valor a partir do qual a condução é considerada crime.
    A deputada foi detida pela PSP e, posteriormente, presente a tribunal, que confirmou a inibição de condução prevista no Código Penal, aguardando agora o levantamento da imunidade parlamentar.

    FAO alerta para risco de nova pandemia de gripe das aves devido à crise | iOnline

    FAO alerta para risco de nova pandemia de gripe das aves devido à crise | iOnline

    A Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) alertou hoje para o risco de uma nova pandemia de gripe das aves devido ao desinvestimento dos países na vigilância e controlo associado à crise internacional.
    Em comunicado divulgado hoje, a FAO sublinha que, sem um controlo adequado, a doença pode disseminar-se a nível global, como aconteceu durante o pico de 2006, quando 63 países foram afetados.
    “A contínua crise económica internacional significa que há menos dinheiro disponível para a prevenção da gripe aviária H5N1 e de outras ameaças de origem animal. Isto não só é verdade para as organizações internacionais, mas também para os próprios países”, explica o diretor de Veterinária da FAO, Juan Lubroth, citado no comunicado.
    O responsável afirma que "é necessário manter uma vigilância rigorosa", porque ainda há grandes bolsas do vírus H5N1 em alguns países da Ásia e do Médio Oriente, onde a doença se tornou endémica.
    A organização, sediada em Roma, recorda que investir mais na prevenção é uma forma de prevenir os enormes prejuízos que uma pandemia em larga escala provocaria.
    Entre 2003 e 2011, recorda aquela agência das Nações Unidas, a doença matou ou forçou o abate de mais de 400 milhões de frangos e patos domésticos e resultou num prejuízo económico de cerca de 20 mil milhões de dólares.
    Além disso, o H5N1 pode ser transmitido aos seres humanos, sublinha ainda a FAO, lembrando dados da Organização Mundial de Saúde segundo os quais entre 2003 e 2011 o vírus infetou mais de 500 pessoas e matou mais de 300.
    “Há uma inércia perante estas ameaças reais à saúde de animais e pessoas”, afirma Lubroth, para quem esta inação é ainda mais lamentável porque está demonstrado que "medidas apropriadas podem eliminar completamente o vírus H5N1 do setor aviário e, assim, proteger a saúde humana e o bem-estar das pessoas".
    Segundo a FAO, a maior parte dos 63 países afetados pela pandemia de 2006 estão hoje livres do vírus, incluindo a Turquia, Hong Kong, Tailândia e Nigéria.
    "E após muitos anos de trabalho árduo e de compromisso financeiro internacional, estão finalmente a ser observados na Indonésia progressos substanciais contra a gripe aviária", acrescenta a FAO.
    No mesmo comunicado, a organização alerta para "outra ameaça crescente", que é a peste dos pequenos ruminantes (PPR), uma doença altamente contagiosa que pode dizimar rebanhos de ovelhas e cabras.
    “Está atualmente em expansão na África subsaariana – com consequências negativas na República Democrática do Congo, entre outros países – e está agora a começar a disseminar-se no sul da África”, explicou Lubroth, alertando que “os prejuízos podem ser enormes”.
    “A ironia é que existe uma vacina perfeitamente eficaz para a PPR, mas poucas pessoas estão a aplicá-la”, acrescenta.

    Lisboa amanheceu a cheirar mal e ninguém sabe porquê - PUBLICO.PT

    Não foi uma manhã fácil para o nariz dos lisboetas. Partes da cidade amanheceram nesta terça-feira envoltas num intenso odor a ovos podres ou lixo, fruto da combinação da meteorologia e de uma fonte de poluição que até às 12h30 ninguém sabia dizer qual era.
    Mediante uma queixa recebidas esta manhã, o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR mobilizou uma equipa para investigar o que se passava, na zona entre Belém e Carnaxide. Mas o mau cheiro afectou tanto outras áreas da cidade, como outros concelhos vizinhos.
    À Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo – organismo responsável por medir a poluição do ar na região – chegaram vários telefonemas, incluindo da margem sul do Tejo e de Cascais. Mas na estações de medição da CCDR, não havia nenhum sinal de alarme. “Não detectámos nada de absolutamente anormal naquilo que medimos”, afirma Luísa Nogueira, técnica da CCDR que gere a rede de monitorização.
    As estações controlam apenas a concentração dos poluentes mais clássicos – como o dióxido de enxofre (SO2), o dióxido de azoto (NO2), o monóxido de carbono (CO) e as partículas. Desde ontem, têm-se verificado alguns picos de dióxido de azoto e de partículas, mas em estações em Lisboa onde isto acontece com frequência – as da avenida da Liberdade e dos Olivais. “Não é uma situação extraordinária”, diz Luísa Nogueira, acrescentando que muitas vezes os maus cheiros não estão associados a nenhum problema concreto de poluição com efeitos directos na saúde.
    Situações do género em Lisboa não são inéditas. Muitas vezes, a cidade é afectada por odores que vêm de zonas industriais distantes, como Setúbal. Mas, segundo a meteorologista Paula Leitão, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Lisboa o vento estava esta manhã a soprar fraco de Nordeste. Isto sugere que o cheiro poderá estar a vir de alguma fonte localizada no vale do Tejo.
    Seja qual for a origem do mau cheiro, a meteorologia está a dar um grande contributo. O frio, o tempo limpo e os ventos fracos, quase estagnados, estão a favorecer a concentração de poluentes junto ao solo – num fenómeno típico do Inverno.
    Segundo Paula Leitão, do IPMA, as condições actuais do tempo vão-se manter nos próximos dias. Mas ao longo desta terça-feira, a situação de mau cheiro pode melhorar. À medida que a terra aquece, há mais movimento e mistura do ar. “Há mais dispersão de poluentes”, diz Paula Leitão.

    Poluição em Pequim atinge níveis alarmantes

    Poluição em Pequim atinge níveis alarmantes

    A poluição em Pequim, na China, voltou a atingir níveis alarmantes esta terça-feira, obrigando ao cancelamento de voos devido à pouca visibilidade.

    As autoridades alertaram a população para ficar em casa devido à poluição «severa», agravada pela falta de vento.

    Quem lucra é o negócio das máscaras, pois muitos habitantes já as usam para sair à rua.

    A embaixada dos Estados Unidos reportou um nível no índice PM2.5, mais de 20 vezes superior ao recomendado pela Organização Mundial de Saúde para um período de 24 horas.

    A situação poderá afetar as comemorações do ano novo chinês, que começam no fim de semana, e que costumam ser marcadas por várias viagens, sendo consideradas a maior migração anual no planeta.

