domingo, 30 de setembro de 2012

Soares dos Santos: "Quem ganha menos de 500 euros não tem vontade de trabalhar" - Economia - PUBLICO.PT

Soares dos Santos: "Quem ganha menos de 500 euros não tem vontade de trabalhar" - Economia - PUBLICO.PT

O presidente do Grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, declarou-se este domingo “violentamente contra” a política dos baixos salários dentro das empresas, porque “uma pessoa que ganha menos de 500 euros não tem vontade nenhuma de ir trabalhar”.

“Os baixos salários não resolvem situação nenhuma e as pessoas não têm vontade nenhuma para ir trabalhar para receber menos de 500 euros depois dos impostos”, disse aos jornalistas, à margem do I Fórum Empresarial do Algarve, que terminou este domingo em Vilamoura.

Sobre a política salarial da função pública, lamentou que, neste momento, “seja preciso reduzir a despesa de um dia para o outro”, e defendeu que a única folga são os salários, num contexto, disse, “em que 80 por cento das despesas do Estado são salários”.

“Eu não gosto, mas vamos pôr toda a gente na rua em nome do Estado?”, questionou.

Alexandre Soares dos Santos – que recebeu o prémio “Life Time Achievement” durante a sessão de encerramento do Fórum Empresarial do Algarve –, criticou os políticos “porque estão longe da realidade”. O horizonte dos empresários, disse, “são vários anos”, mas e o dos políticos “são as próximas eleições”.

Soares dos Santos sustentou ainda que “esta história de só termos empresas públicas, só dá prejuízo”, porque os privados “têm que dar satisfações aos accionistas”.

No rescaldo das declarações de António Borges, que chamou de "ignorantes" os empresários que contestaram as alterações que o Governo queria fazer à taxa social única (TSU), Soares dos Santos criticou não só o consultor do executivo para as privatizações, como também a reacção do presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), António Saraiva, que disse em resposta que a maioria das empresas portuguesas também não contrataria António Borges.

“Vamos ter respeito por um homem que foi director do FMI, não é um tipo qualquer”, disse Alexandre Soares dos Santos, em declarações aos jornalistas à margem da sessão de encerramento do Fórum Empresarial do Algarve, em Vilamoura.

Sobre as declarações de António Borges, observou que “foi infeliz” mas “a gente às vezes somos infelizes porque aquece ou houve alguma coisa que nos irritou no momento”.

Insolvências: Fecharam 4800 empresas desde o início do ano - Dinheiro Vivo

Insolvências: Fecharam 4800 empresas desde o início do ano - Dinheiro Vivo

Mais de 25 empresas desaparecem por dia em Portugal. Em nove meses, os processos de insolvência envolvem já 4800 entidades, um aumento de praticamente 50% face a igual período de 2011. Mais importante, já ultrapassaram o número total de falências no ano passado, que foi de 4532. O comércio, por grosso e a retalho, permanece como o setor mais afetado, seguido de perto pela fileira da construção e do imobiliário.Se João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), não poupa críticas à 'cartilha' da troika (ver entrevista), já Ricardo Pedrosa Gomes, líder da Federação Portuguesa da Construção e do Imobiliário de Portugal (Fepicop), considera que os números das insolvências, da responsabilidade do  Instituto Informador Comercial, são o resultado da "omissão completa" e da "ausência de vontade" [do poder político] de olhar um setor "em colapso". São apenas, assegura, "o último mau número conhecido" porque, até ao final do ano, "uma sucessão de números ainda piores se repetirão".
E porque o agravamento das falências é praticamente transversal a todos os sectores, Ricardo Pedrosa Gomes assume que a construção não é diferente dos outros: "O ajustamento é para todos. Nós temos é uma particularidade, que é só nossa. É que há a intenção de fazer deste setor um exemplo do ajustamento que é necessário fazer na economia nacional."
E o problema é que os números que surgem são os das empresas que recorrem aos tribunais para eventuais processos de recuperação. "Temos indicação que o setor que está a recorrer mais ao Programa Especial de Revitalização é o da construção. Mas o PER tem, apenas, o mérito de proteger as empresas e permitir que tenham um fim de vida mais assistido, menos abrupto", diz.
E porquê? Porque, para acordar com os credores um plano de viabilidade, "é preciso comprovar que há futuro, que há mercado, e nenhuma empresa de construção o consegue fazer porque se desconhecem quaisquer opções do próximo quadro comunitário de apoio de 2015 a 2020 que incluam o setor", afirma o presidente da Fepicop, classificando a situação de "absurda". "Não existe nenhum país onde não haja construção."
Os números mostram ainda que, em termos absolutos, o Porto se mantém como o campeão das falências, seguido de Lisboa, com 1116 e 1010 casos, respetivamente.  Mas, se ao Porto somarmos Viana, Braga, Vila Real, Bragança, Aveiro, Viseu e Guarda, concluímos que, na região Norte, desapareceram este ano 2428 empresas, mais de metade do total nacional.

Tufão Jelawat (Japão) faz carro levantar voo


A história da luta de um povo contra a manada selvagem do "doutor Neco" - Local - PUBLICO.PT

A história da luta de um povo contra a manada selvagem do "doutor Neco" - Local - PUBLICO.PT

Nos confins da Beira Baixa, um "exército" de animais bravios traz em polvorosa os pequenos povoados da raia. Centenas de vacas e touros atacam as pessoas e as culturas. Pela calada da noite, batem com os cascos como se fossem almas penadas.

No reinado de D. Fernando a aldeia de Segura, actualmente integrada no concelho de Idanha-a-Nova, Castelo Branco, foi um dos garantes da manutenção da fronteira durante as três guerras com Castela. Há 600 anos, à força das espadas, as tropas adversárias não lograram apoderar-se das margens para lá do rio Erges. Hoje, não havendo guerra com Espanha, há quem prepare espingardas. Não para defender a soberania, mas para enfrentar centenas de touros e vacas bravas que há dez anos campeiam livremente pela região e que este mês, conforme confirmou a GNR, já provocaram a morte de um pastor surpreendido no campo.

O sol está alto e nos campos em redor de Segura, num vislumbre menos apurado, é quase impossível avistar qualquer rês, mesmo que seja mansa. Palmilham-se quilómetros por caminhos poeirentos, entre giestas e mais giestas. De vez em quando um bando de perdizes levanta voo. O guia, um homem da aldeia, garante que vamos encontrar gado bravio. Chegados a um ribeiro quase seco, uma revoada de pó indica a proximidade de animais. Mais de 20, entre bovinos e cavalos. Enquanto algumas reses permanecem imóveis, outras partem desenfreadas pelo campo. "São vacas do Neco", explica o guia.

"Neco", de seu verdadeiro nome Eduardo Pereira Marques, é veterinário, tem uma casa em Segura (onde só aparece esporadicamente) e mais de 2000 hectares de terreno em torno da aldeia. Os populares dizem que são dele as rezes bravias que há cerca de dez anos alvoraçam e espalham terror naquele povoado e noutros da zona raiana. Terá sido um dos seus animais, conforme já foi confirmado pela GNR, bem próximo do local onde o PÚBLICO avistou diversos animais não brincados (o brinco é uma chapa metálica que é colocada nas orelhas dos animais e que permite saber que os mesmos estão registados e submetidos a controlo veterinário) que há cerca de duas semanas matou um pastor da aldeia de Rosmaninhal que por ali apascentava ovelhas.

Os touros e vacas bravas que terão morto o pastor tão depressa podem andar nos terrenos do alegado proprietário, como se dão ao luxo de campear pelos 352 hectares que constituem a Herdade da Granja (foi nos seus limites que apareceu o cadáver). Esse terreno (o equivalente a 352 campos de futebol) é um baldio desde sempre utilizado pela população de Segura, actualmente com apenas 180 eleitores. "Era aqui [na Herdade da Granja] que o povo vinha fazer as suas sementeiras, que fazia algumas hortas e que trazia gado a pastar", conta Sebastião Ramos Matias. "Mas desde que o gado do Neco passou a vedações e começou a atacar as pessoas e a dar cabo das colheitas, tudo acabou", lamenta.

A conversa com o guia é entrecortada, com alguma frequência, por sombras imensas que passam a grande velocidade pelo chão. Quando se olha para o céu avistam-se então os donos das sombras. São bandos de enormes abutres que esvoaçam em círculos e que depois se precipitam para o solo. "É mais algum touro morto", alvitra Sebastião Matias.

A expressão "mais" não é, neste caso, nenhum exagero. Andam-se 200 metros a partir do leito seco de um ribeiro e os olhos arregalam-se com o avistamento de ossadas dispersas. Depois, mais uns passos dados, lá está o que resta do que terá sido um touro corpulento. O crânio, quase já sem pele, e os cornos aguçados fazem lembrar as imagens icónicas dos filmes do Oeste americano. "Este foi morto por um caçador que andava aqui às perdizes. O animal estava escondido ali no ribeiro e investiu", explica Sebastião Matias, justificando o uso de balas (que os caçadores não podem utilizar quando procuram peças mais pequenas, como coelhos, lebres ou perdizes) com "a necessidade de salvar a vida".

Atravessa-se um caminho de terra batida e mais algumas vacas e touros bravios se levantam num trote respeitoso - os animais que não estão registados não toleram a aproximação de humanos, que nos últimos anos os têm caçado e os afugentam a tiro. Depois surge mais uma carcaça de outra rês abatida à bala. Mais umas centenas de metros e surge o esqueleto de um cavalo. O terreno em volta do sítio onde os animais caíram e os abutres comeram mais um banquete ficou despido de vegetação. No chão ficaram apenas enormes penas das aves, supostamente perdidas na luta por um qualquer pedaço de carne. De volta a Segura, dá para notar, quando se chega a uma pequena estrada asfaltada, ladeada por terrenos que o próprio veterinário reconhece serem seus, a existência de várias marcas de travagens. São os vestígios de colisões com o gado que assim que começa a escurecer vem para os caminhos.

João Fevereiro é apenas um dos diversos habitantes de Segura que tem para contar um encontro que, de acordo com a sua versão, se deu "com o gado do Neco". "Vinha das Termas [de Monfortinho] e eram para aí uma da manhã. Na estrada estavam cinco touros e uma vaca". O embate de um dos animais valeu-lhe uma despesa de 7.000 euros. Ainda hoje espera ser reembolsado.

Ao lado de João Fevereiro outro natural da terra, Rui José Fazenda Carvalho, conta que na sua tapada são frequentes as investidas "do gado do Neco". "Para ir ver as minhas vacas tenho de ir de tractor. Já fui seguido várias vezes por cinco, dez, 20 e 30 vacas e touros".

Histórias de gado bravo em Segura são como carraços em cão vadio. Uns queixam-se dos quintais devastados por animais cheios de fome e de sede. Outros contam que touros de grande porte e ameaçadores vão, a coberto da noite, ao encontro das suas vacas mansas que estão "saídas" (receptivas a acasalar) emprenhando-as contra a vontade dos donos, que pretendem animais "registados e com as vacinas em dia". "Eu não como aquela carne", diz José Manuel, referindo-se às vacas e touros bravios.

