quinta-feira, 22 de março de 2012

Actualização do registo mundial de temperaturas revela que 2010 foi o ano mais quente


De acordo com uma nova avaliação da evolução das temperaturas da Terra, o ano de 2010 passa a ser o mais quente desde 1850, em vez de 1998. Esta actualização, feita pelo HadCRUT, um dos principais registos de temperatura global, do Reino Unido, contou com novos dados de temperatura do Árctico. Os resultados foram publicados na revista Journal of Geophysical Research e mostram que esta actualização não altera o aumento médio de temperaturas desde 1900, de 0,75 graus.
A ciência do clima e a teoria largamente defendida de que a Terra está a registar um aumento de temperatura que não se explica por oscilações naturais, mas sim pela mão humana, está também baseada no registo das temperaturas do ar nos continentes e dos oceanos, ao longo de mais de um século.


Os dados da HadCRUT incluem informação das temperaturas nos continentes compiladas pela Unidade de Investigação Climática (CRU, sigla em inglês) da Universidade de East Anglia, em Norfolk, no Reino Unido e os registos de temperaturas da superfície dos oceanos, compilados pelo Centro de Hadley do Instituto de Meteorologia do Reino Unido. “O novo estudo reúne as nossas bases de dados mais recentes e mais completas das observações da temperatura da terra e do mar, em conjunto com novos avanços na compreensão de como se faziam as medições no mar”, disse Colin Morice, cientistas do Instituto Meteorológico do Reino Unido, citado pela AP. O resumo do artigo está disponível online (em inglês): clique aqui.


A primeira rede de estações meteorológicas data de 1653, no Norte de Itália, mas só a meio do século XIX é que o número de estações e a sua distribuição passou a ser suficientemente generalizada para ter validade científica.


Desde essa altura que os métodos têm vindo a ser optimizados e normalizados. Os cientistas tiveram agora em conta, por exemplo, o enviesamento nos registos de temperatura da superfície do oceano, quando era medida em baldes com água tirada do mar, em que havia uma descida de temperatura em relação à do oceano.


No novo artigo foram incluídas as observações de 400 estações meteorológicas no Árctico, na Rússia e no Canadá. Uma das regiões mais afectadas pelo aumento de temperatura. “A HadCRUT é sustentada por observações e tornou-se claro que [o modelo] poderia não estar a captar na sua totalidade as mudanças no Árctico, devido a haver tão pouca informação nesta área”, disse Phil Jones, director do CRU e primeiro autor do artigo, citado pela BBC News. Os resultados também utilizaram registos novos vindo da África e da Austrália.


“A actualização resultou em algumas mudanças em anos individuais, mas não mudou o sinal geral do aquecimento de cerca de 0,75 graus desde 1900”, disse Morice.


Mas o ano mais quente de todos, 1998, caiu para terceiro lugar, segundo a nova actualização, sendo substituído por 2010 e o ano de 2005 ficou em segundo lugar. Os dez anos mais quentes ocorreram todos nos últimos 14 anos. Outra conclusão, é que o aumento de temperatura não é homogéneo. “O Hemisfério Norte e o Hemisfério Sul aqueceram em 1,12 graus e 0,84º ao longo do período entre 1901 e 2010”, lê-se no resumo do artigo. Só desde 2001, o Norte aqueceu 0,1 graus.


No início deste ano, a NASA divulgou um relatório que previa um maior aquecimento da Terra nos próximos anos. De acordo com este trabalho da agência espacial norte-americana, o ano de 2011 acabou por ser o nono mais quente desde 1880. No ano passado, as temperaturas médias à superfície foram 0,51ºC mais altas do que os valores médios do período base 1951-1980.


19.03.2012
Nicolau Ferreira in jornal "Público"

quinta-feira, 15 de março de 2012

Seguro impressionado com doentes em macas nos corredores do Hospital de Faro - Sociedade - PUBLICO.PT

Seguro impressionado com doentes em macas nos corredores do Hospital de Faro - Sociedade - PUBLICO.PT