    A Terra tem outras luas? - Ciência - DN

    A Terra tem outras luas? - Ciência - DN

    Para espanto da maioria, a resposta é sim. Por vezes, o nosso planeta tem mais de um satélite natural. Alguns asteróides na órbita do Sol são capturados pela gravidade da Terra e transformam-se em luas temporárias. E há outros fenómenos conhecidos como "quase-satélites".
    Luas são definidas como satélites naturais na órbita dos planetas, como aprendemos na escola. E há asteróides que se transformam provisoriamente em luas da Terra.
    Astrónomos da Universidade Cornell, nos EUA, publicaram no ano passado um estudo a dizer que a Terra tem, por vezes, mais de uma lua temporária, a que chamaram "mini-luas". São asteróides que foram durante alguns períodos capturadas pela gravidade da Terra, seguiram órbitas complicadas em torno dela e, eventualmente, libertaram-se do nosso planeta, sendo recapturadas pela órbita do sol.
    Estas pequenas luas podem ter apenas alguns metros de diâmetro e orbitam o nosso planeta por menos de um ano antes de voltar a uma órbita solar.
    Algumas "mini-luas" já foram detetadas, como lembra o site especializado EarthSky. Em dezembro de 2010, Donald Yeomans, especialista da NASA, descreveu num artigo publicado na revista Astronomy um objeto que observou em 2006 e se encaixa nessa descrição.Trata-se do "2006 RH120" que, segundo o astrónomo, começou a orbitar novamente o Sol 13 meses após a sua descoberta. Mas espera-se que o objeto volte a aproximar-se e de novo seja capturado como uma "mini-lua"pela gravidade da Terra ainda neste século.
    Mas há também alguns quase-satélites que não podem ser considerados uma "segunda lua".
    Os quase-satélites são objetos que estão na órbita solar numa trajetória semelhante à da Terra. A sua órbita faz com que estes objetos levem sensivelmente o mesmo tempo que o nosso planeta a dar uma volta em redor do Sol, ainda que o seu percurso seja um pouco diferente.
    O mais famoso, muitas vezes erroneamente chamado a "segunda lua" da Terra, é o "3753 Cruithne". Trata-se de um asteróide de cinco quilómetros de diâmetro que foi descoberto em 1986, mas apenas em 1997 a sua complexa órbita foi desvendada.
    A órbita deste corpo celeste foi esta semana descrita em pormenor no referido artigo do site especializado em astrofísica EarthSky.
    Descobriu-se que Cruithne co-orbita o Sol juntamente com a Terra, tal como acontece com outros quase-satélites. No entanto, ao contrário do que se passa com o nosso planeta, a trajetória desses objetos não é estável. Cruithne permanece apenas 5 mil anos na sua órbita atual (quase nada em termos espaciais) e depois deixará de seguir a Terra.
    O espaço vazio não é assim tão vazio, afinal.