A dona do único café de Segura conta que quando a filha vem à aldeia para a visitar "abala sempre antes da noite, por causa do gado nas estradas". "Isto agora é simples: assim que o sol se põe, assim que começa a escurecer, o melhor é cada um fechar as portas e não andar pelas ruas", diz a comerciante, contando que "quase todas as noites" se escutam os cascos das reses bravias a bater nas pedras das ruas. Uma vizinha diz mesmo já ter escutado "vacas e touros a subir as escadas do castelo" (restos da fortaleza ali construída e hoje parcialmente absorvida pelo povoado para proteger a fronteira).

Os animais, sobretudo no Verão, procuram comida e água. Se durante o dia muitos se acoitam nos matos e nos leitos secos dos riachos, quando a noite cai a maior parte aventura-se pelos povoados. Sofrem as pequenas hortas e também os carros.

"Neco" diz-se ameaçado

Já há sete processos a correr no Tribunal de Idanha-a-Nova, a sede do concelho. Na maior parte dos casos, porque os animais que acabam por ser abatidos (a GNR, por intermédio dos seus serviços de relações públicas no Comando Nacional, em Lisboa, confirma que já foi chamada diversas vezes) não possuem qualquer identificação, não é possível atribuir responsabilidades a Eduardo Marques.

O PÚBLICO conseguiu entrar em contacto telefónico com o veterinário: "Não tenho a mínima responsabilidade em relação ao que se está a passar", sintetizou.

Eduardo Marques começou por dizer, no passado domingo, que nada pretendia afirmar. Depois, a insistência do PÚBLICO, remeteu mais esclarecimentos para um comunicado que pensa divulgar numa data não especificada. Mais um pouco e acabou por negar quaisquer responsabilidade relativa aos danos provocados pelos animais e, por fim, revelou que a sua vida já correu e continua a correr perigo.

"Sou ameaçado por várias pessoas da região. São malfeitores que estão perfeitamente identificados", acrescentou o veterinário, que não quis precisar mais detalhes acerca da história. Quando se pergunta o porquê dos problemas entre a população de Segura e o veterinário Neco, nenhuma resposta concreta é avançada. Diz-se que o homem, que "é dono de um terço de todas as terras aqui à volta", mas que reside normalmente em Albergaria-a-Velha (Aveiro), gostaria de juntar os 352 hectares da Herdade da Granja (que é de todo o povo da aldeia) aos cerca de 2.000 que já possui. Também se diz que quando chegou à região e começou a colocar as "aramadas" (vedações) nos seus terrenos, alguns habitantes deitaram-nas abaixo. Terá sido nessa ocasião que começou a levar touros para os terrenos, como se os mesmos fossem os guardas que pudessem proteger as cercas derrubadas.

O PÚBLICO não obteve qualquer resposta do veterinário em relação a estas afirmações dos habitantes de Segura.

Os ataques do gado aos populares iniciaram-se em 2005, ano em que alguns dos animais terão sido alvo dos últimos cuidados veterinários. Depois disso, e por motivos não explicados, o alegado dono teria deixado de os acompanhar e estes começaram a partir as vedações e atacar as culturas.

A manada bravia, que actualmente se divide em mais de uma dúzia de grupos, é composta por um número indeterminado de animais. De acordo com a Direcção-Geral de Veterinária serão, no mínimo, 250 cabeças. Em Segura fala-se de "muitas centenas, quase mil" e deitam-se contas às crias paridas todos os anos pela vacada. "Não se vê uma vaca sem um bezerro atrás", dizem.

A própria Direcção-Geral de Veterinária não conseguiu, em Agosto deste ano, fazer uma contagem exacta dos exemplares. Conforme disse ao PÚBLICO o assessor do Ministério da Agricultura, Daniel Costa, foram requisitados à Companhia das Lezírias um grupo de campinos que, depois de muitas horas a cavalgar pelos muitos hectares ocupados pelo gado, conseguiram apenas recuperar oito touros. Os restantes refugiaram-se pelos cabeços da zona.

A Direcção-Geral de Veterinária, de acordo com o que já é público e foi confirmado ao PÚBLICO pela assessoria do Ministério da Agricultura, e baseado numa determinação veiculada pelo Ministério Público do Tribunal de Idanha-a-Nova, vai ordenar uma batida legal às reses. Caberá à GNR proceder ao abate dos animais, situação que, conforme disse ao PÚBLICO o porta-voz daquela força, ainda não tem data marcada. O assessor Daniel Costa adiantou, entretanto, que a data não será revelada por "motivos de segurança".

Há cerca de um mês atiradores da GNR estiveram quase a consumar a matança de muitos dos animais tresmalhados, o que não aconteceu supostamente por falta de assentimento por parte dos responsáveis do Ministério da Agricultura. Daniel Costa explicou que o abate dos animais "é uma operação complexa", tal como todo o processo, o qual envolve a apreciação de uma série de processos dos quais "já resultaram o levantamento de diversas contra-ordenações".

O que se sabe é que os animais, nas suas sortidas em busca de alimento e água, não poupam quem lhes surja pela frente. Não são apenas os carros dos civis que são alvo de cornadas. Um jipe da GNR já ficou bem marcado devido a um ataque de um touro. Em Segura há um soldado da GNR, dono de vacas, que dorme com a espingarda ao lado e que, em diversas noites, já se terá visto obrigado a disparar para defender a comida e a "honra" das suas reses. "Uns [touros] morrem no local, outros, feridos, acabam por morrer longe. Quem é que vai querer comer essa carne? Apenas os abutres", remata Sebastião Matias.

Laboratórios europeus queixam-se de Portugal na Comissão Europeia | iOnline

Laboratórios europeus queixam-se de Portugal na Comissão Europeia | iOnline

  • medicamentos
    António Pedro Santos
     
Os laboratórios europeus apresentaram uma queixa contra Portugal na Comissão Europeia por causa de uma lei aprovada por este governo para acelerar a entrada de genéricos no mercado, alegando que esta "viola os direitos da propriedade intelectual da indústria".
Pedro Gonçalves, jurista que participou no processo que levou à apresentação da queixa pela EFPIAS, a associação que representa a indústria farmacêutica europeia, disse à agência Lusa que está em causa uma violação de legislação europeia.
O alvo dos laboratórios europeus é a Lei 62/2011, a qual criou um regime de composição dos litígios emergentes de direitos de propriedade industrial quando estejam em causa medicamentos de referência e medicamentos genéricos.
Segundo Pedro Gonçalves, esta arbitragem é cara -- custando até 300 mil euros ou mais para as empresas envolvidas -- e "não tem resolvido qualquer litígio".
Desde que a lei entrou em vigor, em janeiro deste ano, a arbitragem obrigatória "ainda não resolveu nenhuma situação em disputa", disse.
O resultado prático da aplicação da lei tem sido, de acordo com este jurista, "uma quase imediata entrada dos genéricos no mercado, sem cuidar de quem tinha as patentes".
Sempre que isso acontece, as empresas titulares das patentes recorrem para os tribunais de Comércio e Administrativos, onde "continuam a ganhar", assegurou Pedros Gonçalves.
A queixa da EFPIA visa levar a Comissão Europeia a utilizar "toda a sua influência junto do governo português para que a Lei 62/2011 seja revogada e substituída por legislação que proteja efetivamente a propriedade intelectual, designadamente da indústria farmacêutica".
"Devem ser criadas as condições para que o tribunal especializado em propriedade intelectual, criado pelo governo, funcione de forma efetiva, o que até agora não sucedeu", adiantou a mesma fonte.
A queixa já está a ser avaliada pela Comissão Europeia e o Estado português tem agora até ao final do ano para dar uma resposta.

SCUT. Governo baixa tarifas em 15% a partir de segunda-feira | iOnline

SCUT. Governo baixa tarifas em 15% a partir de segunda-feira | iOnline

Todos os utilizadores vão beneficiar a partir de segunda-feira de um novo regime antigas vias Sem Custos para os Utilizadores (SCUT) que se traduz em tarifas 15 por cento mais baixas, anunciou hoje o Governo.
Sobre as novas tarifas, as empresas transportadoras de mercadorias continuarão a beneficiar de um desconto adicional de dez por cento nas passagens, durante o dia, e de 25 por cento, à noite.
Em causa está o fim das isenções para as primeiras dez passagens mensais e descontos de 15 por cento nas portagens para os utilizadores e empresas residentes abrangidos por sete SCUT – Costa da Prata, Grande Porto, Norte Litoral, Algarve, Beiras Litoral e Alta, Beira Interior e Interior Norte.

Portugueses podem beber da torneira "com confiança", garante regulador - JN

Portugueses podem beber da torneira "com confiança", garante regulador - JN

O presidente da entidade reguladora da água defendeu, este domingo, que os portugueses podem beber água da torneira "com confiança" porque os parâmetros de qualidade atingem os 98%, apesar de 30 a 40 concelhos apresentarem níveis abaixo do desejável.
 
foto Arquivo / Global Imagens
Portugueses podem beber da torneira "com confiança", garante regulador

 
"Em 2011, todos os sistemas e abastecimento de água tinham planos de controlo de qualidade e, das cerca de 700 mil análises efetuadas, 98% cumpriam os parâmetros definidos", garantiu Jaime Melo Baptista.
A Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Qualidade (ERSAR) divulga o relatório anual "Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano" na segunda-feira, quando se assinala o Dia Nacional da Água.
Melo Baptista salientou, à Lusa, que "a melhoria da qualidade da água no abastecimento público é um dos aspetos de maior sucesso no setor em Portugal".
Quanto aos 2% de incumprimento, "não indicam necessariamente que a água não é adequada para o consumo", pois podem estar relacionados com parâmetros que não afetam a saúde pública.
"A grande maioria dos concelhos cumpre os parâmetros, são entre 30 e 40 aqueles que apresentam mais incumprimentos do que o desejável", revelou o responsável.
Continua a ser no interior do país, "com maiores carências de recursos humanos, técnicos e financeiros, que se concentram os incumprimentos ocorridos, essencialmente nas pequenas zonas de abastecimento, que servem menos de 5.000 habitantes", explicou.
E, apesar do resultado do indicador global da qualidade da água apontar os 98%, "os operadores têm de continuar atentos e alguns têm de melhorar este serviço", alertou.
A ERSAR explica que "os parâmetros que evidenciam maior percentagem de incumprimento dos valores são as bactérias coliformes e os enterococos, por ineficiência da desinfeção, o pH, o ferro, o manganês, o alumínio e o arsénio, devido às características hidrogeológicas das origens de água, bem como o níquel, cuja causa é atribuída aos materiais das redes prediais".
Devido à "evolução positiva" registada, é destacado o parâmetro da bactéria Escherichia coli, com "uma melhoria significativa e uma percentagem de cumprimento do valor paramétrico superior à média nacional".
Melo Baptista recordou que qualquer incumprimento "é comunicado em 24 horas à entidade reguladora e à Direção Geral de Saúde", que analisa a situação e decide sobre a necessidade de tomar medidas que podem, em casos mais graves, ir até à interrupção do abastecimento.
No ano passado, verificou-se um caso de incumprimento deste tipo, em Évora, mas que foi detetado ainda no sistema "em alta", ou seja, entre a captação e o reservatório ou o município, antes da distribuição aos consumidores finais e "nem chegou à cidade", exemplificou o presidente da ERSAR.
A entidade reguladora, que agora abrange todos os operadores, públicos e privados, alterou a sua estratégia de fiscalização e reduziu o número de ações, que eram 150 a 200 anuais, para tornar os controlos "mais intensos".
Quanto à desinfeção da água, o presidente da ERSAR referiu que pouco mais de metade dos valores (55%) estão dentro dos limites recomendados (e não impostos) pela entidade.
O cloro acima dos valores recomendados desagrada aos consumidores, devido ao sabor, mas "não implica problemas de saúde pública", explica a ERSAR.
No entanto, considera que "há ainda um número apreciável de entidades gestoras que têm de continuar a melhorar o controlo operacional do processo da desinfeção, de modo a assegurarem concentrações adequadas de desinfetante residual na água".