Em noticia do jornal Público é possível ler - "Seguro impressionado com doentes em macas nos corredores do Hospital de Faro". O secretário-geral do PS sublinhou ainda que "o cenário que presenciou na última noite de quarta-feira para quinta-feira é uma imagem que levará consigo". Mais à frente no artigo conseguimos ainda ler - "Se confrontarmos isto com outras Urgências que há no país ou unidades de internamento que visitámos há uma diferença muito grande e é uma situação que não dignifica sequer o hospital”. Este Sr. anda a dormir? São declarações como esta que demonstram a calamidade em que se encontra este país. O serviço de urgências do Hospital de Faro não se encontra na situação atrás descrita desde há pouco tempo. Posso dizer que esta situação das macas já se verifica há mais de 10 anos e este não é o único Hospital do país nestas condições. É ridículo o facto que num país onde tudo se paga, desde a educação à saúde (para além de todos os impostos que nos são cobrados e cuja aplicação dos mesmos tem um destino real no minimo duvidoso), sejamos  sempre confrontados com instalações e serviços onde as condições de atendimento são dignas de um país de terceiro mundo. E não são apenas os utentes que se queixam. É notória a desmotivação dos profissionais de saúde deste país que trabalham diáriamente em condições miseráveis, com vencimentos anedóticos e numa situação precária. Não é assim de estranhar que, nos últimos anos, tenha surgido um boom de clinicas e hospitais privados. Estas entidades privadas, nos dias de hoje, conseguem apresentar um serviço de qualidade superior com custos próprios inferiores e consequentemente com preços aplicados ao consumidor muitas vezes inferiores aos do SNS. Sim, uma consulta de especialidade neste momento já é mais cara no SNS, 60 euros, do que nos privados onde se consegue uma consulta de especialidade por 35 euros. O problema é que ao contrário da classe politica, o comum portugues não ganha o suficiente para pagar seguros de saúde ou frequentar clinicas/hospitais privados às suas custas. 
Se o sr. secretário-geral do PS frequentá-se os serviços do SNS com certeza não viria agora a público expressar a sua indignação com o que viu pois esta é uma realidade nacional  que já vem do século passado. 

Doença é só para quem pode...

sexta-feira, 9 de março de 2012

ACERCA DA MEDIÇÃO DE AUDIÊNCIAS NA TELEVISÃO PORTUGUESA


Muito recentemente, foi alterada  a empresa prestadora do serviço de medição de audiências da televisão portuguesa. A passagem de testemunho da Marktest , que realizava este serviço já há 13 anos, para a GFK foi, no entanto, e para não variar, cheia de controvérsia. Se por um lado é bom saber que, possivelmente, nenhuma empresa é detentora de exclusividade na prestação de serviços públicos e/ou privados, por outro, continua-se a verificar que estes concursos, entre as diversas empresas e para as diferentes prestações de serviços, continuam a demonstrar tudo menos transparência e objetividade. 
No que toca a este assunto, em particular, verifica-se que a empresa que ganhou o concurso demonstra-se totalmente incapacitada para prestar o serviço. Aliás, ainda em fase de testes, os erros de audiometria da empresa vencedora sucediam-se. Porque? Os estudos, preparação e experimentação necessários para se poder aplicar no algoritmo de  audiometria encontram-se de acordo com a realidade do país. Uma realidade onde os incompetentes ocupam os lugares de chefia, onde os "boys" conseguem ganhar os diversos concursos públicos e/ou privados para que os lobbys  sejam devidamente alimentados. Este será apenas mais um exemplo. Os censos em Portugal aconteceram à pouquíssimo tempo. Esta empresa não teve acesso aos resultados estatísticos?? Acredita mesmo que a população portuguesa apresenta apenas 9% de pessoas com idades superiores a 65 anos? Se calhar é a classe trabalhadora que dá audiências à televisão durante o dia... O que não deixa de ser engraçado é o facto de ser a RTP, a televisão Estatal, a única a "chorar" por este sucedido... o Estado já não controla os lobbys por si alimentados? em que contornos terá ganho, esta empresa de controlo de audiências, o concurso de prestação de serviços? A única certeza é que a publicidade gera milhões de euros anualmente para a televisão. Se um canal tiver maior audiência, a publicidade que passará nesse mesmo canal terá um custo mais avultado e a empresa que controla as audiências controla o "jogo".

quinta-feira, 8 de março de 2012

As portagens da Ponte 25 de Abril



Acerca da notica do duplo pagamento das portagens no mês de Agosto de 2011 à Lusoponte:



Confirma-se que a Lusoponte  recebeu a compensação que estava acordada no contrato de concessão para o mês de Agosto de 2011 (4,4 milhões de euros) e o pagamento dos utilizadores durante o respectivo mês. 
O que se pode retirar desta situação? O Governo não demonstra qualquer problema em cobrar mais dinheiro aos contribuintes, seja qual for o contexto ou  metodologia aplicada. Neste caso, houve a preocupação de retirar a isenção de pagamento das portagens aos portugueses no mês de Agosto, no entanto, não houve a preocupação de rever o contrato assinado com a Lusoponte. Mais, o Secretário Geral, com autonomia total, efectuou o pagamento à Lusoponte mesmo sabendo do corte da isenção... O contribuinte acredita mesmo que o dinheiro entregue pelo estado será devolvido? Se sim, lamento a sua ingenuidade... 
A ponte 25 de Abril foi uma das maiores obras públicas realizadas em Portugal tendo posteriormente sido gerida pela JAE (Junta Autónoma de Estradas e actualmente denominado IEP ou EP) e foi mais tarde cedida para a Lusoponte. Sob que circunstâncias? Vejamos, a antiga JAE e o actual IEP vive exclusivamente dos dinheiros públicos cedidos pelo Estado. A partir daqui gerem o seu orçamento anual para a manutenção e construção de novas estradas. Resumindo, a única construção que permitia a JAE fazer algum dinheiro ainda era a ponte 25 de Abril. Agora que o duplo pagamento à Lusoponte, no mês de Agosto de 2011, vem "à baila", surgem igualmente alguns "danos" colaterais... A Lusoponte, segundo o artigo do jornal Público, afirma que não devolve o dinheiro pago pelo Estado pois este dinheiro servirá para "abater à divida que o Estado tem com a Lusoponte". Mas esta gente é louca? que contrato de cedência é que foi acordado entre o Estado e a Lusoponte?? O valor que é cobrado nas portagens da Ponte 25 de Abril é mais do que suficiente para fazer a manutenção da mesma e ainda gerar lucros anuais indecentes... O estado estará ainda a pagar anualmente à Lusoponte para esta explorar os Portugueses??? É com este tipo de gestão que Portugal pretende ser um país próspero? As grandes empresas em Portugal continuam a ser "intocáveis" e enquanto não houver mudança de mentalidades governativas no nosso país, Portugal não sairá da crise. O Estado tem a obrigatoriedade de utilizar os dinheiros públicos em beneficio do povo e não em beneficio deles próprios e das empresas "amigas".

domingo, 4 de março de 2012

Estatuto do Gestor Público-descubra as diferenças

A 18 de Fevereiro de 2012 foi publicado pelo Governo o novo Estatuto do Gestor Público. Este decreto –lei estipula que os gestores públicos passam a receber um vencimento mensal ilíquido no valor-padrão do vencimento mensal do Primeiro-ministro - 100%, 85% ou 80%. Boas noticias... finalmente existe transparência e coerência nos vencimentos dos mais diversos gestores públicos.
Assim seria se logo à partida não houvesse precedências, ou seja, ao mesmo tempo que a lei é aprovada surgem igualmente cinco empresas onde os gestores públicos ficam imunes a esta mesma lei. Deste modo, os sortudos dos gestores da CGD, TAP, Empordef, RTP e CTT não verão os seus milionários vencimentos desaparecerem, antes pelo contrário... Continuarão eles próprios a decidir os seus vencimentos e os dos seus inferiores hierárquicos. Se um gestor publico ganhar 50 mil euros por mês, quererá dizer, muito provavelmente, que o seu número 2  nunca ganhará menos de 20 mil euros mês. O leitor, tal como eu, gostaria de saber as verdadeiras razões para este escandaloso acontecimento, mas por falta de explicações melhores fica então a que veio a público. Os vencimentos destes gestores não estão sujeitos a limites pois as empresas em questão “são empresas em regime de livre concorrência”.  Parece escandaloso não é? Não fica por aqui... a lei que foi aprovada a 18 de Fevereiro de 2012, dias antes, dia 9 para ser mais exacto, abrira a excepção para estas cinco empresas mas no dia 14 (4 dias antes), o Conselho de Ministros aprovou uma outra resolução (nº 16/2012), que define a possibilidade de conceder novas excepções a esta regra de remuneração. Não é tão bela a metodologia do nosso Governo? Não será por isso de estranhar que pouco tempo depois de esta lei se encontrar em vigor, o nosso exemplar Governo tenha decidido que os salários dos gestores hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não tenham igualmente as limitações impostas pelo Estatuto do Gestor Público. Não acredita? Dê um olhinho na noticia da nossa televisão estatal:

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=527087&tm=6&layout=121&visual=49

E já agora... aproveite também para ler a noticia das "novas" empresas públicas que pretendem não ser abrangidas pelo "novo" Estatuto do Gestor Público:

http://economico.sapo.pt/noticias/empresas-publicas-aguardam-excepcao-a-cortes-salariais_139009.html

Continuam-se a gastar dinheiros públicos a estudar, a criar, a elaborar e a aplicar leis que, entre as suas diversas alineas, anulam-se a si próprias. É para alemão ver???

 Caro Sr. Primeiro Ministro, a Inteligencia não é exclusiva  a si nem aos governantes por si nomeados. O povo está atendo e a Europa também!!