    Opus Dei nas finanças do Governo e com força na banca - Portugal - DN

    Opus Dei nas finanças do Governo e com força na banca - Portugal - DN

    Conhecida como 'maçonaria branca', o Opus Dei tem mais de 1500 membros em Portugal. Apesar de negar a existência de uma estratégia de poder, conta com figuras de destaque na banca e na política. Há mais de dez anos que um governo não tinha um elemento ligado à obra, mas a última minirremodelação pôs no Executivo um cooperador que até há três meses geria a financeira da Escola de Negócios da obra.
    O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, colocou recentemente uma das mais importantes áreas da governação nas mãos de um cooperador do Opus Dei: o secretário de Estado Manuel Rodrigues. O novo homem-sombra de Vítor Gaspar nas Finanças junta assim duas áreas às quais a obra é constantemente associada: a política e a banca, nas quais sempre teve membros influentes.
    Para muitos uma "igreja dentro da Igreja", o Opus Dei é a única prelazia pessoal reconhecida pelo Vaticano e ajuda em Portugal mais de 1550 membros a "aproximarem-se de Deus". No País, tal como no resto do mundo, a esmagadora maioria dos seus membros mantém-se no anonimato, um obscurantismo que, a par de girar em torno de uma pessoa (o prelado Javier Echevarría), faz que muitos o considerem uma "seita religiosa". A designação ofende os seus membros, que primam por ser discretos e dizem agir indi- vidualmente nas suas profissões. Esteja ou não montada uma teia de influências em Portugal, é certo que o Opus Dei conta (entre numerários, supranumerários e cooperadores - três diferentes níveis de ligação à obra) com pessoas que são influentes na política e, principalmente, no sector bancário.
    Voltemos então às Finanças. Até integrar o Governo, Manuel Rodrigues acumulou as funções de vice-presidente do PSD com as de professor da AESE - Escola de Direção e Negócios, instituição dirigida por membros e uma das obras cooperativas do Opus Dei Portugal. Professor de Economia e Finanças, Manuel Rodrigues tirou também o seu MBA noutra estrutura do Opus Dei: o IESE Business School da Universidade de Navarra. Além disso, no último mês de setembro, Manuel Rodrigues assumiu o cargo de diretor-geral da sociedade de capital de risco da AESE, a Naves, funções que deixou a 26 de outubro para integrar o Governo, tal como consta da declaração de rendimentos entregue no Tribunal Constitucional a 21 de dezembro.
    No cargo governamental que ocupa, Manuel Rodrigues (que o DN tentou contactar por todos os meios, sem êxito) vai igualmente lidar de perto com a banca, área que os elementos do Opus Dei - incluindo alguns dos seus mais destacados membros - conhecem bem. Apesar de alguns elementos da obra terem perdido o poder que noutros tempos tiveram no BCP, há outros que continuam muito bem colocados na banca. O presidente do Conselho de Administração do BPI e da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, participou em alguns eventos do Opus Dei a convite de Carlos da Câmara Pestana, que durante anos foi o representante do segundo maior acionista do BPI (o Itaú) e um dos vice-presidentes do banco.
    Apesar da aproximação, quando confrontado pelo DN, Artur Santos Silva não falou sobre a participação nestes eventos, disse apenas ser "muito amigo do dr. Câmara Pestana" e garantiu: "Não sou, nem pretendo ser, membro do Opus Dei." Quanto a Câmara Pestana não há qualquer dúvida de que é uma figura de destaque da obra e preside o Itaúsa - Investimentos Itaú S.A., que pertence ao Itaú Brasil.
    O Itaú decidiu alienar a sua participação no BPI, o que não significa que o Opus Dei fique fora de cena. É que a participação de 18,9% do Banco Itaú no BPI - de acordo com o contrato de promessa de compra e venda já assinado - vai ser vendida ao banco espanhol La Caixa, instituição associada ao Opus Dei por ter sido parceira da Fundação Senara (sedeada em Madrid, que pertence à obra e foi criada pelo fundador da prelatura, o espanhol Josemaría Escrivá de Balaguer).
    Câmara Pestana é supranumerário, o que significa que é membro da obra, frequenta os centros, participa em retiros e outros eventos, mas é casado. Além disso, ocupa cargos em estruturas ligadas ao Opus Dei, como a Fundação Maria Antónia Barreiro, em que é membro do conselho geral. Artur Alves Conde, membro do Opus Dei, professor e um dos fundadores da AESE, também foi, até 2010, administrador da seguradora do BPI (a BPI Vida), chegando a ser presidente do conselho fiscal do banco.
    O 'banco do Opus Dei'?
    Um dos argumentos utilizados pelos membros da prelatura para reforçar a ideia de que a obra nunca pretendeu controlar a banca é o facto de muitos dos membros já se terem enfrentado ferozmente no mundo empresarial. E um dos episódios mais conhecidos foi a oposição de Câmara Pestana às intenções de um dos mais destacados membros do Opus Dei, o banqueiro e fundador do BCP, Jorge Jardim Gonçalves, na OPA que o BCP fez ao BPI em 2006.
    Jardim Gonçalves teve um primeiro contacto com a obra quando estudava na Universidade de Coimbra, mas, curiosamente, foi o PREC que o empurrou para o Opus Dei. Sem emprego em Portugal depois das nacionalizações, o madeirense foi para Madrid trabalhar no Banco Popular Espanhol em pleno "Verão Quente". Foi aí que, por influência da sua mulher, Maria da Assunção, acabaria por se tornar supranumerário do Opus Dei, ainda no ano de 1975.
    Precisamente 30 anos depois, Jardim Gonçalves escolheu como seu sucessor na presidência do então maior banco privado português o antigo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros de Cavaco Silva e também supranumerário Paulo Teixeira Pinto - que viria a abandonar a organização em 2007. Quando fez a escolha, Jardim Gonçalves desvalorizou a ligação publicamente: "É uma coincidência. Ele ser do Opus Dei é um problema dele. Nunca falámos sobre isso. Cada um tem os seus caminhos. A escolha teve que ver com o que a pessoa é e pode continuar a ser. As pessoas da prelatura tiveram a mesma surpresa do que os jornalistas, quando o nome do sucessor foi conhecido." Ao DN, Teixeira Pinto não quis falar sobre o Opus Dei, uma vez que nunca o faz, nem fará, por uma "questão de princípio".
    Se houve solidariedade entre supranumerários nesta sucessão, o mesmo não se pode dizer quanto à OPA do BCP sobre o BPI. Câmara Pestana estava de um lado da barricada e Jardim Gonçalves e o seu delfim, Teixeira Pinto, do outro. Opus Dei, Opus Dei, negócios à parte. Câmara Pestana, então número dois do BPI, foi um dos grandes responsáveis pelo falhanço dos dois irmãos supranumerários na OPA, tendo convencido o Banco Itaú a não vender as ações ao BCP ao preço de sete euros por título.
    Três membros do Opus Dei de costas voltadas, mas só fora das portas dos centros da obra. Apesar de toda a troca de farpas públicas, longe dos olhares dos media Câmara Pestana, Teixeira Pinto e Jardim Gonçalves tratavam-se cordialmente em sessões espirituais no Oratório de S. Josemaría, no Lumiar.
    Organização "perigosa" e "reacionária"
    Os críticos do Opus Dei não têm dúvidas de que a obra procura ter influência na banca e na política nos vários países por onde passa. E Portugal não é exceção. O presidente da Associação Ateísta Portuguesa, Alfredo Esperança, considera o Opus Dei uma das organizações "mais perigosas e reacionárias da Igreja Católica". O ateu acredita que o Opus Dei tem "muito mais influência do que a maçonaria, que está fragmentada em várias organizações". "Basta ver o que aconteceu no BCP", remata. Alfredo Esperança lembra ainda que o Tribunal Federal Suíço, com sede em Lausana, definiu o Opus Dei num acórdão como "uma seita, uma associação secreta que atua ocultamente, com um máximo de opacidade nos seus assuntos".
    Apesar de muitos ex-membros terem criticado o Opus Dei em conversas com o DN, não quiseram dar a cara. O mesmo não aconteceu com a presidente da Fundação Saramago, Pilar del Río, que confessou ao DN que cresceu perto do Opus Dei, uma vez que o seu pai era membro da obra. Porém, a prelatura não lhe merece o mínimo respeito, classificando-a de "uma seita para castrar". "Castra as pessoas física e intelectualmente e só tem um único objetivo: poder!", afirma.
    O Opus Dei Portugal, através do gabinete de comunicação, garante que "nunca" procurou obter influência na sociedade, lembra que "as leis são para serem cumpridas" e que "é moralmente grave obter tratamentos de favor". O diretor de comunicação, Pedro Gil, assegura que "a autonomia e liberdade de cada pessoa são valores cruciais que não podem ser postos em causa".
    'Maçonaria branca' perde
    Apesar de conhecida como a "maçonaria branca", os membros do Opus Dei consideram ofensiva a comparação com os pedreiros-livres. Dizem que não têm mais influência do que a maçonaria, uma vez que não têm "influência nenhuma". Certo é que, olhando aos grandes cargos da sociedade, a prelatura perde na contagem de espingardas para os que veneram o "Grande Arquiteto do Universo". Os deputados maçons são largas dezenas, enquanto o social-democrata Mota Amaral - garante a prelatura - é hoje o único deputado que pertence ao Opus Dei.
    O próprio responsável do gabinete de comunicação da obra, Pedro Gil, esclarece que "qualquer membro da Prelatura do Opus Dei que atua na área pública, fá-lo sempre por exclusiva iniciativa própria, com total liberdade e responsabilidade pessoal sem qualquer mandato do Opus Dei". Assim, acrescenta, "Mota Amaral representa na Assembleia da República exclusivamente quem o elegeu, não a obra".
    Apesar de recusar qualquer tipo de influência, dois destacados membros do Opus Dei já ocuparam o cargo de segunda figura da Nação. O fundador do CDS, Francisco Oliveira Dias - atualmente também membro do Conselho Geral da Fundação Maria Antónia Barreiro -, e Mota Amaral foram ambos presidentes da Assembleia da República (AR).
    Mota Amaral, ainda hoje deputado do PSD, garante ao DN que nunca foi instrumentalizado: "Pertenço ao Opus Dei há mais de 50 anos e o facto de ser membro nunca afetou a minha liberdade política. Seria inadmissível que alguém da obra me desse instruções ou pedisse favores." O social-democrata é numerário e quando está em Lisboa (o que acontece em metade da semana) dorme num dos centros da obra. É assim há mais de 30 anos. Porém, "para que as coisas não se confundissem, quando fui presidente do Parlamento fiz questão de ficar na residência oficial", explicou o parlamentar.
    Ao contrário de Mota Amaral (presidente da AR de 2002 a 2005), a escolha de Francisco Oliveira Dias, médico de profissão, não foi fácil. A eleição só foi decidida ao fim de três votações. Na altura, um deputado socialista, o historiador César Oliveira, chegou a confidenciar ao médico do CDS que "a maçonaria queria o lugar". Por essa altura (1981-82), na hierarquia do Estado, Oliveira Dias apenas tinha à sua frente um homem que é próximo do Opus Dei, apesar de não ser membro: o ex-presidente da República Ramalho Eanes.
    Além de ter frequentado a AESE, Eanes tirou o doutoramento na instituição em que, por norma, se formam os membros do Opus: a Universidade de Navarra, em Espanha, controlada pelo Opus Dei e criada por Josemaria Escrivá de Balaguer.
    A atual presidente da AR, Assunção Esteves, também admitiu que chegou a ser "convidada pela maçonaria e pelo Opus Dei".
    Próximos mas não membros
    Associado à prelatura por, ao longo dos anos, ter participado em eventos promovidos pela obra, o casal Eanes é admirador confesso do fundador do Opus Dei, tendo ido a Roma à canonização de Balaguer em outubro de 2002. Uma admiração partilhada pelo antigo ministro da Solidariedade Social do CDS Bagão Félix, que já participou num retiro do Opus Dei. Porém, não aderiu à obra.
    Dizer "não" ao Opus Dei foi também o que fizeram Marcelo Rebelo de Sousa e Diogo Freitas do Amaral, ambos convidados no final dos anos 70 por Adelino Amaro da Costa. A pedido do seu amigo democrata-cristão, Marcelo chegou a fazer donativos a um dos projetos da obra. O antigo ministro do CDS- que morreu na queda do avião em Camarate, também fatal para o então primeiro-ministro Sá Carneiro - foi um dos destacados membros da obra, que abandonaria para se poder casar (era membro celibatário).
    Antes de sair da obra, Amaro da Costa convidou amigos para integrar a prelatura, entre os quais dois ex-ministros de Cavaco Silva: Roberto Carneiro (Educação) e Miguel Beleza (Finanças). Este último revelou ao DN que não se recorda se "o convite foi feito formalmente", mas admite que falou "várias vezes e de forma profunda com Amaro da Costa sobre o assunto e a fé no geral". Mas Miguel Beleza nunca se sentiu "suficientemente vocacionado para aderir". Por outro lado, o também ex-ministro de Cavaco, Arlindo Cunha, chegou a ser membro da obra, mas já saiu.
    O antigo primeiro-ministro e atual alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, chegou a viver numa residência da obra e, embora não seja membro, costuma ser associado à organização. Foi, curiosamente, nos governos de Guterres que mais se falou em disputas nas pastas entre o Opus Dei e a maçonaria - o que ambas as organizações negam. Ao DN, na grande investigação sobre a maçonaria, o grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) disse claramente que o "Opus Dei não é nenhum inimigo. Muitas vezes associam-se os maçons a um certo anticlericalismo, o que não é verdade. Não há inimizade nenhuma".
    O GOL, a mais influente obediência maçónica do País, sempre gozou de alguma influência junto do PS, daí que a maioria dos socialistas não visse com bons olhos a aproximação ao Opus Dei - geneticamente ligado à direita. Aliás, a prelatura - que tem uma lista negra de livros - definiu Portugal Amordaçado, do histórico socialista Mário Soares, como uma das obras proibidas.
    Apesar disso, a mulher de Mário Soares e também fundadora do PS, Maria Barroso, já participou em eventos da obra social da prelatura, tendo também integrado a comitiva portuguesa que assistiu à canonização do fundador. Uma aproximação promovida por uma "grande amiga", já falecida, e que pertencia à obra, Ana Boléo Tomé. "Não pertenço ao Opus Dei, mas tenho pela obra o maior respeito. Consideram-me cooperadora porque gosto de cooperar com todas as organizações inspiradas nos grandes movimentos cristãos. Gosto de fazer alguma coisa pelos outros", disse ao DN a antiga primeira dama.
    Apesar das restrições que impedem os membros da obra de participar em eventos públicos, não é vedada a presença em comícios políticos. No entanto, como explicou ao DN um antigo numerário, "a opção política está limitada a dois partidos: o PSD e o CDS".
    A aproximação de Zita
    Seria impensável ver um membro do Partido Comunista no Opus Dei. No entanto, uma ex--delfim de Álvaro Cunhal, Zita Seabra, tem vindo a aproximar-se da obra. A também ex--deputada do PSD já participou em eventos do Opus Dei, numa identificação que terá começado com a publicação de um livro de monsenhor Hugo de Azevedo (membro histórico da obra) sobre Josemaría Escrivá. Também o livro Opus Dei, da autoria de John L. Allen (correspondente da CNN no Vaticano, acusado de o ter escrito por encomenda da prelatura), foi publicado em Portugal pela Alêtheia, editora de Zita Seabra. Além de presidente desta editora, Zita preside uma empresa sedeada em Óbidos, a Várzea da Rainha Impressores (VRI), que, por sua vez, tem como acionista a Naves, uma sociedade financeira detida maioritariamente pela... escola superior afeta ao Opus: a AESE.
    Confrontada pelo DN, Zita Seabra mostrou-se indignada com estas ligações, classificando-as como "insinuações" ao mesmo tempo que recusou explicar a ligação ao Opus Dei. Considerou as questões como "jornalismo de sarjeta", afirmando que a VRI nada tinha que ver com a AESE nem com o Opus Dei. Os sites e documentos oficiais da Naves e da AESE dizem o contrário. Fonte oficial do Opus Dei confirmou igualmente que Zita Seabra já participou em eventos da obra.
    Em sentido inverso, o deputado do CDS João Rebelo deixou de ser cooperador do Opus Dei em 2002, por "questões pessoais de fé". Sobre os anos em que colaborou diz "só ter as melhores memórias". E acrescenta: "Conheci pessoas extremamente inteligentes, com quem ainda hoje mantenho uma boa relação." Os cooperadores não estão obrigados ao celibato nem a todos os rituais, mas participam em eventos e missões da obra.
    Em situação idêntica está o histórico do CDS e antigo número dois da AR, Narana Coissoró, que apesar de pertencer à religião hindu ainda hoje é cooperador do Opus Dei - condição que permite que fiéis de outras religiões participem nas atividades. A ligação de Narana Coissoró começou através da filha, Smitá, que tem inclusive um cargo dirigente: vice-secretária da assessoria regional do Opus Dei Portugal.
    Ao DN, Narana Coissoró explicou que, enquanto "mero cooperante", é "mais um amigo. O meu contributo é dar lições, dar palestras, quase sempre sobre o Oriente e a Índia nas instituições ligadas à obra". Narana Coissoró rejeita a existência de qualquer ideia de obscuridade associada à prelatura. "É falso. Chamam-lhe a maçonaria branca, mas não é nenhuma maçonaria. Não é secreta. Não tem mandamentos. Não tem graus", justifica.
    João Rebelo partilha a mesma opinião e considera que a comparação é sinónimo de ignorância, evidenciando uma diferença: "Se for a uma missa dada por um sacerdote do Opus Dei ninguém lhe nega a entrada, mas não o deixarão certamente ir a uma sessão da maçonaria."