Hubble mostra a região 
do Universo mais longínqua, antiga e nítida de sempre - Ciências - PUBLICO.PT

Hubble mostra a região 
do Universo mais longínqua, antiga e nítida de sempre - Ciências - PUBLICO.PT

O telescópio espacial Hubble fotografou o Universo na região mais distante de sempre e voltou a revelar uma imagem sem precedentes.

O Hubble já tinha apontado há 17 anos as suas potentes lentes para uma pequeníssima área do cosmos, que fica na constelação da Fornalha, que se vê do Hemisfério Sul.

Essas imagens, então as mais distantes no Universo, resultaram de uma teimosia do director do Instituto Científico do Telescópio Espacial Hubble, que decidiu apontar o telescópio para um local longínquo, com poucas estrelas. Toda a gente lhe dizia que era um disparate gastar tempo de observação do telescópio, mais de dez dias ininterruptamente, a olhar para um sítio onde não havia nada. Puro engano: tanto a primeira dessas imagens, de 1995, como as seguintes, mostraram o Universo repleto de galáxias quando tinha apenas 800 milhões de anos.

Mas agora, depois de gastar ao todo 23 dias a recolher luz de uma parcela desta mesma região, conseguiu não só uma maior nitidez desse pedaço do Universo, como ver mais longe. Só nessa região, agora a 13.200 milhões de anos-luz de distância, a imagem mostra 5500 galáxias.

As 2000 imagens tiradas foram agora todas reunidas numa só. Este resultado é um salto em relação à imagem anterior. Os diferentes formatos das galáxias estão mais nítidos e mostram distinções entre elas. É possível observar galáxias cujo brilho é dez mil milhões de vezes mais ténue do que o olho humano vê.

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A fotografia permite aos cientistas explorar o passado mais distante. O Universo existe há cerca de 13.700 milhões de anos, a Terra, por comparação, tem apenas 4500 milhões de anos. A idade do Universo é um dado importante quando olhamos para galáxias. Quando se observam objectos celestes que estão a 13.200 milhões de anos-luz, como as galáxias da fotografia, significa que a luz proveniente deles demorou todo este tempo a chegar até à Terra.

“A maioria destas galáxias que agora vemos eram novas, quando ainda estavam a crescer. Muitas vezes este crescimento era violento à medida que colidiram e se fundiram com outras”, explica a Sociedade de Astronomia Americana. A galáxia mais jovem identificada formou-se “apenas” 450 milhões de anos depois do início do Universo, que começou com o Big Bang. Na fotografia, vêem-se também várias galáxias em espiral, que têm a mesma forma da Via Láctea, onde habita o nosso Sol e milhões de estrelas.

Antes do Hubble ser lançado para o espaço, em 1990, as imagens mais distantes do Universo eram de galáxias a 7000 milhões de anos-luz, pouco mais de metade da distância que hoje a humanidade consegue ver cosmos adentro. Com o Hubble, o Universo continua a entrar-nos em casa.

CIP. "A maioria dos empresários portugueses também não contrataria” António Borges | iOnline

CIP. "A maioria dos empresários portugueses também não contrataria” António Borges | iOnline

O presidente da CIP, António Saraiva, considerou hoje “infelizes” as afirmações de António Borges, que acusou os empresários que criticaram a redução da TSU, de serem “ignorantes”, realçando que a maioria das empresas não contrataria o consultor do Governo.
“Se tivéssemos que reagir emotivamente a estas declarações do António Borges, se calhar a maioria dos empresários portugueses também não o contrataria, não passaria na seleção dos recursos humanos das empresas, porque só tem um determinado conhecimento e não tem uma visão alargada”, afirmou hoje à Lusa o dirigente patronal.
O consultor do Governo para as privatizações, António Borges, defendeu hoje que a Taxa Social Única (TSU) é uma medida “inteligente” e acusou os empresários que a criticaram de serem “ignorantes”.
Em declarações à Lusa, António Saraiva considerou as declarações “excessivas e infelizes”, acusando o consultor do Governo de lançar “um anátema sobre os empresários deste país”, esquecendo-se que “os empresários portugueses, alguns analfabetos e outros com pouco formação, que nunca chegariam ao primeiro ano do curso ministrado por ele, é gente abnegada que cria emprego, cria riqueza e exporta cada vez mais”.
“Se chama ignorante a esta camada de gente que arrisca, cria emprego e riqueza, então o António Borges não teria competências para entrar nas nossas empresas”, declarou.
Mais, o presidente da CIP questiona se “a medida é assim tão virtuosa como António Borges a defende, porque é que o Governo recuou”, realçando que, “se o Governo recuou, foi porque provavelmente percecionou que houve uma incorreta avaliação dos efeitos da medida”.
António Saraiva deixou mesmo um conselho ao conselheiro do Governo: “Proponho ao doutor António Borges que, antes de produzir afirmações, tenha o bom senso de refletir, porque um ser humano adulto com as responsabilidades que ele tem, convém ter bom senso e moderação”.
“Já nos bastam os pirómanos que andam a incendiar a situação portuguesa, para ainda termos outros que esperávamos que fossemos bombeiros que, afinal, também são incendiários”, criticou.
António Borges interveio hoje no I Fórum Empresarial do Algarve, que decorre este fim de semana em Vilamoura e reúne mais de 300 empresários, economistas e políticos de Portugal, Brasil, Angola, Índia, Emirados Árabes Unidos e Moçambique.
“Que a medida é extremamente inteligente, acho que é. Que os empresários que se apresentaram contra a medida são completamente ignorantes, não passariam do primeiro ano do meu curso na faculdade, isso não tenham dúvidas”, afirmou.
Admitindo que a medida implica perda de poder de compra "para muita gente", António Borges considerou, no entanto, que quem acha que "o programa de ajustamento português se faz sem apertar o cinto, está com certeza um bocadinho a dormir".
Aquele responsável discordou ainda que, com a TSU, se proceda a uma transferência dos rendimentos do trabalho para o capital, já que o problema do país é estar “completamente descapitalizado”.
“Parece que voltámos todos ao Marxismo: o capital é uma coisa má, temos que o destruir”, referiu, criticando o facto de as pessoas dizerem que “não podem ajudar o capital”.
"Não estamos a transferir rendimentos de ninguém para ninguém, estamos a tentar manter postos de trabalho. Isto é do interesse de todos, não é só de alguns”, sublinhou.

Leia também:
Medida da TSU é "inteligente" e empresários que a criticaram são "ignorantes"

Declarações de António Borges são "completamente inaceitáveis e condenáveis" | iOnline

Declarações de António Borges são "completamente inaceitáveis e condenáveis" | iOnline

O social-democrata Luís Filipe Menezes considerou hoje “completamente inaceitáveis e condenáveis, porque de uma insensatez absoluta”, as declarações de António Borges sobre os empresários portugueses, que considera serem “insubstituíveis” na recuperação do país.
“São declarações muito insensatas, que colocam em causa a imagem do PSD e do Governo e que são completamente inaceitáveis e condenáveis porque são de uma insensatez absoluta”, afirmou Menezes em declarações à agência Lusa.
O consultor do Governo para as privatizações, António Borges, defendeu hoje durante o I Fórum Empresarial do Algarve que a Taxa Social Única (TSU) é uma medida “inteligente” e acusou os empresários que a criticaram de serem “ignorantes”.
“Que a medida é extremamente inteligente, acho que é. Que os empresários que se apresentaram contra a medida são completamente ignorantes, não passariam do primeiro ano do meu curso na faculdade, isso não tenham dúvidas”, afirmou Borges.
Para o conselheiro de Estado e presidente da Câmara de Gaia, há que “parar de vez” com este tipo de situações, em que “algumas personalidades cuja cidadania [se] identifica muito com o PSD – embora, no fundo, não represente nada do PSD - têm declarações deste género”.
“Na maior parte dos casos, essas interpretações vêm de pessoas que, de facto, têm uma vida académica muito interessante, mas que nunca estiveram à frente de uma empresa, nunca lideraram uma câmara, nunca pagaram um salário ao fim do mês. Só isso é que justifica este tipo de atitudes”, sustentou.
Afirmando representar “muito mais no PSD e no apoio público a este Governo do que qualquer um desses senhores”, Luís Filipe Menezes garantiu não se identificar com as palavras de António Borges e defendeu que “os empresários portugueses são gente na generalidade muito, muito, muito importante e insubstituível para a recuperação do país”.
“Tenho a certeza de que a maior parte dos empresários são pessoas muito inteligentes, muito clarividentes, muito criativas e que merecem toda a consideração. Uma parte deles é responsável pelo facto de a economia portuguesa se estar a aguentar, na medida em que é pelo comportamento muito combativo das exportações que, em larga medida, o país ainda não se afundou”, sublinhou.
Relativamente ao repto lançado pelo deputado socialista Miguel Laranjeiro, que desafiou o primeiro-ministro a esclarecer se subscreve a opinião de António Borges, Menezes considerou que Pedro Passos Coelho “não tem que se demarcar ou ser comentador de declarações de agentes individuais”.
“Ainda para mais – realçou - não se trata de um membro do Governo. Consultores do Governo há muitos”, disse.

Paulo Campos garante não ter contas no estrangeiro e que buscas visaram só as PPP | iOnline

Paulo Campos garante não ter contas no estrangeiro e que buscas visaram só as PPP | iOnline

O ex-secretário de Estado das Obras Públicas Paulo Campos garantiu hoje que não tem qualquer conta bancária no estrangeiro e que as buscas feitas pela Polícia Judiciária a sua casa visaram apenas recolher informação sobre as parcerias público privadas.
“Não sou titular de nenhuma conta fora dos bancos portugueses, e é absolutamente falso que as buscas feitas pela Polícia Judiciária tenham visado recolher documentos sobre contas bancárias”, afirmou Paulo Campos em declarações à Lusa.
O Correio da Manhã noticia hoje que as buscas a Paulo Campos visaram a recolha de informação para sustentar o levantamento do sigilo bancário, e que as autoridades foram confrontadas com contas no estrangeiro e em paraísos fiscais.
Segundo o ex-governante, os investigadores recolheram apenas informações sobre as parcerias público privadas (PPP), na maioria documentação sobre análises feitas e assinadas pelo próprio Paulo Campos.
“Fico até muito satisfeito que os investigadores tenham essa informação, porque tenho todo o interesse no apuramento da verdade”, afirmou.
Questionado sobre se tem a consciência tranquila em relação a todos os contratos de PPP nos quais teve responsabilidade, o deputado socialista afirmou que a sua atuação sempre se pautou por critério de “rigor, defesa do interesse público e defesa do interesse nacional”.
“Desse ponto de vista, todos os contratos, na minha avaliação, preenchem esses requisitos”, sublinhou.
A Polícia Judiciária efetuou buscas nas casas dos ex-ministros das Obras Públicas Mário Lino e António Mendonça, do antigo secretário de Estado Paulo Campos e de uma ex-vogal do conselho de administração das Estradas de Portugal e ex-adjunta de António Mendonça.
As buscas foram efetuadas no âmbito de um inquérito crime às Parcerias Público Privadas, a decorrer no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), e tinham por objetivo a procura e apreensão de documentos.
Em junho passado, o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, disse que o Ministério Público estava a investigar “há mais de um mês” as Parcerias Público-Privadas (PPP) rodoviárias.
Em maio, foi constituída uma comissão parlamentar de inquérito à contratualização, renegociação e gestão de todas as PPP do setor rodoviário e ferroviário.
A comissão de inquérito resulta de duas iniciativas: uma do PSD e do CDS, que previa uma comissão de inquérito às PPP rodoviárias renegociadas em 2010, e outra do Bloco de Esquerda (BE), que propunha uma comissão que analisasse todas as PPP do setor rodoviário, ferroviário e da saúde.