    Tribunal europeu dá razão à Islândia no caso Icesave - Economia - DN

    Tribunal europeu dá razão à Islândia no caso Icesave - Economia - DN

    O tribunal da Associação Europeia de Livre-Comércio (EFTA) deu hoje razão à Islândia no chamado caso do Icesave, ou seja, os islandeses fizeram bem em recusar reembolsar os depositantes estrangeiros deste banco.
    O tribunal rejeitou os argumentos apresentados pelo Reino Unido e Holanda, os países de origem dos principais depositantes do banco, diz o tribunal, num veredicto que hoje foi citado pela AFP.
    Após a bancarrota, em 2008, a Islândia decidiu, em referendos, não reembolsar com o dinheiro dos contribuintes os estrangeiros lesados pela falência do Icesave.
    Em jogo estavam mais de 3,8 mil milhões de euros que o Reino Unido e a Holanda avançaram para compensar os clientes do Icesave. Britânicos e holandeses exigiram depois aos islandeses que pagassem esse dinheiro.
    A Islândia, em consultas aprovadas pelo Presidente, disse "Não", uma decisão que pode, no futuro, ser um obstáculo à adesão da pequena ilha à União Europeia. A Islândia não é membro da UE mas sim da EFTA.
    A Comissão Europeia tinha processado a Islândia por violação da diretiva europeia relativa às garantias sobre os depósitos, que obriga a assegurar no mínimo 20 mil euros aos depositantes em caso de falência.
    Segundo a Islândia, refere a AFP, tal diretiva obriga um Estado a criar um fundo de garantia mas não a garanti-lo com recurso a dinheiros públicos.
    Num comunicado, citado pela mesma agência, o Governo islandês congratulou-se com esta decisão. "O Icesave não é mais um obstáculo à recuperação económica da Islândia. Este caso é particularmente difícil de gerir do ponto de vista nacional e internacional e ocasionou, entre outras coisas, atrasos consideráveis na posta em marcha do programa do Governo".
    O ministro dos Negócios Estrangeiros islandês, Ossur Skarphedinsson, declarou, por sua vez, à imprensa: "Tínhamos uma causa justa. Penso que a defesa neste caso, o maior que já foi apresentado perante o tribunal da EFTA, representará um exemplo para os anos que aí vêm no que respeita à lei europeia".