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Kadhafi usava quatro escravas sexuais por dia - Globo - DN

Kadhafi usava quatro escravas sexuais por dia - Globo - DN

A guarda pessoal de Kadhafi era composta somente por mulheres, conhecidas como "amazonas".
A guarda pessoal de Kadhafi era composta somente por mulheres, conhecidas como "amazonas". Fotografia © Global Imagens

Poucas certezas havia até agora sobre a intimidade do ditador líbio Muammar Kadhafi, derrubado e morto há quase um ano. "Muitos imaginavam que era um predador com as mulheres, no entanto, não podíamos adivinhar o seu nível de barbaridade, sadismo e violência", relata em livro a jornalista francesa Annick Cojean. Em Les Proies: dans le harém de Kadhafi (As presas: no harém de Kadhafi) a repórter relata os crimes sexuais daquele que se dava a conhecer por "Papá Muammar".
O ditador é descrito como um líder de apetite sexual insaciável e como um violador de pessoas de ambos os sexos. A investigação de Cojean parte do testemunho de Soraya, uma jovem líbia de 22 anos que foi sequestrada aos 15 e que sofreu os caprichos sexuais do ditador ao longo de cinco anos. A história foi relatada há um ano no Le Monde e agora a jornalista publica em livro os detalhes do sistema de exploração da mulheres posto em prática na era Kadhafi. Já na passada segunda-feira o DN tinha relatado a história na sua edição impressa e no e-paper.
A parte inicial da obra, relata na primeira pessoa o cativeiro que Soraya viveu, fechada num quarto da casa do ditador em Trípoli. A qualquer hora do dia, agentes dos "serviços especiais" chamavam-na para ir até ao quarto do ditador, que a violava. Às vezes, Kadhafi concluía urinando-lhe em cima, dirigindo-se a ela com termos como "puta" ou "vadia". Constantemente drogado, obrigava-a a fumar, beber e a consumir cocaína. Soraya deveria também ver filmes pornográficos como "trabalhos de casa" para "aprender".
Tal como esta rapariga, muitas foram as que passaram por esta espécie de prisão sexual, que também incluía rapazes. O número é indeterminável. Os lugares para aumentar o apetite do líder eram também inúmeros: desde institutos, casamentos e prisões. O líder tinha ainda um consultório ginecológico escondido na Universidade de Trípoli: "Só vejo duas possibilidades: abortos ou reconstruções de hímen", conclui a autora sobre a utilidade da mesma.
Em cada viagem ao estrangeiro, Kadhafi recrutava novas mulheres. Os "serviços especiais" encarregavam-se de convencer as jovens a viajar até Tripoli, dando-lhes presentes como joias. "Vinha aqui fazer compras", admite uma fonte diplomática de Paris à jornalista. Kadhafi "governava, humilhava, submetia e sancionava com o sexo", relata um membro anónimo dos seus serviços, que revela ainda relações sexuais do ditador com ministros e embaixadores.
Outra das escravas sexuais, Khadija, foi oferecida a um militar para casamento. No entanto, após uma viagem ordenada por Kadhafi para que reconstruísse o hímen, no dia do seu casamento o líder decidiu violá-la novamente. "Até ao último momento teve de deixar a sua marca. Foi uma mensagem para o marido saber que o líder seria sempre ele", explica a autora.
O livro revela um líder de apetite sexual insaciável, violador de mulheres e de homens, de todas as idades. É considerado um "relato assustador, que excede de longe a pior caricatura do ditador".
"Les Proies: dans le harém de Kadhafi", de Annick Cojean
Annick Cojean é jornalista e antiga correspondente do Le Monde. Partindo de um artigo, o seu novo livro revela relatos contados na primeira pessoa por várias das escravas sexuais do antigo líder líbio Muammar Kadhafi. O principal testemunho é o de Soraya, uma rapariga que o ditador viu na escola e escolheu para sua escrava sexual. Com apenas 15 anos foi drogada, violada e torturada. Depois de ter sido libertada deu a cara para dar a conhecer o lado obscuro do regime. O livro, com 336 páginas, foi publicado apenas em França, pela editora Grasset.

Linguagem corporal. Os 10 gestos a evitar numa entrevista - Dinheiro Vivo

Linguagem corporal. Os 10 gestos a evitar numa entrevista - Dinheiro Vivo


Existem vários profissionais que são peritos em ler os sinais dos corpos das pessoas com quem interagem, como os jogadores de poker, polícias, ou psicólogos. Nestas profissões, o ler a postura dos outros ajuda a ganhar torneios, resolver crimes ou ajudar pessoas.

Outra das profissões onde se aprende a ler de forma bastante eficaz a linguagem corporal é em recursos humanos, particularmente os profissionais que estão treinados e tem experiência em fazer entrevistas de trabalho.
Aqui, um passo em falso pode deitar a perder o trabalho de meses, porque para além de conhecer bem a empresa a que se candidata assim como o sector, também é importante treinar a sua dicção, assim como o gesticular, a postura, os gestos faciais e o contacto visual. A revista Forbes consultou vários especialistas em trabalho e em coaching e seleccionou as melhores dicas sobre linguagem corporal a ter em conta quando procura trabalho.
Quais os 10 gestos a evitar numa entrevista
Postura corporal
1 – Cuidado ao reclinar as costas para trás. Deve sempre manter uma postura neutra durante a entrevista. “Reclinar as costas para trás sugere aborrecimento ou falta de interesse”, explica Karen Friedman, autora de of Shutup and Say Something: business Communication Strategies to Overcome Challenges and Influence Listeners. “As pessoas tipicamente inclinam-se para a frente durante uma conversa quando gostam de alguém, portanto recliná-las para trás pode assinalar exactamente o oposto”.
2 - Não reclinar muito o corpo para a frente. Os peritos consideram que inclinar-se muito para a frente também pode ser problemático, podendo o entrevistador considerar que o candidato está a ser muito solícito ou ameaçador. “Não se aproxime muito do entrevistador ao inclinar-se sobre ele ou sobre a sua secretária”, aconselha Amanda Agustine, uma perita em empregos no site TheLadders.com.
3 - Postura neutra é o ideal. “A postura deve resumir-se ao clássico “sentar-se direito””, afirma Eventoff, como se uma corda estivesse atada da cabeça ao tecto. “Parece muito simples, mas é espantoso saber quantas pessoas ignoram este aviso importante”, considera Cynthia Burnham, uma “coach” de carisma. O seu trabalho passa por ajudar executivos a melhorar a sua presença em público. Ficar em pé ou sentado de forma direita envia uma mensagem de auto-confiança, mas também faz as pessoas parecerem mais altas, o que é considerado, um pouco por todo o mundo, como um sinal de astúcia, confiança e credibilidade.
Gestos
4 - Gestos bruscos são de evitar. “Evite gestos de corte”, afirma Burnham. “Gestos de braço como no karaté podem cortar psicologicamente o espaço entre o candidato e o entrevistador de forma agressiva”. Apesar de poucas pessoas fazerem este tipo de gesto, existem variações deste movimento. Apontar é muitas vezes visto como um gesto agressivo e em algumas culturas é considerado como extremamente rude. O ideal é evitar gestos com as mãos que sejam muito rápidos, repetidos ou agressivos, diz Eventoff.
5 - Uma postura fechada é um sinal negativo. Colocar as mãos nos bolsos, atrás das costas ou por os braços cruzados sobre o peito é um sinal de que o candidato está fechado, agressivo ou totalmente passivo. “Deve sempre parecer aberto e amigável”, diz Friedman, “o que significa que as suas mãos deve estar visíveis e prontas a gesticular naturalmente”.
Tiques
6 - “Os tiques são comuns em situações de alta pressão”, explica Eventoff. “É só energia nervosa e um desejo natural de dar o seu melhor”. Estes gestos não são propriamente um problema, pelo menos a maior parte das vezes. Pequenos tiques - como brincar com o cabelo, mexer nas unhas ou na pulseira e anel – só se tornam problemáticos quando começam a distrair o entrevistador.
7 - Conselho prático para evitar tiques. “Eu digo sempre às pessoas para evitarem anéis, relógios e joalharia, exactamente por esta razão. Se não estiver lá não vai brincar com ele. Se não brincar com ele não há hipóteses de distrair o seu entrevistador, que vai manter a sua atenção focada onde deve estar: na sua conversa”, aconselha Eventoff.
Gestos faciais
“Posso dizer com certeza que a linguagem corporal que pode ser mais prejudicial numa entrevista são os gestos faciais”, adianta Eventoff. Desde virar os olhos a olhar fixamente, a pestanejar muito, o segredo de uma entrevista de sucesso está nos olhos.
8 -  Evitar olhares fixos. Não olhe fixamente”, diz Augustine dos TheLadders. “É importante parecer confiante e olhar para o entrevistador nos olhos, mas ficar a mirar de forma fixada durante um longo período de tempo pode ser interpretado como agressivo, para não mencionar um pouco bizarro”.
9 - Olhos nos olhos somente durante algum tempo. “O contacto visual quebra-se quando se sente que ocorreu uma ligação”, afirma Augustine. A próxima vez que sentir “um clique” deve manter o contacto visual por mais um pouco e depois afastar. “Faça isto especialmente quando cumprimenta alguém, com um aperto de mão, ou conhece alguém pela primeira vez”, afirma Augustine. Desta forma, mostra qual o nível certo de compromisso.
10 - Evitar contacto visual. Esta táctica é errada. Olhares esguios e assustadiços demonstram que o candidato é uma pessoa em quem não se pode confiar. Os peritos são unânimes em considerar que responder a uma questão a olhar para um quadro na parede ou para o chão é o primeiro passo para não ser escolhido. “Acabou de dar ao seu entrevistador uma razão para não gostar de si”, defende Eventoff. “Se o seu entrevistador parece estar distraído durante o encontro, isto pode parecer uma falta de educação, mas tem desculpa. Mas se você aparecer distraído ou desligado, esqueça o resto”.
Dica: Para enfrentar uma entrevista deve sempre estudar a empresa para a qual está a concorrer e o seu sector. Além disso, deve pautar sempre pela moderação, tanto na postura, como no gesticular e no contacto visual.
Os peritos também consideram que o primeiro passo para resolver as suas falhas é aceitá-las. A maior parte das pessoas não sabe quais são os seus defeitos e como os amigos ou a família estão sempre relutantes em apontá-los (ou não), o ideal é seguir o conselho de Eventoff: Gravar em vídeo, ou com o telemóvel, uma entrevista sua para saber como é que se comporta.  Peça a um amigo para fazer de entrevistador e para fazer muitas e variadas perguntas, mas de uma forma séria. Veja a gravação e comece a corrigir os seus erros a partir daí.

Série Mar Português: A luz do futuro vem do mar e da Gronelândia - Economia - PUBLICO.PT

Série Mar Português: A luz do futuro vem do mar e da Gronelândia - Economia - PUBLICO.PT

O país tem sido procurado por vários investidores para experiências com novas energias. Testam-se tecnologias com hélices e rolos, com vantagens para a indústria nacional. Esta, porém, arrisca-se a perder o comboio da competição internacional

"Briiisaaaaaa do maaaar... Lalalalala...", cantava Herman José há muitos anos, uma toada que ficou na memória de alguns portugueses. Hoje, a brisa marítima já serve para muito mais do que tema de música e é uma promessa cada vez maior no campo da energia. Que o diga a EDP Inovação, uma das empresas que procuram novas soluções ligadas à produção de electricidade nos oceanos. Quem espreitar pelos binóculos instalados na praia da Aguçadoura, a poucos quilómetros da Póvoa de Varzim, avista ao longe uma das mais jovens "princesas" da empresa. O WindFloat é uma enorme turbina eólica que se ergue sobre uma espécie de tripé, que aparenta estar fixo no fundo do mar. Puro engano. Na verdade, esta estrutura de aço com 89 metros de altura flutua com a ajuda de um computador, que a cada instante faz contas à distribuição da água dentro da estrutura e impede assim o protótipo de se afundar.

António Vidigal, presidente executivo da EDP Inovação, lembra que a empresa anda há 15 anos à procura de oportunidades nas energias offshore - energias que têm origem no alto mar, a mais de 10 ou 20 quilómetros da linha de costa. Foi em 2008 que Alla Weinstein, uma velha conhecida da empresa e presidente da norte-americana Principle Power, os procurou juntamente com António Sarmento, do Centro de Energia das Ondas. O objectivo era convidar a EDP a entrar num projecto para o desenvolvimento de uma nova turbina eólica, inspirada na indústria do petróleo. Isto com base na ideia desenvolvida por dois engenheiros da Universidade de Berkeley, em São Francisco, que tinham procurado criar plataformas petrolíferas de baixo custo.

"Sendo um projecto muito inovador, [o WindFloat] juntava duas indústrias maduras, que são a indústria das plataformas do petróleo e a indústria do vento onshore (em terra firme), das quais se sabia tudo", lembra Vidigal, que ficou surpreendido pelas capacidades que encontrou em Portugal. "Temos tanto estaleiro parado, tantas pessoas que sabem fazer. Das coisas que mais me admiraram no projecto, e que foram uma surpresa, é que a construção foi feita num tempo recorde: desde o dia em que começámos até estar tudo pronto e rebocado para o mar foram nove meses", nota. Dos cerca de 60 fornecedores, 70% foram nacionais.

Vidigal admite também que noutros países "há várias tentativas semelhantes" a este protótipo, mas o WindFloat "está dois anos à frente da concorrência". Outro ponto a favor é que tem uma flexibilidade difícil de igualar: acima dos 40 metros de profundidade esta turbina "flutuante" pode ser instalada onde se quiser", pelo que poderá ficar "em águas muito profundas ou pouco profundas".

Mas por enquanto, o projecto instalado desde Novembro a cerca de seis quilómetros da costa é ainda uma experiência. Esta turbina em alto mar, que está ligada à rede portuguesa de electricidade e ao longo de seis meses já produziu energia suficiente para alimentar 1300 lares, é ainda um protótipo à escala natural do qual a EDP, a Principle Power e outras empresas do consórcio retiram lições que até aqui correm bem. No último Inverno, o WindFloat enfrentou ondas gigantes de 15 metros sem problemas.

Agora, o consórcio começa já a olhar para a fase seguinte, prevista para daqui a dois anos, com o objectivo de reduzir custos. "Há aqui muito espaço para desenvolvermos o conhecimento da indústria portuguesa e estamos a trabalhar com o Instituto Superior Técnico e com outras entidades, para criar um produto mesmo comercial", nota António Vidigal. No final, a EDP planeia utilizar as novas turbinas em projectos de eólicas em alto mar, como por exemplo no Reino Unido.

Até agora o investimento chegou aos 23 milhões de euros, incluindo apoios do Fundo de Apoio à Inovação. O consórcio candidatou-se entretanto a mais fundos comunitários para a construção de um parque de cinco turbinas eólicas offshore, com uma capacidade de 25 MW (megawatts). A concretizar-se esse financiamento, é certo que avança para a fase pré-comercial, dentro de dois anos. Neste caso, cada uma das turbinas terá maior potência do que os dois MW do protótipo actual.

Se tudo correr com sucesso, já na última e terceira fase, o que está previsto será atingirem "150 MW de capacidade instalada, com quantas unidades forem necessárias, dependendo do tamanho das turbinas", lembra por seu turno Alla Weinstein, presidente executiva da Principle Power. "O vento offshore contém muito mais energia do que o vento onshore (em terra), porque no offshore não há obstáculos nem impactos térmicos e por isso a intensidade e qualidade do vento são muito maiores", explica a gestora norte-americana.

E o que é que trouxe esta empresa de tecnologias offshore para Portugal? Alla Weinstein destaca as relações que já tinha com a EDP, de projectos anteriores, e também a existência de uma tarifa de apoio a estas energias. "Portugal publicou uma lei que criou uma tarifa para a energia das ondas e descobrimos que a mesma tarifa podia ser aplicada ao vento offshore. Então as condições de mercado eram perfeitas aqui e não eram tão boas noutros sítios", realça, lembrando também a facilidade de comunicar em inglês que encontrou durante a construção do protótipo.

De olho numa alternativa

Olhando agora de outra perspectiva, que sentido faz investir em energia dos oceanos, que é mais cara e tem maior risco do que outras, num país que tem dificuldades financeiras? António Sarmento, presidente do Centro de Energia das Ondas, sabe na ponta da língua as respostas à pergunta que ele mesmo acabou de lançar.

Primeiro, realça "os problemas na segurança do abastecimento de energia" e lembra que estudos já realizados demonstraram que à taxa actual de consumo, o mundo tem energia de fontes conhecidas suficiente para 78 anos. "Mas se todos começarmos a consumir como os norte-americanos, incluindo a China e a Índia, esse espaço de tempo cai para 18 anos."

"É nessa lógica de que o mundo vai precisar de muito mais energia do que aquela disponível que faz sentido apostar em fontes que não são ainda comercialmente competitivas", defende o também docente e investigador no Instituto Superior Técnico. António Sarmento estima que "em Portugal as ondas têm um potencial da ordem dos 20% do consumo de energia eléctrica", mas também tudo aquilo que é "a cadeia industrial associada". "Se tivermos esta tecnologia, estaremos a abrir portas a uma indústria altamente exportadora", sublinha.

Ainda assim, o responsável do centro - o primeiro que apareceu no mundo dedicado à energia das ondas, em 2003 - avisa que "Portugal tem andado a dormir neste sentido".

António Sarmento lembra que foi aqui que primeiro se lançou uma tarifa para a energia das ondas. Em 2007, os portugueses foram também pioneiros ao anunciarem a criação de uma zona-piloto "com um potencial significativo de instalação muito grande, porque permitia não só fazer a demonstração dos conceitos como caminhar depois para a parte industrial". "Isso obviamente foi muito atractivo para as empresas, porque estas preferem fazer a demonstração num sítio, sabendo que aí têm potencial para darem os passos seguintes."

O problema foi que após o anúncio do então ministro da Economia, Manuel Pinho, seguiram-se vários anos de silêncio. "O que não se pode fazer é anunciar uma medida destas em 2007 e em 2012 ainda andarmos a discutir", sublinha o professor do Instituto Superior Técnico. "O anúncio quando foi lançado teve um impacto brutal. Mas este ano vai realizar-se uma conferência internacional de energia dos oceanos, que acontece de dois em dois anos, com uma sessão dedicada a centros de testes, e a entidade portuguesa não foi convidada a estar presente", lamenta.

Sarmento lembra que "entretanto todos os países desenvolveram os seus centros de testes, não com a dimensão do português, mas todos eles têm: Reino Unido, França, Espanha, Noruega, Suécia...". Ainda assim, acredita que Portugal ainda tem "alguma capacidade de atracção, mas "se demorarmos outros cinco anos a concretizar o projecto é evidente que as coisas passam".

Obrigatório é haver espaço em Portugal para a experimentação e para o erro, sem empolar projectos que ainda estejam a começar. Foi esse o problema do Pelamis, uma experiência com energia das ondas promovida em 2008 pela escocesa Pelamis Wave Power, em conjunto com outras empresas como a EDP e a Efacec, junto à mesma praia onde está baseado o projecto do Windfloat. "Foi um triunfalismo excessivo que depois se pagou caro, com o ministro [Manuel Pinho] muito aborrecido com a experiência. O projecto da zona-piloto estar parado durante dois anos foi em parte resultado disto, tal como o facto de várias empresas se terem retraído em razão deste insucesso", comenta.

Abertura para quando?

A entrada em funcionamento da zona-piloto, que foi baptizada de Ocean Plug, está agora prevista para o próximo ano - dependendo da evolução dos trabalhos. "Mantemos a abertura para 2013 mas é um cenário um pouco optimista, pois significa que toda a infra-estrutura e tudo o que vamos instalar irá correr sem problemas", avisa João Cardoso, que é desde 2010 director da Enondas - empresa da REN que tem em mãos o projecto das energias do mar. "Estamos a falar de operações marítimas e de um momento para o outro podemos estar a passar de uma situação agradável para uma situação desagradável", alerta este comandante da Marinha.

Foi em Outubro de 2010 que a Enondas assinou com o Estado o contrato para a concessão da exploração da zona-piloto, que fica situada entre São Pedro de Moel e Pedrógão, na costa oeste, e é "uma das melhores áreas de ondas e de ventos", realça João Cardoso. "É um espaço de mais ou menos 320 quilómetros quadrados, compreendido entre a batimétrica (profundidade) de 30 metros até mais ou menos à batimétrica de 90 metros". Nesta zona estão previstos três corredores para a passagem de cabos de ligação à rede eléctrica portuguesa.

Para já, fizeram-se os estudos de caracterização geofísica, entregues ao Instituto Hidrográfico, e que tentam compreender qual a morfologia do fundo, a composição geológica, as correntes na zona, a composição química da água e o sistema de agitação marítima. João Cardoso realça que estes dados são "fundamentais", não só para a instalação das infra-estruturas de apoio, mas também para os promotores que ali queiram instalar protótipos para serem testados ou projectos comerciais.