    Foto de onda gigante na Nazaré volta a correr o Mundo - Nós na Rede

    Foto de onda gigante na Nazaré volta a correr o Mundo - Nós na Rede



    O surfista Garrett McNamara voltou a colocar hoje, segunda-feira, a Nazaré nas bocas do mundo com uma fotografia sua a surfar uma onda gigante na Praia do Norte. Numa hora, a foto, partilhada no Facebook, já tem mais de 5 mil "gostos" e partilhas.

    A Praia do Norte, na Nazaré, é hoje o centro das atenções da comunidade internacional de surfistas. Tudo por causa de uma fotografia que, em apenas uma hora, já está a correr mundo e se arrisca a tornar-se uma das fotos do ano, na modalidade.

    Na imagem, é possível ver o surfista Garrett McNamara numa onda gigante, que parece prestes a entrar terra adentro. No centro da foto, para além de McNamara, algumas pessoas, em terra, observam o feito, dando escala à dimensão da onda. A fotografia foi tirada por um fotógrafo portuense chamado Tó Mané e partilhada no Facebook do Billabong XXL, que premeia as grandes ondas a nível mundial.

     No espaço de uma hora, a fotografia foi partilhada 5 mil vezes, recebendo o "gosto" de mais de 6 mil pessoas e albergando centenas de comentários a salientar a coragem do surfista.

    Garrett McNamara e a Nazaré já não são propriamente "desconhecidos". Afinal de contas, foi aqui que o surfista havaiano conseguiu dominar, em 2011, uma onda de quase 30 metros, que o colocou no Livro do Guinness (e onde casou, em 2012). Este "big wave rider" já há muito conhece o fenómeno do "canhão da Nazaré" (uma falha na placa continental com cerca de 170 quilómetros que possibilita a criação de ondas excepcionalmente grandes) e sempre que cá vem "ameaça" quebrar o seu próprio recorde. Espera-se, durante esta semana, ondas de grande dimensão naquela zona, pelo que ainda poderemos ver mais imagens similares a varrer a Internet nos próximos dias.

    Casamento gay provoca divórcio na sociedade francesa | iOnline

    Casamento gay provoca divórcio na sociedade francesa | iOnline

    63% dos franceses são a favor do casamento gay, mas 51% estão contra a adopção. Hollande quer aprovar tudo.

    Começa hoje a ser discutida no parlamento francês a proposta que vai permitir aos casais homossexuais casarem e adoptarem crianças. Mas em França o tema não é consensual. Longe disso. Hollande garante que é o parlamento que vai aprovar a lei e não a rua, nem a opinião pública, mas o debate que à partida se fazia crer curto e conciso já levou milhares de apoiantes do sim e do não às ruas de Paris.
    Apesar de a lei francesa permitir a união de facto entre duas pessoas do mesmo sexo (pacte civil de solidarité) desde 1999, François Hollande fez do casamento para todos uma das suas bandeiras de campanha. A promessa era lembrada desde as eleições, em Junho, pelos seus apoiantes mais à esquerda, mas só agora começará a ser discutida no parlamento – depois de a sua elaboração ter levado a algumas concessões por parte do Partido Socialista francês, como o adiamento da proposta que irá permitir a um casal de lésbicas recorrer à procriação medicamente assistida.
    No entanto, o termo “casamento” para denominar a união entre duas pessoas não está a ser bem aceite por todos os sectores da sociedade francesa. Apesar de a França ser um Estado secular, a influência religiosa no país não esmoreceu, especialmente nos sectores mais conservadores. Juntam-se à voz do Papa Bento XVI e à do cardeal francês André Vingt-Trois, que já condenaram publicamente o casamento homossexual, as preocupação dos rabinos, dos protestantes e da comunidade muçulmana (7,5% da população francesa) – uma convergência ecuménica acalentada por associações como a Alliance Vita, que defende a família, posicionando-se contra o aborto e a adopção de crianças por homossexuais.
    A última demonstração de força de quem se opõe ao casamento gay aconteceu no dia 13 de Janeiro, quando milhares de famílias francesas saíram à rua para manifestar o seu desagrado pela medida e dizer que estar contra estas medidas não é homofobia. A organização contou 800 mil pessoas, a polícia ficou pelas 350 mil, mas a UMP alega que é apenas uma pequena representação dos milhões de franceses preocupados com a lei. Já a Frente Nacional, de Marine Le Pen, também se opõe, mas considera que é uma questão que distrai os franceses dos problemas reais do país.
    Sim ao casamento, não à adopção Numa sondagem feita no início de Janeiro para o instituto político Pèlerin, 63% dos franceses são favoráveis à possibilidade de duas pessoas do mesmo sexo casarem, enquanto 51% são contra a adopção homossexual. São as pessoas com mais de 65 que se opõem de forma mais firme ao casamento e a faixa dos 50 é a que está mais preocupado com a adopção.
    No último domingo, os defensores dos direitos civis saíram também à rua para marcar a sua posição. À máxima “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, os activistas dos direitos homossexuais acrescentaram “Nem mais nem menos”. Jean-Marc Ayrault, primeiro-ministro francês, apadrinhou esta iniciativa e garantiu que a lei não só vai passar como vai ser aprovada por uma larga maioria. François Hollande recusou de forma veemente a possibilidade de um referendo sobre a matéria e até já terá presença marcada no primeiro casamento homossexual.
    Caso a lei seja aprovada, França será o 12.o país ndo mundo a permitir o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, seguindo países como a Holanda, a Bélgica, a África do Sul e Portugal.

    Infanticídios. Porque matam as mães os próprios filhos? | iOnline

    Infanticídios. Porque matam as mães os próprios filhos? | iOnline

    Uma mulher envenenou os filhos e matou-se a seguir, em Oeiras. Especialistas acreditam que o fenómeno está a aumentar.