Neste momento, a empresa do grupo REN vai avançar com os estudos ambientais e está a redigir o regulamento de acesso à zona-piloto, além de estar em contactos com os principais promotores e tecnólogos. De um total de três ou quatro promotores que estão já previstos, um dos clientes mais certos é o Windfloat, nomeadamente a segunda fase do projecto que prevê a instalação de um parque eólico com capacidade de 25 MW. Quanto aos outros potenciais clientes, João Cardoso admite que enfrentam concorrência de outros centros de testes. "Eles [os possíveis promotores] estão a analisar e nós estamos a estudar, com alguns já estamos a ter reuniões técnicas e a definir os contornos com que podem vir instalar-se na zona-piloto, mas ainda não temos contratos assinados", indica.

Uma vantagem do projecto Ocean Plug é que em Portugal um promotor não precisa de se ficar pelo protótipo e pela fase de testes e "pode continuar a desenvolver o seu projecto até ao parque de ondas". "Os mares não são todos iguais e as máquinas são desenvolvidas de acordo com o espaço onde vão ser colocadas. Se eles quiserem ficar em Portugal, temos espaço e garantia de potência e assim não precisam de ir à procura de outro espaço e de licenciamento para injecção de energia eléctrica na rede", confirma João Cardoso. O decreto-lei que criou a zona piloto garante a possibilidade de injectar até um máximo de 250 MW na rede eléctrica a partir da zona-piloto, "o que dá para fazer alguns parques simpáticos".

Quanto ao investimento previsto para a zona-piloto, ascende a 15 milhões de euros ao longo de quatro anos e já teve início em 2011, mas uma grande parte deste dinheiro será aplicado na instalação de cabos para ligação à rede eléctrica. O financiamento será feito pela REN e é abatido ao longo de vários anos através da factura eléctrica paga pelos consumidores, mas também poderá haver candidaturas a fundos comunitários.

Ondas que chegam de longe

Por outro lado, Portugal pode tirar vantagens de "condições de ondulação muito privilegiadas". João Cardoso explica que ao contrário das vagas, criadas pelos efeitos do vento sobre a superfície do mar, a ondulação "é uma propagação". No caso português, "o nosso principal centro de produção de ondas é o mar entre a Gronelândia e a Islândia e essas ondas propagam-se até à nossa costa". "Acabamos por ter a boa ondulação, a ondulação com maior comprimento de onda e bastante energia, que depois chega à nossa costa sem termos de sofrer as tempestades."

Uma das qualidades desta forma de energia, aliás, é que se trata de uma propagação com origem em locais normalmente afastados da nossa costa portuguesa, o que a torna muito previsível. "Podemos prever o que é que vamos injectar na rede durante as próximas 24 horas." Já com o vento, é muito mais difícil fazer previsões e as mudanças são bruscas.

E quais são as vantagens que Portugal pode retirar da aposta nesta área, nomeadamente com os investimentos na zona-piloto, durante os próximos anos? Tal como António Sarmento, João Cardoso lembra que os promotores de novas tecnologias ligadas às energias do mar "vão usar as capacidades nacionais". "Projectos destes rondam normalmente um investimento entre os 10 e os 25 milhões de euros, para demonstração de conceito, e desse dinheiro grande parte será para adquirir serviços e equipamentos no mercado nacional."

Este é o caso do Waveroller, uma tecnologia desenvolvida pela finlandesa AW Energy que está em Portugal, na zona da Almagreira, em Peniche, a testar um protótipo de energia das ondas. Este equipamento foi colocado no fundo do mar em Agosto, a cerca de 500 metros e por isso próximo de terra (nearshore), pelo que não se poderia instalar na zona-piloto gerida pela Enondas. Constituído por um conjunto de painéis que parecem grandes asas a oscilarem continuamente, movidas pela força do mar, o protótipo deverá ficar no mesmo local "durante um ano", prevê o inventor desta tecnologia. Rauno Koivusaari conta que ficou muito satisfeito com o apoio do presidente da Câmara de Peniche e decidiu trazer o projecto para Portugal em 2006, devido à existência de uma tarifa de apoio a esta forma de energia.

O equipamento, que é já o terceiro ou quarto a ser testado pela empresa no mar de Peniche, foi em grande parte produzido nos Estaleiros Navais de Peniche (ENP) e também pela empresa A. Silva e Silva. "Na Finlândia foram construídos os três módulos de aço onde estão instaladas as chamadas casas das máquinas, onde estão os equipamentos que absorvem a energia e a produzem", explica Álvaro Oliveira, director-geral dos ENP. "Aqui, construímos os restantes módulos de aço, que foram cerca de 280 toneladas de módulos em aço, e instalámos os tanques produzidos pela A. Silva e Silva", descreve o mesmo responsável.

O próximo passo será decidir a instalação dos próximos protótipos em Portugal, o que irá depender do financiamento conseguido, incluindo uma candidatura a fundos comunitários, mas Rauno mostra-se optimista. Pelos cálculos deste gestor e mergulhador finlandês, até agora o projecto custou mais de 10 milhões de euros. No final, feitas as contas, as novas energias do mar mostram-se promissoras mas têm ainda muitos passos para dar. Não há hoje no mundo "nenhum parque de ondas que esteja a fornecer energia à rede de forma efectiva", realça João Cardoso, da Enondas, que admite que "há testes, algumas ideias, mas a energia das ondas tem tido dificuldades para arrancar." Estudos já realizados apontam para 2020 como a data mais provável para esta forma de energia se transformar em realidade, principalmente no caso das energias offshore (aquelas que são mais longe de terra).

Já o presidente do Centro de Energia das Ondas, António Sarmento, lembra que o investimento mundial nestas energias "é diminuto", cerca de 100 milhões de euros por ano. E conclui: "Para um país à escala portuguesa, os investimentos que faz no eólico ou no solar são uma gota de água no oceano, mas em energia dos oceanos podem ter uma expressão a nível mundial."

sábado, 29 de setembro de 2012

Jovem leiloa virgindade e licitações já chegaram aos 130 mil euros - VISÃO

Catarina Migliorini decidiu leiloar a virgindade para conseguir participar no documentário Virgins Wanted.

 

Catarina Migliorini, 20 anos, é uma jovem estudante brasileira natural do Estado de Santa Catarina, e residente da Austrália.
A rapariga deixou em estado de choque a comunidade brasileira mas defende-se afirmando que a venda da sua virgindade está associada a um projeto social e que pretende ajudar pessoas: "Eu quero criar um projeto com o objetivo de ajudar pessoas a terem seus próprios lares. Não será muito, eu sei, mas posso ajudar uma família necessitada a ter sua própria casa, isso já será algo de muito bom", afirmou.

A jovem estudante de Educação Física assinou contrato para vender a sua virgindade e diz ter o apoio da família, principalmente da mãe e responde às críticas afirmando: "O corpo é meu, a virgindade é minha, eu sou maior de idade e responsável pelos meus atos".
As filmagens do documentário começaram há cerca de um mês, em Bali, na Indonésia. O vídeo vai registrar a história da jovem e os preparativos para o leilão, até o dia em que deve ocorrer sua primeira noite.
"Eles filmam o meu dia a dia, meu novos amigos aqui, eu falando com a minha mãe, minhas reações", explica Catarina, em entrevista ao site brasileiro G1
O documentário, que ainda não tem data de exibição, é da autoria de um jovem realizador australiano que decidiu leiloar a virgindade de dois jovens - um homem e uma mulher - registar tudo em vídeo e contar a história.
Catarina conseguiu, até este sábado, 29 de setembro, que as licitações chegassem aos 160 mil dólares australianos (cerca de 130 mil euros) e tem 13 candidatos de todo o mundo decididos a pagar para fazer sexo com ela.
Alexandre Stepanov, russo residente em Sydney, 21 anos, tem apenas 5 candidatos, homens e mulheres, e a proposta mais alta é atualmente de pouco superior a mil euros.
O diretor do documentário chegou a ser ameaçado com pena de prisão. No site do projeto é possível ouvir entrevistas com o realizador onde defende a sua causa.
O leilão termina no próximo dia 15 de outubro no site Virgins Wanted . A primeira relação de Catarina deve acontecer dez dias depois, numa viagem de avião da Austrália para os Estados Unidos. "Essa decisão foi tomada para que não tenha problema com a lei de nenhum país", explica a jovem.

Pensões da banca fazem descarrilar Segurança Social - Dinheiro Vivo

Pensões da banca fazem descarrilar Segurança Social - Dinheiro Vivo

A receita irrepetível que permitiu salvar o défice público do ano passado - a transferência dos fundos de pensões dos bancários do sector privado - vai ter um custo pesado já este ano: a Segurança Social registará o seu primeiro défice em 11 anos e o maior desequilíbrio dos últimos 17. Apesar da reforma, o sistema previdencial volta a estar sob pressão.O Instituto Nacional de Estatística (INE) comunicou ontem à Comissão Europeia, no âmbito do Procedimento dos Défices Excessivos (a previsão oficial do défice), uma revisão em baixa colossal do saldo da Previdência: em abril, ainda havia um excedente de 98,5 milhões de euros, que agora, seis meses volvidos, se transformou num défice de 694 milhões de euros ou 0,42% do PIB. É o primeiro défice desde 2001 e o maior desde 1995.
Esses encargos que explicam a revisão em baixa - gastos não previstos pelo INE em abril com as pensões da banca, mas também despesa nova na sequência da derrapagem das prestações sociais provocada pela recessão e por desemprego piores que o previsto - totalizam 793 milhões de euros. Vale 0,5% do PIB, justamente a dimensão do desvio que foi negociado com a troika em agosto e que motivou a subida do limite do défice de 4,5% para 5%.
A 28 de março, dia em que apresentou o Orçamento Retificativo para este ano (OR 2012), o Governo até podia não saber a dimensão da recessão e do desemprego que aí viria, mas já conhecia a fatura das novas pensões da banca e que esta seria de 522 milhões de euros a mais no Orçamento.
O valor só não foi enviado a Bruxelas pelo INE porque faltava aprovar o documento em forma de lei pelo Parlamento, algo que aconteceria apenas a 20 de abril.
O INE veio ontem corrigir as contas, mostrando que mais de 65% do desvio total na conta da Segurança Social pode ser explicado pela subida de despesa que vem do pagamento adicional de pensões aos bancários e que existem ainda 271 milhões de euros que serão explicados pelos fatores que têm sido repetidos pelo ministro das Finanças. O agravamento da recessão fez disparar os gastos com prestações sociais, designadamente subsídios de desemprego.
Além disso, esse aumento do desemprego e a contração/estagnação salarial estão a comer rendimento tributável, fazendo cair os descontos, principal fonte de receita da Previdência.
O problema, agora, é que o dinheiro (receita pública) que é propriedade dos fundos de pensões (os descontos dos bancários) - cerca de seis mil milhões de euros - já foi consumido ou consignado ao pagamento de outras despesas que não as reformas. Obviamente, as pensões terão de ser pagas pelo menos durante dez a 12 anos.
No ano passado, 3000 mil milhões foram logo para pagar dívida do Estado à banca e outros 1500 milhões estão a ser canalizados este ano para saldar dívidas antigas dos hospitais às farmacêuticas.
Para os representantes da oposição ouvidos pela Lusa, a derrapagem orçamental é vista como mais um sinal das políticas erradas. Paulo Sá, do PCP, crê que é "totalmente impossível" cumprir as metas orçamentais combinadas com a troika. "Só poderá garantir isso com medidas extraordinárias," como uma sobretaxa no IRS.
"É mais um prego no caixão do Governo", diz Pedro Filipe Soares, do BE. Pedro Marques, do PS, fala em ano perdido e espera que em 2013 o Governo termine com a sua "experiência laboratorial". PSD e CDS estão convencidos de que a meta de 5% vai ser cumprida. Com Francisco Mangas

Empresa que ganhou 216 milhões em apoios fiscais abandona Portugal - Dinheiro Vivo

Empresa que ganhou 216 milhões em apoios fiscais abandona Portugal - Dinheiro Vivo

A empresa que mais benefícios fiscais teve em 2010 abandonou Portugal.Segundo dados divulgados no portal das Finanças, a "consultora" Livermore, ligada à gigante petrolífera norte-americana Chevron Texaco, esteve parqueada na zona franca da Madeira até 2010.
Depois de captar 217 milhões de euros em apoios nesse ano, pagos com os impostos dos portugueses, a empresa "unipessoal", que presta serviços de "contabilidade, auditoria e consultoria fiscal" abandonou o país, indo para Malta, noticiou a Lusa, citando fonte oficial da Sociedade de Desenvolvimento da Madeira. Esta SDM é a entidade que gere a zona franca, um território em que a carga fiscal sobre os lucros das empresas (IRC) é mínima.
A Livermore não estará sozinha na fuga. Outras ter-se-ão deslocalizado para territórios fiscalmente mais favoráveis (como Malta, Suíça, Holanda Luxemburgo), numa altura em que a zona franca se revela cada vez menos amiga deste tipo de planeamentos fiscais.
Segundo as Finanças, nenhuma das seis maiores beneficiárias de 2010 (que ao todo ficaram com mais de 620 milhões de euros, 45% dos benefícios) surge na lista de 2011.
A imposição de regras europeias mais apertadas sobre os capitais e o facto de Portugal ter aderido a um programa de ajustamento podem justificar o desinteresse deste tipo de empresas, muitas delas pequenos escritórios em salas alugadas no Funchal. Era o caso da Livermore.
Apesar disso, o valor em benefícios concedidos em 2011 continua a ser elevado. Segundo as Finanças, Portugal gastou no ano passado 1,3 mil milhões de euros em apoios fiscais, apenas menos 100 milhões que em 2010. A zona franca da Madeira continua a absorver a fatia de leão: as empresas lá sedeadas ficaram com 731 milhões de euros, 60% dos apoios.
A maior beneficiária é a CSN Europe (186,6 milhões), pertencente ao conglomerado siderúrgico brasileiro CSN; em segundo surge a Namisa Europe (com 119,5 milhões de euros em apoios), que tal como a anterior opera na área do comércio por grosso de minérios e de metais; em terceiro, aparece o BCP Participações, com 98,3 milhões de euros. Todas estas empresas estão na Madeira.

Eólicas de Sócrates paradas à espera de financiamento - Dinheiro Vivo

Eólicas de Sócrates paradas à espera de financiamento - Dinheiro Vivo


Portugal é considerado uma referência em energias renováveis, principalmente eólicas, mas os últimos parques  atribuídos - no primeiro Governo de José Sócrates - estão  muito longe de estarem concluídos.

Dos 1800 MW entregues nessa altura, apenas estão construídos 818 e as perspectivas para os restantes 982 MW não são boas. "Vai ser difícil acabar estes parques que faltam", disse ao Dinheiro Vivo, o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), António Sá da Costa.
A dificuldade em arranjar financiamento é o principal entrave, diz este responsável. É que, neste momento, para os bancos emprestarem dinheiro para fazer um parque eólico, ele tem de se pagar a si próprio e para isso é preciso que ele produza 2600 horas de vento num período entre 12 e 15 anos. Isto porque construir um parque custa entre 1,4 e 1,5 milhões de euros e que as tarifas pagas atualmente rondam os 69 euros por MWh.
Diz Sá da Costa que conseguir as 2600 horas de produção "não é fácil, porque as localizações com mais vento já estão ocupados, mas é possivel" por cauda das melhorias na tecnologia. No entanto, lembra que, apesar "da tecnologia ser melhor e mais barata agora, o financiamento é mais caro e por isso vai dar ao mesmo".
Em causa estão, por exemplo,  os 388 MW da Ventinveste, consórcio liderado pela Galp que, por causa dos atrasos com os licenciamentos ambientais perdeu a oportunidade de arranjar crédito antes da crise.
É por isso que, diz o presidente da APREN, "neste momento, é preciso encontrar soluções criativas para dar a volta" à falta de financiamento.
A ENEOP, que integra a EDP Renováveis e a italiana Enel e que tem o maior número de MW construídos (800 em 1200) é um exemplo disso.
A empresa dividiu o projeto em três fases e "desenvolveu a primeira através de um project finance normal, mas quando chegou à segunda fase começou a crise. Então desenvolveram-na com capitais próprios e depois dos parques estarem feitos e de não haver risco é que foram buscar dinheiro à banca para avançar para a terceira fase", contou Sá da Costa.
No entanto, arranjar os 260 milhões não foi fácil e a empresa esteve mais de um ano para o conseguir, tendo fechado acordo com o Banco Europeu de Investimento (BEI) em dezembro do ano passado.
Esse dinheiro serviu para reembolsar os accionistas, que tinham suportado o investimento da segunda fase, mas agora falta ainda a terceira fase - mais 400 MW - e tudo indica que a empresa terá de recorrer novamente a capitais próprios enquanto tenta encontrar crédito.

Autarcas propõem às câmaras a cobrança de três novas taxas municipais - JORNAL DE NEGÓCIOS

O lançamento de taxas sobre as estadias turísticas, sobre a protecção civil e sobre o impacto ambiental vai ser proposto aos autarcas no Sábado. A taxa turística deverá variar entre 50 cêntimos e 1,50 euros.
Estas propostas vão ser discutidas amanhã, no congresso extraordinário da ANMP que se realiza em Santarém.

A ideia de recomendar o lançamento destas novas taxas surge numa altura de dificuldades financeiras para as autarquias, que têm vindo a receber menos dinheiro do Estado e em que se colocam questões de autonomia financeira, lê-se na proposta relativa ao “Financiamento do Poder Local”, uma das três que estará em cima da mesa, a que o Negócios teve acesso e que ainda é um documento provisório.


Relativamente às taxas, a “ANMP considera ser adequado que os municípios avancem com novas taxas” em três domínios: uma taxa na protecção civil, “assegurando mais meios para assegurar as crescentes despesas nesta área”; uma taxa sobre o impacto ambiental, “em defesa das agressões ambientais promovidas por agentes económicos”, e ainda uma taxa sobre as estadias turísticas.


Esta última taxa é a que está mais desenvolvida: é proposta a criação de uma taxa de “pequeno valor” a cobrar por cada dormida, que varie conforme a categoria do hotel, propondo-se um intervalo entre 50 cêntimos a 1,50 euros. A taxa não terá “significado no valor facturado pelos estabelecimentos” e “ajuda a sustentar o peso das infraestruturas, equipamentos e serviços que têm de ser sobredimensionados face à elevada população flutuante”.

Esta é uma proposta que “define caminhos a desenvolver”, funcionando como uma recomendação às 308 autarquias portuguesas. A sugestão é feita “tendo em conta as experiências nacionais e internacionais nesta área”, e também porque “novas iniciativas de criação de taxas têm vindo a ser lançadas pelos municípios” – ao abrigo da legislação, que confere essa liberdade às autarquias.

Aveiro e Lisboa tentaram mas desistiram
Recentemente, o município de Aveiro tentou lançar uma taxa turística sobre as dormidas nos hotéis, mas acabou por recuar face às críticas do sector hoteleiro. Lisboa também estudou fazer o mesmo, há dois anos, tendo desistido da ideia pelas mesmas razões. Na altura, a ideia seria cobrar um mínimo de 20 cêntimos por estadias em pensões e 1,90 euros nas estadias em hotéis de cinco estrelas.


Da mesma forma, a autarquia lisboeta estuda há mais de um ano a introdução de uma taxa sobre a protecção civil, que já existe, por exemplo, em Vila Nova de Gaia. A sugestão da ANMP poderá ajudar a generalizar este tipo de taxas numa altura de aperto financeiro das autarquias. A serem criadas, as novas taxas vão significar o aumento da tributação dos munícipes, num ano em que a factura com IMI também vai previsivelmente subir.
 
 

Fase crítica de incêndios termina com 100 mil hectares queimados e seis mortos - PÚBLICO


A época mais crítica em incêndios florestais acaba no domingo, com cerca de 100 mil hectares de floresta queimada e seis mortos, quatro dos quais bombeiros. O número de detidos por suspeitas de fogo posto duplicou este ano.
Durante a fase “Charlie” de combate a incêndios florestais, que começou a 1 de Julho, estiveram no terreno 44 meios aéreos, 2248 equipas de diferentes forças envolvidas, 1982 viaturas e 9324 operacionais.

Os mais de nove mil elementos pertencem aos corpos de bombeiros, GNR, PSP, Força Especial de Bombeiros “Canarinhos” da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e Afocelca (agrupamento de empresas para a protecção contra incêndios).

Dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indicam que a área ardida mais do que duplicou este ano em relação ao mesmo período de 2011, tendo os incêndios florestais consumido até 15 de Setembro 98.698 hectares.

Área ardida aumentou 130%

Em relação ao mesmo período do ano passado, os incêndios florestais aumentaram um quarto e a área ardida aumentou 130%. Entre Janeiro e 15 de Setembro de 2011 registaram-se 15.730 fogos e 42.756 hectares de área ardida.

O maior fogo deste ano deflagrou em Julho, na Serra do Caldeirão, no Algarve, entre os concelhos de Tavira e São Brás de Alportel, tendo queimado 21.437 hectares de espaços florestais, cerca de 22% da área florestal ardida este ano.

Este incêndio provocou várias críticas à forma como os meios de combate actuaram, o que levou o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, a pedir um relatório à Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), que reconheceu “debilidade na coordenação ou no comando”.

Após o relatório da ANPC, Miguel Macedo determinou uma avaliação aos incêndios que lavraram no Algarve a uma entidade independente, trabalho coordenado pelo investigador e docente da Universidade de Coimbra Domingos Xavier Viegas, que vai entregar o relatório ao ministro na segunda-feira.

Quatro bombeiros perderam a vida

Devido ao elevado número de incêndios, durante a primeira semana de Setembro foi activado o Mecanismo Europeu de Protecção Civil que permitiu a actuação em Portugal de dois aviões ‘Cannadair’ franceses e outros dois espanhóis.

Também no início de Setembro, um helicóptero Kamov da frota da Empresa de Meios Aéreos (EMA) teve um acidente quando estava a combater um incêndio no concelho de Ourém, que provocou dois feridos.

Na sequência das investigações deste acidente, os helicópteros Kamov tiveram de cessar imediatamente todas as operações de voo, a pedido da empresa que assegura a manutenção dos aparelhos.