    Ao final da tarde de domingo, um segurança da Faculdade de Motricidade Humana, na Cruz Quebrada (Oeiras), ligou para a PSP: estranhou que um carro estivesse parado há mais de um dia num caminho de terra batida junto aos dormitórios da escola. Quando a polícia chegou, encontrou duas crianças mortas no banco de trás, cobertas por uma capa amarela. Os corpos não tinham ferimentos visíveis e havia restos de bolo no chão – o que apontou para um possível envenenamento.
    Através da matrícula do carro, que pertencia à mãe, a PSP conseguiu identificar as duas crianças, de 11 e 12 anos. Poucas horas mais tarde, a avó terá contado à polícia que a filha – uma mulher com 40 anos, a viver em São Marcos, nos arredores do Cacém –, estaria com uma depressão causada por problemas ligados à regulação do poder paternal dos rapazes. A PSP viria a encontrar o corpo da mulher, já ontem de manhã, também nas imediações da faculdade. Fonte da Polícia Judiciária (PJ), que está a investigar o caso, confirmou ao i que tudo aponta para que tenha sido a mãe a autora do envenenamento dos filhos, depois de os ter ido buscar a casa da avó, em Linda-a-Velha. Os três corpos foram levados para o Instituto de Medicina Legal para serem autopsiados, mas uma fonte da PSP diz que há fortes indícios de que a mulher se tenha suicidado com o mesmo veneno que terá dado às crianças: o cadáver também não apresentava ferimentos visíveis.
    a guarda O presidente da Comissão de Protecção de Criança e Jovens de Oeiras adiantou ontem à Lusa que as duas crianças estavam já referenciadas pela instituição no ano passado e que o caso seguiu para tribunal. “A situação foi-nos sinalizada em 2012. Tentámos intervir, mas como não estavam reunidas todas as condições para tomar uma decisão e como a instituição não pode actuar sem a autorização dos pais, o processo seguiu para o Tribunal de Família e Menores de Cascais”, explicou João Belo.
    Os casos de matricídio, diz António Teixeira, ex-inspector da PJ, têm sido mais comuns nos últimos anos. Muitos ocorrem quando há conflitos na regulação do poder paternal. “O que pode significar que os tribunais e os advogados não estão a gerir estes processos com a atenção e o cuidado necessários”, avisa o antigo investigador. “São problemas que precisam de ser tratados não numa óptica de se ganhar os filhos a todo o custo, mas numa perspectiva humana e que possa salvaguardar o interesse das crianças e o equilíbrio dos pais”.
    A crise O psicólogo criminal Carlos Poiares também admite que o número de mulheres que matam os filhos está a subir. Mas prefere atribuir a culpa à crise económica e social que o país atravessa. “Estamos a assistir a um aumento destes casos, bem como dos homicídios conjugais e dos suicídios, como aliás acontece em todas as épocas de crise”, defende o especialista, recordando o caso, na década de 1970, de um casal com graves dificuldades financeiras que se atirou ao Tejo com o filho. “Estas situações acontecem sempre num quadro em que as mães não conseguem ver uma luz ao fundo do túnel. Acabar com a vida do filho é um acto tresloucado, desesperado, de fim de linha”, diz o psicólogo. E a crise pode actuar como um rastilho potenciador desse desespero: “A actual conjuntura social e económica é gravíssima e facilmente leva as pessoas a descompensarem”. Por se tratar de um crime extremo, acrescenta o especialista, a maioria das mães acaba por cometer o suicídio depois de matar os filhos.
    Perturbações A relação entre crise e matricídios não é consensual. O psicólogo Manuel Coutinho atribui o aumento dos casos ao fenómeno da “imitação” e defende haver sempre uma perturbação psiquiátrica ou um transtorno da personalidade por detrás deste tipo de comportamento. “São pessoas que têm uma enorme frieza afectiva, geralmente muito impulsivas e com uma rede social e familiar muito fraca. São, em regra, mulheres muito isoladas”, descreve.
    O psicólogo forense Rui Abrunhosa Gonçalves concorda: uma mãe que mata os filhos sofrerá sempre de uma perturbação mental grave e não tratada. Há casos de mulheres com depressões pós-parto ou com “patologias dissociativas”, como a esquizofrenia, que mataram ou tentaram matar os filhos. Fruto dessas desordens, algumas mães acreditam que ao matarem as crianças estão, na realidade, a salvá-las – como o caso de Anabela, que em 2009 se atirou da Ponte D. Luís, no Porto, com o filho de seis anos ao colo. A criança morreu, mas ela foi resgatada por dois remadores. Mais tarde, viria a contar à polícia que sofria de uma depressão pós-parto e que acreditava que o filho tinha uma doença incurável. Matá-lo seria uma maneira de o salvar. “São os chamados homicídios altruístas”, explica Rui Abrunhosa Gonçalves.
    Vingança O ex-inspector da PJ António Teixeira acrescenta, por outro lado, que há mulheres que matam os filhos por vingança e, muitas vezes, para punirem os companheiros: “Não são mães, são progenitoras. São mulheres que não estabelecem ligações afectivas com os filhos.” Nas vinganças e nos crimes passionais, homens e mulheres reagem de forma diferente, recorda o ex-investigador. “O homem, que até é visto como sendo mais frio na sua relação com os filhos, vinga-se na companheira quando há uma divergência conjugal. Já as mulheres são menos propensas a matarem os companheiros mas, em contrapartida, são capazes de usar os filhos para se vingarem.”

    Opus Dei proíbe 79 livros de autores portugueses | iOnline

    Opus Dei proíbe 79 livros de autores portugueses | iOnline

    José Saramago, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Lídia Jorge, Virgílio Ferreira são alguns dos escritores censurados na lista de livros da Opus Dei.


    Opus Dei proíbe 79 livros de autores portugueses

    Por Jornal i, publicado em 28 Jan 2013 - 19:51 | Actualizado há 13 horas 39 minutos
    José Saramago, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Lídia Jorge, Virgílio Ferreira são alguns dos escritores censurados na lista de livros da Opus Dei

    Parlamento. Deputados escondem interesses aos cidadãos | iOnline

    Parlamento. Deputados escondem interesses aos cidadãos | iOnline

    Os parlamentares portugueses são mais específicos na informação que prestam ao Constitucional do que a que publicam no site da AR para ser consultada pelos cidadãos.

    É possível trocar-se um vencimento de 100 mil euros anuais por outro de pouco menos de 60 mil? Pode-se ser sócio de um escritório de advogados e não o declarar no registo de interesses de deputado no site da Assembleia da República? À primeira vista é difícil, mas basta um olhar atento aos deputados/advogados com assento no parlamento para se verificar que existem muitos exemplos deste tipo.
    Os factos mostram também que existe uma abordagem muito diferente quando os parlamentares prestam contas perante o Tribunal Constitucional ou perante quem os elegeu. As declarações do TC são, por norma, muito mais minuciosas que as outras.
    Veja-se o PSD. No total, o grupo parlamentar que apoia o governo conta com 25 deputados/advogados, com e sem cédula suspensa. Adriano Rafael Moreira declarou ao TC relativamente a 2010, o ano que antecedeu a sua entrada no hemiciclo, que era administrador da Adriano Rafael Moreira, detendo uma percentagem de 70% no capital social da empresa. Já no site da AR, o deputado privilegiou a vertente da formação, realçando uma pós-graduação em Direito Penal Económico e Europeu e uma pós-graduação em Contratação Pública, entre outras.
    Outro seu colega de bancada, Amadeu Soares Albergaria, refere as acções que detém ao TC, embora deixe em branco este campo no registo de interesses do parlamento. E nem num organismo nem noutro declara onde trabalha como advogado.
    O também social-democrata José de Matos Correia, com cédula activa na Ordem dos Advogados, ganhou 76 mil euros de trabalho dependente em 2010 e 90 mil euros como independente, segundo a declaração arquivada no TC, declarando a profissão de docente universitário e advogado no registo de interesses da AR. Mas sem especificar onde.
    Antes de chegar à liderança do grupo parlamentar do PSD, Luís Montenegro recebia 73,7 mil euros de trabalho dependente e 90,5 mil de trabalho independente. O social-democrata esteve algum tempo sem exercer advocacia, mas desde o Verão que a diminuição progressiva do seu vencimento como deputado acabou por falar mais alto, levando-o a retomar a sua antiga actividade profissional.
    Paulo Rios de Oliveira também não informa que tem participação na sociedade de advogados Rio Pinho e Cristo no site da Assembleia da República, contrariamente ao registado no Tribunal Constitucional. No site do parlamento valoriza sobretudo a sua carreira política enquanto membro da Assembleia de Freguesia de Ramalde e da Assembleia Municipal do Porto e da Grande Área Metropolitana do Porto. Já no Tribunal Constitucional refere que é administrador da Rios, Pinho e Cristo desde 2008 e que em 2010 ganhou 2,3 mil euros de trabalho dependente e 104,6 mil de trabalho independente.
    Partido Socialista No PS também há advogados de renome que acumulam a prática com o cargo de deputados. Vitalino Canas é um deles. No site do parlamento não refere a quota de 70% que detém na sociedade Vitalino Canas e associados nem as acções recebidas desde 2007 na mesma empresa, informação dada ao Tribunal Constitucional.
    Em 2010, o ex-governante recebeu 79,3 mil euros de trabalho dependente e 49 mil de trabalho independente.
    Alberto Costa também tem a cédula activa na Ordem dos Advogados e declara a advocacia como a sua profissão no site do parlamento. Em 2006, a sua declaração de rendimentos referia que ganhava 80 mil euros de trabalho dependente e 26,1 mil de trabalho independente. Mas o gosto pela política pura e dura acabou por ter reflexos nos seus rendimentos. Em 2010 apenas declarou 56 mil euros ao Tribunal Constitucional.
    CDS-PP Além do Partido Social Democrata e do PS, o CDS-PP é o único grupo parlamentar com deputados/advogados no activo. Artur Rego declarou 229 mil euros de trabalho independente em 2010 no Tribunal Constitucional, bem como quotas em sociedades imobiliárias e cargos de gerência numa série de empresas imobiliárias. A situação é reflectida no seu registo de interesses como deputado.
    Outro dos seus pares na bancada parlamentar do CDS, José Lino Ramos, também tem a sua cédula de advogado activa. Na declaração de interesses apresentada no Tribunal Constitucional aquando do início do mandato de deputado pode ler-se que ganhou, de trabalho dependente em 2010, 92,9 mil euros.
    Ainda em 2011 deixou de exercer dois cargos na Associação Turismo de Lisboa. No site da AR pode ler-se ainda que foi presidente do conselho directivo da AMTRES até Abril desse mesmo ano e quatro meses depois saiu da administração da Tratolixo, empresa intermunicipal de tratamento de resíduos sólidos, com sede em S. Domingos de Rana. Neste caso também foi impossível saber onde exercia a profissão de advogado, uma vez que as duas declarações são omissas sobre a matéria.

    Trapalhada. Subsídio de férias não vai ser pago em duodécimos em Fevereiro | iOnline

    Trapalhada. Subsídio de férias não vai ser pago em duodécimos em Fevereiro | iOnline

    Atraso na data da publicação em Diário da República exclui especificamente o pagamento de metade do subsídio de férias.

    Estava tudo a postos para ter entrado em vigor na mesma altura que o Orçamento do Estado para 2013, ou seja, no final do ano passado. Mas a lei que estabelece metade do pagamento do subsídio de férias e de Natal em 12 meses acabou por só ser publicada ontem, pelo que um dos seus pontos entra em contradição com o próprio clausulado aprovado pelo parlamento. A solução está agora numa declaração de rectificação por parte da Assembleia, o que nem sequer é caso único: no Código de Trabalho aprovado em Fevereiro de 2009 o parlamento teve de publicar uma declaração rectificativa a 18 de Março devido a inúmeras inexactidões, sobretudo no capítulo referente à Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho.
    Desta vez o ruído foi muito maior porque estão em causa milhões de trabalhadores, que têm até à próxima segunda-feira para informar as entidades patronais se não quiserem receber metade dos dois subsídios em duodécimos.
    Incongruência Segundo Paula Caldeira Duschmann, da Miranda Correia Amendoeira & Associados, a lei tem uma incongruência, uma vez que o ponto 3 do Artigo 4.o anula o artigo 4.o, que estabelece que o subsídio de férias deve ser pago 50% antes do início das férias e os restantes 50% em duodécimos ao longo do ano.
    Este ponto 3 do artigo 4.o diz que “o disposto nos números anteriores não se aplica a subsídios relativos a férias vencidas antes da entrada em vigor da presente lei que se encontrem por liquidar”. Isto exclui precisamente as férias de 2012, que venceram a 1 de Janeiro deste ano e serão pagas em 2013.
    Este artigo foi discutido pelo parlamento o ano passado, não tendo os deputados tido em atenção a necessidade de o reformular, uma vez que a legislação acabaria por ser publicada já em 2013.
    Economia minimiza O Ministério da Economia já rejeitou qualquer lapso na lei publicada esta segunda-feira sobre o pagamento em duodécimos de metade dos subsídios de férias e Natal aos trabalhadores do privado.
    Em declarações à Rádio Renascença, o gabinete de Álvaro Santos Pereira disse que esta norma diz respeito a férias vencidas “por liquidar”. E reforçou que são estas “duas palavras” que fazem com que o diploma se aplique também ao subsídio de férias a pagar este ano, impedindo apenas que os subsídios de férias em atraso sejam pagos em duodécimos.
    Entretanto, os serviços do parlamento já começaram a avaliar as “dúvidas técnicas” sobre o pagamento em duodécimos no sector privado. A informação foi prestada ao “Diário Económico”, jornal que levantou a polémica, pelo presidente da Comissão de Segurança Social e Trabalho.
    Para José Manuel Canavarro, “do ponto de vista político” todos os deputados votaram “na convicção” de que em causa estava o pagamento do subsídio de férias em duodécimos ao longo deste ano”. Recorde-se que a lei refere que este regime será temporário, para vigorar apenas durante o corrente ano.

    segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

    Candidaturas para a Administração Pública abrem hoje. São 1905 vagas - Dinheiro Vivo

    Candidaturas para a Administração Pública abrem hoje. São 1905 vagas - Dinheiro Vivo

    O número de Estágios profissionais na administração pública previstos para este ano já está fixado. São 1905 vagas a que pode concorrer a partir de hoje.
    Uma portaria publicada em Diário da República estabelece a abertura do concurso para o Programa de Estágios profissionais na administração pública central (PEPAC) para o ano 2013. 
    Onde se pode candidatar
    As candidaturas são apresentadas exclusivamente através do preenchimento de formulário de candidatura on -line, disponível
    no site da Bolsa de emprego Público.