Desde 21 de Setembro que o combate aos incêndios florestais foi assegurado por 38 meios aéreos, sendo três da EMA e os restantes alugados para a época mais crítica de combate a fogos.

Segundo a ANPC, seis pessoas morreram este ano no combate aos incêndios florestais, entre os quais quatro bombeiros, um elemento que pertencia ao Grupo de Intervenção Protecção e Socorro (GIPS) da GNR e um civil.

A fase “Delta” de combate a incêndios florestais começa na segunda-feira e prolonga-se até ao dia 31 de Outubro, com uma diminuição do número de meios operacionais. Passam a estar no terreno 5363 elementos, 1289 veículos e 22 meios aéreos, estes últimos até 15 de Outubro.

Detenções duplicaram

A Polícia Judiciária (PJ) deteve este ano 57 pessoas pelo crime de incêndio florestal, detenções que duplicaram em relação a 2011. Segundo a PJ, 17 dos 57 detidos até sexta-feira ficaram em prisão preventiva.

O director da PJ de Coimbra, Rui Almeida, disse à Lusa que a taxa de aplicação da prisão preventiva costuma rondar os 40 a 5%, mas este ano esta medida de caução ficou abaixo dessa média.

Rui Almeida adiantou que, dos 57 detidos, 21 ficaram sujeitos a apresentações periódicas às autoridades, três a internamento hospitalar e dois a prisão domiciliária com vigilância eletrónica.

O responsável disse também que os dados provisórios deste ano indicam que 14% dos detidos por fogo posto têm antecedentes criminais.

Rui Almeida justifica a duplicação das detenções este ano em relação a 2011 com o maior número de incêndios, tendo os detidos passado de 28 para 57.

O maior número de detenções foi efetuado na unidade local da PJ de Vila Real e nas diretorias do norte e centro, que detiveram 35 pessoas, correspondendo às zonas do país onde há mais incêndios, afirmou.

Segundo a PJ, os principais motivos para os incendiários atearem o fogo são o alcoolismo, motivos fúteis, perturbações psicológicas e vinganças.

Ressalvando que a PJ apenas actua quando há indícios de fogo posto, Rui Almeida afirmou que a maioria dos incêndios é provocada por negligência (entre 60 a 65%) e cerca de 20% são intencionais.

Cascais: Tratolixo começou a retirar resíduos que contaminam solos de Trajouce - PÚBLICO


O plano para retirar os resíduos ilegalmente depositados na estação de tratamento da Tratolixo, em Trajouce, Cascais, e que estavam a contaminar os solos, começou a ser posto em prática e deverá estar concluído dentro de um ano. A operação avança dois anos depois do previsto.
O Plano de Reabilitação Ambiental do Ecoparque de Trajouce (PRAET), aprovado pelo Ministério do Ambiente em Maio de 2009, tardou a ser concretizado por “falta de apoio financeiro”, argumenta a Tratolixo. Resolvido esse problema, os trabalhos de remoção de resíduos indevidamente depositados em Trajouce entre 2002 e 2004 arrancaram a 17 de Setembro.

“De 2009 até ao momento, em que finalmente a obra arranca com caminho assegurado e fim previsto, a empresa tem contornado da melhor maneira as dificuldades resultantes desta e de outras contrariedades ocasionadas por um período demasiado longo de gestão precipitada, que a tem lesado de modo significativo”, lê-se num comunicado divulgado pela empresa.

Nos três primeiros dias de trabalho foram removidas e transportadas mais de mil toneladas de resíduos.

O processo está a ser acompanhado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), pelo conselho de administração da empresa e directores responsáveis pela execução do plano, por uma organização não-governamental de ambiente e por uma empresa de fiscalização.

Em Maio de 2009, a Tratolixo, que gere os resíduos provenientes de Cascais, Oeiras, Sintra e Mafra, apresentou ao Ministério do Ambiente um plano de reabilitação ambiental dos solos contaminados da sua estação de tratamento, tendo obtido um parecer favorável que permitiu o arranque da intervenção que só agora se concretiza.

“O plano implicará um investimento de 2,5 milhões de euros e vai ser cumprido com meios próprios, à custa do incremento da tarifa, e resulta de uma forte vontade de resolver um grave problema ambiental que uma outra atitude de gestão, na altura certa, teria evitado”, esclarece a Tratolixo.

Algumas das medidas propostas no plano de reabilitação ambiental passam pela eliminação de fontes de contaminação dos solos, através do confinamento dos resíduos depositados nos terrenos contaminados.

A instalação de um sistema de drenagem de lixiviados e encaminhamento dos mesmos para tratamento, um sistema de drenagem de biogás e a execução das terraplenagens necessárias para criar condições adequadas de drenagem nas áreas a intervir, são outras das medidas previstas.

Governo estuda corte geral na duração do subsídio de desemprego - Economia - PUBLICO.PT

Governo estuda corte geral na duração do subsídio de desemprego - Economia - PUBLICO.PT
 
O Governo quer aplicar aos actuais trabalhadores cortes na duração do subsídio de desemprego, ao arrepio do acordo social de Janeiro passado que lhe garante os direitos adquiridos.

Em causa estão os constrangimentos orçamentais e a forte subida do desemprego, que ditam que o Governo, em linha com a troika, queira limitar os seus efeitos.

Presidente da CGD alerta para risco de privatização a preços baixos - Economia - PUBLICO.PT

Presidente da CGD alerta para risco de privatização a preços baixos - Economia - PUBLICO.PT

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Fernando Faria de Oliveira, considera que a privatização do banco nesta altura de crise pode significar a venda a um baixo preço, mas não rejeita totalmente a ideia. Em entrevista à TSF e ao jornal online Dinheiro Vivo, pede ponderação ao Governo antes de tomar uma decisão.

Faria de Oliveira afirmou também que o Governo deve avaliar se fala ou não com a oposição antes de avançar com o processo, uma vez que a privatização, mesmo que parcial, será “irreversível”.

O presidente da CGD sustenta que “há muitos critérios que devem ser tomados em consideração numa decisão de privatização do baluarte do sistema financeiro português como é a CGD”, segundo excertos da entrevista divulgados pela TSF antes da sua emissão integral.

Falou ainda sobre a alteração da Taxa Social Única (TSU), considerando que o anúncio desta medida “veio aparentemente piorar significativamente a imagem do país no exterior”. Isto porque, afirma, surgiu numa altura em que Portugal começava a convencer os mercados.

“As empresas portuguesas começavam a conseguir financiar-se no exterior. Houve obrigações lançadas pelas maiores empresas portuguesas, que tiveram procura, como no caso da EDP, dez vezes superior ao previsto. Isto significava que os mercados estavam a olhar para o país de maneira diferente”, disse.

A medida proposta por Passos Coelho sobre a TSU, entretanto abandonada, é vista pelo presidente da CGD como um erro político. “Se houvesse apenas uma diminuição da TSU para as empresas que criam emprego, se calhar tudo isto tinha passado. Juntá-la a um aumento da TSU para o trabalhadores teve o efeito que teve. Foi uma avaliação incorreta do ponto de vista político”.

Rendimento dos portugueses caiu 100 euros por mês em dois anos - Economia - PUBLICO.PT

Rendimento dos portugueses caiu 100 euros por mês em dois anos - Economia - PUBLICO.PT

O rendimento disponível dos portugueses registou, no segundo trimestre deste ano, a maior queda de que há registo desde pelo menos 1999.

De acordo com os dados ontem publicados pelo Instituto Nacional de Estatística, o rendimento disponível ajustado das famílias (rendimento depois de impostos e de transferências sociais) caiu 4,9% no segundo trimestre de 2012 face a igual período do ano anterior.

Se se recuar mais um ano, até ao segundo trimestre de 2010, a perda acumulada no rendimento disponível vai até aos 7,9%. Na prática, isto dá uma quebra no rendimento de aproximadamente 100 euros por pessoa (incluindo população activa e inactiva).

Já não há entraves (externos) à investigação dos submarinos | iOnline

Já não há entraves (externos) à investigação dos submarinos | iOnline

Justiça de Essen já respondeu às cartas rogatórias. DCIAP poderá ter acesso a documentos apreendidos noutra busca à Ferrostaal.

Os procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) chegaram a pedir a intervenção do Eurojust, o organismo europeu de cooperação judiciária, e até a pedir aos procuradores de Munique se não conseguiam desbloquear o silêncio dos procuradores de Essen, localidade alemã onde fica a sede da Man Ferrostaal, a empresa que forneceu os dois submarinos ao Estado português, em 2004. Mas só agora, depois de no início do mês até Cândida Almeida, procuradora que dirige o DCIAP, se ter queixado, na Universidade de Verão do PSD, da falta de respostas daquela procuradoria, chegaram as respostas.
O DCIAP respondeu ao i que “foram recebidas respostas às cartas rogatórias enviadas para Essen”, confirmando assim o que Pinto Monteiro adiantara, esta quarta-feira, na entrevista dada à RTP. Mas o departamento não quis fazer mais qualquer esclarecimento, por o processo estar em segredo de justiça.
As respostas da justiça de Essen, depois de três anos de insistências dos procuradores portugueses, terminam finalmente com os entraves externos à investigação, que decorre desde 2006, às suspeitas de corrupção na compra dos submarinos. O atraso na resposta da justiça alemã era há três anos o argumento usado pelo DCIAP para a demora da investigação.
Segundo informações recolhidas pelo i, é provável que os procuradores do DCIAP tenham não só acesso aos documentos apreendidos na sede da empresa alemã durante as buscas conjuntas entre Portugal e Alemanha – três magistrados portugueses estiveram a acompanhar as diligências a 20 de Abril de 2009 – como também a documentos apreendidos numa segunda busca feita à empresa, em Julho desse ano, no âmbito de outro inquérito. Dessa vez, os magistrados portugueses não estiveram presentes.
Apesar de os procuradores do DCIAP terem participado nas primeiras buscas à sede da Ferrostaal, depois de terem solicitado que alguns dos seus gestores fossem constituídos arguidos e interrogados, os documentos apreendidos nunca chegaram a Portugal. O envio foi travado através de sucessivos recursos que deram entrada num tribunal alemão. E sempre que o DCIAP questionou os procuradores de Essen sobre o andamento do processo, a resposta foi o silêncio.
Num email enviado aos procuradores do Eurojust, a 25 de Fevereiro de 2010, e que consta do processo arquivado contra Bernardo Ayala, o advogado que representou o ministério da Defesa no negócio, as procuradoras Carla Dias e Auristela Pereira – que primeiro tiveram o processo em mãos – informavam que os documentos apreendidos em Essen “eram da máxima importância para a investigação e determinação da verdade” e que estavam em causa documentos em papel e em formato digital.
A procuradoria de Munique, ao contrário da de Essen, sempre colaborou com os investigadores portugueses. Num email enviado a 10 de Fevereiro de 2010, essa procuradoria mostrava-se convicta de que teria havido corrupção nos pagamentos feitos pela MAN Ferrostaal à ESCOM no negócio de compra e venda dos submarinos. A falta dos documentos apreendidos na sede da empresa não permitiu aos investigadores portugueses averiguar se houve ou não pagamento de luvas e a quem.