    As candidaturas podem começar a ser entregues desde hoje e prolongam-se até ao dia 8 de fevereiro, para estágios a iniciar no inicio do mês de maio.
    Como funciona o processo
    Até ao dia 8 de março de 2013, os candidatos admitidos provisoriamente são o, listados alfabeticamente no sítio do PEPAC e agrupados pelas  áreas de educação e formação e pelos distritos em que o candidato se disponibilizou para realizar o estágio.
    Até ao dia 9 de abril de 2013, os candidatos são provisoriamente ordenados no sítio do PEPAC, através da  aplicação da fórmula de avaliação curricular e, até ao dia dia 2 de maio de 2013, os candidatos são selecionados, em face das vagas disponíveis, por cada entidade promotora, por cada área de educação e formação, e por cada distrito.
    Os estágios iniciam-se a partir do dia 3 de maio.
    Valor da bolsa atribuída
    Aos estagiários é concedida, por cada um dos
    12 meses de duração do estágio, uma bolsa de estágio equivalente 1,65 vezes o valor correspondente ao indexante dos apoios sociais (IAS), ou seja 691,7 euros.

    Consulte aqui as vagas segundo cada área  e confira as regras na portaria. Os programas e conteúdos podem ser vistos aqui.

    Pais esfomeados obrigados a comer os seus filhos - Globo - DN

    Pais esfomeados obrigados a comer os seus filhos - Globo - DN

    Um homem norte-coreano foi executado por pelotão de fuzilamento por ter assassinado os seus dois filhos e os ter comido, ao não aguentar mais a "fome escondida" que afeta a Coreia do Norte e terá vitimado mais de 10 mil pessoas no ano passado, noticia hoje o jornal britânico Sunday Times.
    O caso surge em relatos clandestinamente difundidos do mais fechado país do mundo, que foram divulgados pela agência Asia Press, sediada em Osaka, Japão, dando conta que há pais norte-coreanos a "comer os seus filhos".
    Entre os vários casos relatados, destaca-se ainda o de um homem que desenterrou o corpo do neto para o comer, e o de um terceiro homem que cozeu o filho e comeu a carne, também para não morrer de fome.
    O Sunday Times escreve que estes relatos da Asia Press são considerados credíveis porque esta agência tem um conjunto de 'cidadãos-repórteres' no país de Kim Jong-un, que fazem chegar ao ocidente notícias do regime comunista.
    Segundo estas fontes, os casos de fome mais graves ocorrem nas províncias de Hwanghae Norte e Sul, a sul da capital, Pyongyang, onde pelo menos de 10 mil pessoas terão morrido de fome em 2012.
    Os casos de canibalismo em situações de fome extrema não são raros. Na Ucrânia, por exemplo, durante a grande fome de 1932-33 - após a anexação do país pela União Soviética de Estaline e a subsequente coletivização dos meios de produção - há dezenas de relatos confirmados de pessoas que se viram obrigadas a comer familiares, crianças e adultos, para sobreviver. Os historiadores estimam que morreram pelo menos 7 milhões de ucranianos neste período.

    Património de 50 milhões nas mãos do Opus Dei - Portugal - DN

    Património de 50 milhões nas mãos do Opus Dei - Portugal - DN

    Bens ultrapassam os 50 milhões de euros, impulsionados pelos quase 42 milhões da Fundação Maria Antónia Barreiro. Um hotel, uma escola superior, dezenas de imóveis, uma financeira e até uma escola de futebol fazem parte das estruturas controladas pela obra, através dos seus membros, embora legalmente não exista qualquer ligação.
    O registo comercial é claro: o Opus Dei em Portugal só é dono de três jazigos. Porém, as ações da obra ocorrem num património muito mais vasto, controlado por membros da organização e superior a 50 milhões de euros. Colégios, prédios devolutos, terrenos, um hotel, uma escola superior e até uma sociedade de capital de risco fazem parte do universo patrimonial do Opus Dei.
    No registo comercial não há qualquer fração deste património em nome do Opus Dei, mas os administradores confirmam a ligação à obra, que, aliás, foi assumida ao DN pela própria cúria do Opus Dei em Portugal. Os imóveis que servem de suporte à obra são propriedade de cooperativas, de associações e da Fundação Maria Antónia Barreiro, que detém os principais equipamentos. Juntando as dezenas de estruturas, prédios e palacetes de associações e cooperativas ao património declarado às Finanças pela fundação, o valor ultrapassa facilmente os 50 milhões de euros.

    Seca ameaça fazer disparar os preços de carne e leite - Dinheiro Vivo

    Seca ameaça fazer disparar os preços de carne e leite - Dinheiro Vivo

    Os números revelados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América, no início deste ano, eram esperados com ansiedade e preocupação. Os piores temores confirmaram-se: a seca está para continuar e, com ela, as produções agrícolas continuam abaixo do que o Mundo precisa.
    Além da potencial subida de preços devida à falta de oferta em relação à procura, as mercadorias continuam a ser apelativas para os investidores que, assim, inflacionam ainda mais os preços.
    O milho e a soja – componentes da ração para o gado – chegaram a valorizar mais de 100% em 2012. “Portugal está muito dependente das importações de cereais e soja dos EUA e, caso se verifique nova seca, verificar-se-ão baixas produções.
    Uma produção baixa, num ano de stocks muito baixos originará preços das matérias primas muito altas”, adianta Cristina de Sousa, presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais.
    O aumento de preços das matérias-primas fará aumentar o custo das rações e isso, segundo Cristina de Sousa, poderá ser já “incomportável para parte dos produtores pecuários”.
    Conhecendo de perto a fileira da carne, uma vez que é proprietária de uma empresa de produção da rações, de explorações agropecuárias e de venda ao público, a responsável teme que a situação leve a “ter animais a morrer de fome nas explorações pecuárias, produtores a não pagar as rações às fábricas e, provavelmente, produtores pecuários a abandonar a atividade”.

    Leite perto da rutura O abandono de atividade é já uma realidade conhecida na produção de leite, setor que José Oliveira, presidente da LEICAR - Associação de Produtores de Leite e Carne, refere ser “ainda mais vulnerável ao aumento de custo das rações”.
    Segundo dados do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, entre as campanhas de 2009 e 2012, em Portugal Continental, 2299 produtores de leite abandonaram a atividade, restando apenas 4422.
    E ainda não são conhecidos os dados da campanha 2012/13.
    Entre 2005 e 2012, 7372 produtores abandonaram a atividade e os que ficaram, embora mais produtivos e competitivos, não compensam pelos que abandonaram. “A produção nacional de leite estará no limite do consumo interno.
    A muito curto prazo, poderemos ter de importar”, alerta José Oliveira. “Nos últimos dois anos, os custos de produção aumentaram 15%, mas o leite continua praticamente ao mesmo preço.
    E quando sobe, não é no que é pago ao produtor”, lamenta.  “Tem de haver um acordo com a Associação Portuguesa das Empresas da Grande Distribuição, com mediação do Ministério da Agricultura, de forma a que haja um aumento que chegue ao produtor. Até lá, estou muito preocupado com a situação do setor”, confessa o responsável.